sexta-feira, 28 de junho de 2019
quinta-feira, 27 de junho de 2019
David Pedra penhorou injustamente dinheiro ao Coelho e agora está apodrecendo numa cama paralítico
David Pedra o sócio do Dono Disto Tudo fez um processo civil contra o jornal Garajau da qual na altura o deputado José Manuel Coelho era director. Como ele tem muito dinheiro e compra os corruptos dos juízes todos, Coelho foi condenado por difamação sem nunca ter dito ou escrito qualquer palavra contra ele ou a filha. Por deliberação duma juíza prostituida com o regime Coelho é condenado a pagar uma indemnização ao sr. David Pedra. Dito e feito foram 2.950 da devolução do IRS que foram penhorados ao Coelho para entregar ao pobrezinho do sr. David Pedra.
Agora David Pedra está paralítico numa cama com grave problema de urulogia está pagando aquilo que roubou ao Coelho e as outras pessoas condenadas inocentes por causa dele. Esperemos que a juíza corrupta que condenou injustamente Coelho azogue também com um cancro no estómago, porque Deus não dorme, meus amigos!
Coelho também coloca nas mãos de Deus o devido castigo ao Luís Miguel de Sousa "Dono Disto Tudo" que pelos mesmos motivos penhora todos meses 200 euros da reforma do Coelho mais o subsídiu de férias e o todo o décimo terceiro mês. Deus em breve vai castigá-lo a ele e á juíza Micaela de Sousa (actualmente no continente) que condenou o Coelho a pagar uma injusta e absurda indemnização ao sr. Luís Miguel de Sousa sem ter escrito no jornal Garajau, qualquer palavra contra ele. Em breve a juíza corrupta que condenou Coelho e o próprio Luís Miguel de Sousa irão ficar numa cama a apodrecer de cancro castigados pelo Deus Todo Poderoso que não Dorme e tudo Vê!
Coelho agradeçe ao Deus criador por aplicar o devido castigo a quem merece!
terça-feira, 25 de junho de 2019
Juízes, governo de Albuquerque e grandes empresários mancomunados para roubar o povo da Madeira
Vejam só esta notícia do Diário: O governo da Região (leia-se contribuintes da Região) foram "condenados" pelo Tribunal Administrativo a indemnizar grandes empresas no Valor astronómico de 5 milhões e 700 mil euros por ter cometido "o crime" de prorrogação (prolongamento) do prazo de execução de algumas obras. As empresas metem processos nos tribunais Administrativos e os Juízes feitos com eles, "condenam" o governo e ordenam logo a penhora dessas avultadas verbas, para as entregar aos tubarões proprietários dessas empresas.
Depois os contribuintes chegam-se à frente assumem via Governo as pesadas indemnizações e depois os beneficiados (sempre os mesmos) redistribuem o dinheiro por vários intervenientes: membros do governo, advogados, juízes e procuradores do MP facilitadores das "condenações" que levam depois aos pagamentos de tais leoninas verbas!-- E depois ninguém vai preso não é?
Nota da redação do Pravdailhéu:
"Há muito que denunciamos que a judicatura portuguesa é profundamente reaccionária, mais do que nunca ostentando um pendor justicialista, tendo por objectivo eliminar o excesso de garantias, a liberdade de expressão e os que, afirmam e ainda defendem, primeiro a Constituição e as conquistas democráticas do 25 de Abril"
segunda-feira, 24 de junho de 2019
A juizada fascista, qualquer dia faz um processo contra o consagrado jornalista Miguel Fernandes Luís ( o único jornalista decente que não está comprado pelo regime)
Descobriu que o rei afinal vai nú!
Miguel Fernandes Luís um dos poucos jornalistas decentes do Diário de Notícias do Funchal, coloca a nú a juizada fascista que conspurca os nossos tribunais cheios de magistrados repugnantes do piorio que se possa imaginar: Qualquer dia este homem decente vai ser processado por aquela canalha e acabará com penhoras do seu ordenado!
O DITADOR FASCISTÓIDE, NÃO GOSTA QUE ESTE ASSUNTO DA JUÍZA SEJA LEVADO AOS JORNAIS, já viram a conversa dele aqui no "contraditório"?
OS CRIMES QUE A GNR APANHA! Os ladrões do PSD nenhum é agarrado!
Um desgraçado que apanha 15 Kg de lapas fica sem as mesmas para a sua subsistência. Não as pode comercializar. Um guarda da GNR com mil €uros de vencimento por mês, não precisa de apanhar lapas para sustentar a família. Estas polícias fascistas que a republica mantém por cá são uma vergonha. Apenas existem para perseguir os pobres.Vergonha!
O Posto Territorial de São Vicente da GNR apreendeu, no dia 20 de Junho, 15 quilos de lapas frescas em concha, com o valor comercial estimado de 75 euros, na praia da Ribeira da Lage, no Seixal, concelho de Porto Moniz. As lapas foram entregues a instituições de solidariedade social do concelho de São Vicente, após inspecção higossanitária.
“No decorrer de acções de fiscalização no âmbito da vigilância da costa, os militares detectaram um saco que continha no seu interior as referidas lapas, sendo que ultrapassavam o limite legal de captura desta espécie por dia e só podem ser capturadas através de pesca lúdica”, explica através de nota enviada à comunicação social.
Acrescenta que se presume que “o autor da captura tenha escondido o saco e abandonado o local, no momento que verificou a presença da GNR, não sendo possível a sua identificação”. (DIÁRIO)
José Manuel Coelho, dá entrevista ao Funchal Notícias ( fotos de Rui Marote)
José Manuel Coelho diz que Albuquerque é igual a Jardim e que Cafôfo não é a mudança mas o mal menor para fazer cair o PSD
José Manuel Coelho tem o seu nome ligado à atividade política madeirense, naquela componente mais revolucionária, mais musculada, de oposição. A forma, mais do que o contéudo, levou-o a patamares de discussão pública inigualáveis, foi protagonista de episódios, vários, no Parlamento Regional, para passar a mensagem de crítica contra o sistema, com alvos definidos, ontem como hoje, nisso o seu posicionamento não mudou. Há quem goste, há quem não goste, não é uma figura que gere consensos, nem próximo disso. Contra o poder político, antes de Jardim, agora de Albuquerque, contra grupos económicos, contra a Justiça.
O efeito surpresa
No enquadramento de entrevistas que o FN vem desenvolvendo com políticos que já foram cabeças de lista nas Legislativas Regionais, surge a figura que ganhou protagonismo pelo efeito surpresa, a novidade, juntou-se ao protesto do eleitorado, essa “mistura” levou-o à eleição quando em 2011 foi cabeça de lista pelo PTP às “Regionais” e elegeu três deputados, foi Coelho e mais dois, a sua filha Raquel Coelho e José Rocha. Um feito que, a esta distância, coloca no lugar que, na realidade teve, “um voto de protesto tem o seu tempo”, reage como quem tem noção do que é a política e o voto volátil do momento e dos fenómenos. “Olhe o que se passou com o PAN, nas europeias, que elegeu um eurodeputado”, lembra para quem estiver menos atento a estas alterações comportamentais do eleitorado, para explicar que estes resultados podem ter dias contados.
“A política é como no futebol, vem um treinador faz um bom trabalho e ganha, mas na época seguinte pode não ter o mesmo sucesso e vai de santo a diabo. Eu captava o voto de protesto, por parte das pessoas que estavam desencantadas com os partidos do sistema. Mas o voto de protesto é casual, não é permanente, tem um momento, vale para altura. O eleitorado desencantou-se e votou em mim, fui uma válvula de escape da população”.
Não estou desencantado, sei que é assim
José Manuel Coelho sabe aquilo que são as “regras do jogo eleitoral”, sabe que são o que são e nada é para sempre. Estará desencantado? “Nada disso, não estou desencantado. Sei que é assim mesmo. Veja o que se passa agora, as pessoas estão na expetativa da eleição do PS e do seu candidato Paulo Cafôfo, não vai mudar nada porque também estão comprometidos com os grandes grupos económicos, como se prova com a passagem de um técnico do grupo Sousa para fazer a campanha por Cafôfo. Não vai mudar nada, Albuquerque também cedeu a este grupo económico quando afastou o secretário Eduardo de Jesus e quando este achou estranho a exploração de portos sem pagar um cêntimo, nem nos países do terceiro mundo. E nisto, mesmo com Cafôfo, não muda”.
Comunicação social dominada, os dois jornais muito iguais
Coelho está, como sempre esteve, contra o sistema. Define alvos, que são os de outrora, “mudam os nomes mas as políticas mantêm-se”. Albuquerque igual a Jardim, grupos económicos com supremacia de influência sobre o poder político, comunicação social “dominada”, os dois jornais “estão muito iguais”, poder judicial fragilizado. Um retrato de um homem que enfrenta vários processos, que tem a reforma parcialmente penhorada e ainda tem um grande percurso para fazer nos corredores dos tribunais. Já nem se lembra quando começou, não sabe quando isto acaba. Mas deixar de lutar, nunca. Vêm aí eleições importantes, as regionais e as nacionais. Não vai com Albuquerque, não vai com Cafôfo. Vai pelo mal menor, por aquilo a que podemos chamar de voto estratégico, não quer manter o PSD-Madeira no poder e por isso, se Cafôfo ganhar, fica meio objetivo conseguido. Mais ou menos isto. Não quer os dois, mas um pode ir se for para afastar o PSD do poder.
“Uma coisa é certa, o PSD tem que cair. Já está há muitos anos no poder e estão arrogantes. Olhe, o partido Juntos Pelo Povo conquistou o impensável, o que nenhum outro partido tinha conseguido, ganhou as eleições em Santa Cruz e já se respira outro ar. A gente sabe que é difícil o Paulo Cafôfo ganhar, mas se houver uma alternativa concertada em setembro, é positivo para acabar com a perseguição às pessoas e esta asfixia”, diz José Manuel Coelho.
Desistir, nunca. Como diz, com determinação que lhe é peculiar. “Mário Soares dizia que só está derrotado aquele que desiste de lutar. E sigo esse princípio. Veja o Miterrand, que concorreu tantas vezes e perdeu até que teve o seu momento de glória. A persistência é qualidade de um lutador, de um revolucionário. Como dizia Betolt Brecht, dos lutadores, ganharão a batalha os que estiverem menos cansados. Eu espero ganhar a luta, sou o menos cansado”.
Era difícil ao PTP encontrar uma mulher para candidata
Olha para 2011 e para o momento alto do PTP, com votos suficientes para eleger três deputados. Para quem diz que “meteu” a filha, esclarece que foi uma terceira escolha depois de falhar as duas opções anteriores, ambas mulheres devido à lei da paridade, mas envolvendo desistências. “As pressões exercidas eram muitas, não só sobre os eventuais candidatos mas também sobre familiares. A filha, Raquel Coelho, foi a alternativa encontrada para contornar a situação. “Era difícil encontrar uma mulher que assumisse esse compromisso, uma vez que na altura eu estava em alta e havia uma forte possibilidade de eleger deputados. Não era para eleger e depois as pessoas desistirem”.
Partidos do arco do poder “não prestam”
José Manuel Coelho diz que os pressupostos que levaram a essa candidatura, são muito atuais. “A Madeira precisa de alguém fora dos partidos do sistema. Os partidos do chamado arco do poder, PSD, PS e CDS, não prestam, são mais do mesmo, estão feitos com os grandes grupos económicos, recebem dinheiro das empresas para as campanhas e, por isso, nunca vão contra isso. Os interesses de dois ou três grandes empresários da Região vêm colidir com a própria economia do arquipélago”.
Fala nos portos, como sempre falou. Nem sabia que tinha a reforma penhorada para pagar ao grupo Sousa, num dos processos que teve pela frente. Mas tem. Não poupa, por isso, aquele grupo empresarial, diz que o monopólio dos portos “faz com que os custos de produção das pequenas e médias empresas subam. Os custos de transporte de mercadorias de e para a ilha, são elevadíssimos. E os madeirenses não podem suportar este fardo. No continente, tanto faz, existem alternativas pelo meio terrestre, mas aqui é tudo diferente, não temos essa alternativa”.
Politicamente falando, não tem dúvidas que “não há democracia na Madeira, Albuquerque é igual a Jardim. Até havia um blogue “os renovadinhos”, que atacava o Miguel Albuquerque e de repente deixou de atacar. Albuquerque e Jardim fizeram as pazes, mas não sei se já vêm tarde.
Não tarda muito para haver colapso em Portugal
Já naquilo que tem a ver com o eventual regresso de uma certa imagem de marca de José Manuel Coelho, de que o relógio ao peito é um dos momentos de “choque”, vai depender das circunstâncias. Coelho diz que “quando o povo é muito oprimido, às vezes rebenta. Uma rutura da sociedade dá-se com dois pressupostos, quando os de cima já não podem e os de baixo já não querem. Os de cima podem, têm as polícias, no mar para os pescadores e em terra para os trabalhadores, a Autoridade Tributária cada vez mais perfeita nos impostos e nas penhoras. Tem centenas de agentes de execução que só trabalham para as telefónicas. A máquina quer é extorquir dinheiro, cada vez mais. E chega a uma altura em que a panela de pressão abre”.
José Manuel Coelho diz que a abertura da “panela de pressão” não se dá quando o revolucionário quer, mas sim quando estão reunidas as circunstâncias. Ainda não estão, mas um dia, quando o povo quiser, leva tudo à frente e dá-se um colapso total na sociedade. Não tarda muito para haver um colapso em Portugal”.
Diz que, hoje, “já andamos pelo campo e não há trabalho se não for no Estado patrão, que não pode dar trabalho a toda a gente e deixa milhares de pessoas à margem. Um dia, esses que estão à margem ficam sem comer e revoltam-se”. FUNCHAL NOTICIAS)
O efeito surpresa
No enquadramento de entrevistas que o FN vem desenvolvendo com políticos que já foram cabeças de lista nas Legislativas Regionais, surge a figura que ganhou protagonismo pelo efeito surpresa, a novidade, juntou-se ao protesto do eleitorado, essa “mistura” levou-o à eleição quando em 2011 foi cabeça de lista pelo PTP às “Regionais” e elegeu três deputados, foi Coelho e mais dois, a sua filha Raquel Coelho e José Rocha. Um feito que, a esta distância, coloca no lugar que, na realidade teve, “um voto de protesto tem o seu tempo”, reage como quem tem noção do que é a política e o voto volátil do momento e dos fenómenos. “Olhe o que se passou com o PAN, nas europeias, que elegeu um eurodeputado”, lembra para quem estiver menos atento a estas alterações comportamentais do eleitorado, para explicar que estes resultados podem ter dias contados.
“A política é como no futebol, vem um treinador faz um bom trabalho e ganha, mas na época seguinte pode não ter o mesmo sucesso e vai de santo a diabo. Eu captava o voto de protesto, por parte das pessoas que estavam desencantadas com os partidos do sistema. Mas o voto de protesto é casual, não é permanente, tem um momento, vale para altura. O eleitorado desencantou-se e votou em mim, fui uma válvula de escape da população”.
Não estou desencantado, sei que é assim
José Manuel Coelho sabe aquilo que são as “regras do jogo eleitoral”, sabe que são o que são e nada é para sempre. Estará desencantado? “Nada disso, não estou desencantado. Sei que é assim mesmo. Veja o que se passa agora, as pessoas estão na expetativa da eleição do PS e do seu candidato Paulo Cafôfo, não vai mudar nada porque também estão comprometidos com os grandes grupos económicos, como se prova com a passagem de um técnico do grupo Sousa para fazer a campanha por Cafôfo. Não vai mudar nada, Albuquerque também cedeu a este grupo económico quando afastou o secretário Eduardo de Jesus e quando este achou estranho a exploração de portos sem pagar um cêntimo, nem nos países do terceiro mundo. E nisto, mesmo com Cafôfo, não muda”.
Comunicação social dominada, os dois jornais muito iguais
Coelho está, como sempre esteve, contra o sistema. Define alvos, que são os de outrora, “mudam os nomes mas as políticas mantêm-se”. Albuquerque igual a Jardim, grupos económicos com supremacia de influência sobre o poder político, comunicação social “dominada”, os dois jornais “estão muito iguais”, poder judicial fragilizado. Um retrato de um homem que enfrenta vários processos, que tem a reforma parcialmente penhorada e ainda tem um grande percurso para fazer nos corredores dos tribunais. Já nem se lembra quando começou, não sabe quando isto acaba. Mas deixar de lutar, nunca. Vêm aí eleições importantes, as regionais e as nacionais. Não vai com Albuquerque, não vai com Cafôfo. Vai pelo mal menor, por aquilo a que podemos chamar de voto estratégico, não quer manter o PSD-Madeira no poder e por isso, se Cafôfo ganhar, fica meio objetivo conseguido. Mais ou menos isto. Não quer os dois, mas um pode ir se for para afastar o PSD do poder.
“Uma coisa é certa, o PSD tem que cair. Já está há muitos anos no poder e estão arrogantes. Olhe, o partido Juntos Pelo Povo conquistou o impensável, o que nenhum outro partido tinha conseguido, ganhou as eleições em Santa Cruz e já se respira outro ar. A gente sabe que é difícil o Paulo Cafôfo ganhar, mas se houver uma alternativa concertada em setembro, é positivo para acabar com a perseguição às pessoas e esta asfixia”, diz José Manuel Coelho.
Desistir, nunca. Como diz, com determinação que lhe é peculiar. “Mário Soares dizia que só está derrotado aquele que desiste de lutar. E sigo esse princípio. Veja o Miterrand, que concorreu tantas vezes e perdeu até que teve o seu momento de glória. A persistência é qualidade de um lutador, de um revolucionário. Como dizia Betolt Brecht, dos lutadores, ganharão a batalha os que estiverem menos cansados. Eu espero ganhar a luta, sou o menos cansado”.
Era difícil ao PTP encontrar uma mulher para candidata
Olha para 2011 e para o momento alto do PTP, com votos suficientes para eleger três deputados. Para quem diz que “meteu” a filha, esclarece que foi uma terceira escolha depois de falhar as duas opções anteriores, ambas mulheres devido à lei da paridade, mas envolvendo desistências. “As pressões exercidas eram muitas, não só sobre os eventuais candidatos mas também sobre familiares. A filha, Raquel Coelho, foi a alternativa encontrada para contornar a situação. “Era difícil encontrar uma mulher que assumisse esse compromisso, uma vez que na altura eu estava em alta e havia uma forte possibilidade de eleger deputados. Não era para eleger e depois as pessoas desistirem”.
Partidos do arco do poder “não prestam”
José Manuel Coelho diz que os pressupostos que levaram a essa candidatura, são muito atuais. “A Madeira precisa de alguém fora dos partidos do sistema. Os partidos do chamado arco do poder, PSD, PS e CDS, não prestam, são mais do mesmo, estão feitos com os grandes grupos económicos, recebem dinheiro das empresas para as campanhas e, por isso, nunca vão contra isso. Os interesses de dois ou três grandes empresários da Região vêm colidir com a própria economia do arquipélago”.
Fala nos portos, como sempre falou. Nem sabia que tinha a reforma penhorada para pagar ao grupo Sousa, num dos processos que teve pela frente. Mas tem. Não poupa, por isso, aquele grupo empresarial, diz que o monopólio dos portos “faz com que os custos de produção das pequenas e médias empresas subam. Os custos de transporte de mercadorias de e para a ilha, são elevadíssimos. E os madeirenses não podem suportar este fardo. No continente, tanto faz, existem alternativas pelo meio terrestre, mas aqui é tudo diferente, não temos essa alternativa”.
Politicamente falando, não tem dúvidas que “não há democracia na Madeira, Albuquerque é igual a Jardim. Até havia um blogue “os renovadinhos”, que atacava o Miguel Albuquerque e de repente deixou de atacar. Albuquerque e Jardim fizeram as pazes, mas não sei se já vêm tarde.
Não tarda muito para haver colapso em Portugal
Já naquilo que tem a ver com o eventual regresso de uma certa imagem de marca de José Manuel Coelho, de que o relógio ao peito é um dos momentos de “choque”, vai depender das circunstâncias. Coelho diz que “quando o povo é muito oprimido, às vezes rebenta. Uma rutura da sociedade dá-se com dois pressupostos, quando os de cima já não podem e os de baixo já não querem. Os de cima podem, têm as polícias, no mar para os pescadores e em terra para os trabalhadores, a Autoridade Tributária cada vez mais perfeita nos impostos e nas penhoras. Tem centenas de agentes de execução que só trabalham para as telefónicas. A máquina quer é extorquir dinheiro, cada vez mais. E chega a uma altura em que a panela de pressão abre”.
José Manuel Coelho diz que a abertura da “panela de pressão” não se dá quando o revolucionário quer, mas sim quando estão reunidas as circunstâncias. Ainda não estão, mas um dia, quando o povo quiser, leva tudo à frente e dá-se um colapso total na sociedade. Não tarda muito para haver um colapso em Portugal”.
Diz que, hoje, “já andamos pelo campo e não há trabalho se não for no Estado patrão, que não pode dar trabalho a toda a gente e deixa milhares de pessoas à margem. Um dia, esses que estão à margem ficam sem comer e revoltam-se”. FUNCHAL NOTICIAS)domingo, 23 de junho de 2019
O comendador Rui Nepomuceno está a escrever sobre os presos políticos da madeira durante o Estado Novo
Pravda ilhéu dá a conhecer alguns excertos da obra literária do comendador e escritor madeirense
https://pdf2jpg.net
PCP da Madeira
Como atrás mencionamos, a segunda
parte deste capítulo é destinada ao estudo mais aprofundado do «Partido Comunista Português» na Madeira, antes da Revolução do 25 de Abril, precisamente
por ter sido a única força política que resistiu, heroicamente, e se manteve
organizada em circunstâncias dificílimas e quase impraticáveis, durante os
quase cinquenta anos da criminosa ditadura fascista, ora com grande pujança
como sucedeu até 1948, ora com muita debilidade como aconteceria depois daquela
data, em que foram presos a quase totalidade dos seus principais quadros e
dirigentes madeirenses.
Sabemos que o PCP foi fundado em 6 de Março de 1921, numa
Assembleia realizada em Lisboa na sede da «Associação
dos Empregados de Escritório», que elegeu a sua primeira direção; depois de
no início desse ano ter sido constituída uma «Comissão Organizadora», e de em 27 de Janeiro o jornal «A Batalha», ter publicado o Projeto de
Bases Orgânicas, para discussão pública.Pouco tempo depois, o «Partido Comunista Português»
implantou-se na Madeira, onde dirigiu e participou em muitas lutas e
iniciativas sindicais, camponesas e populares, e deu grande contributo para
engrossar o Movimento Operário e Camponês, inicialmente ainda com muita
influência anarco-sindicalista.
Os seus primeiros quadros
evidenciaram-se nos movimentos grevistas e nas grandes lutas operárias que
antecederam a «Revolução da Madeira de
1931», e participaram, ativamente, nesse período revolucionário, aliados
com todos os progressistas que pretendiam que a democracia fosse restaurada no
arquipélago madeirense e em Portugal Continental.
Nestas circunstâncias, em 21 de
Abril de 1931, os militantes do PCP e doutras forças de esquerda, nomeadamente
anarquistas, subscreveram um manifesto da «União
dos Sindicatos Operários do Funchal (USOF)» dirigida ao «Povo da Madeira», apelando às forças
armadas, à população civil, e aos operários e camponeses, para a participação na
luta pela Democracia, contra o regime fascista.No final de 1932, foi eleito o
primeiro «Comité Regional do Partido
Comunista» no nosso arquipélago,
constituído na sua maioria por operários, alguns intelectuais e alguns
militantes provenientes da classe média. Foi escolhido para 1º responsável o
militante Antenor Cruz – grande
animador da fundação do Partido na Madeira, depois de ter regressado poucos
anos antes de Paris, onde fora funcionário da sucursal do Banco Nacional
Ultramarino; como 2º responsável foi eleito o conhecido caricaturista João Ivo Ferreira; tendo também sido
eleitos como membros da direção João Inês
Mendonça, Luís Maria de Nóbrega e Manuel Maria Gonçalves.Neste período da constituição do
primeiro Comité de Direção Regional, do PCP destacaram-se os quadros abaixo
indicados, que se notabilizaram na luta pela conquista das Liberdades e do
Socialismo, contra a pobreza, a opressão, a ignorância e a exploração do homem
pelo homem:Antenor Cruz – Pequeno comerciante
de banana; mais tarde assassinado pela Pide.
João Ivo Ferreira – Empregado de
comércio e caricaturista.
João Inês Mendonça – Pedreiro.
Luís Maria de Nóbrega – Sapateiro.
Manuel Maria Gonçalves –
Carpinteiro;
todos eles membros da
Direcção Regional do PCP, e ainda:
Adelino Costa – Pequeno Comerciante.
Agostinho da Silva Fineza –
Tipógrafo, que anos mais tarde seria assassinado, pelos forças repressivas do
regime fascista.
António Maria Gonçalves –
Carpinteiro.
António Gouveia – Professor.
António Rodrigues – Sapateiro.
Carlos Agapito Camacho –
Funcionário Bancário.
Garcês- Operário, que seria
assassinado na Revolução do Leite de 1936.
Gouveia Menezes – Advogado.Henrique Pereira – Metalúrgico.
João Amaral – Tanoeiro.
João Gomes Garanito – Pedreiro.
João Moniz Mendonça – Pedreiro.
Manuel Andrade – Tipógrafo.Ulrich de Abreu – Empregado de
Comércio.
Naqueles primeiros anos de
atividade do PCP na Região, os militantes comunistas madeirenses reuniam-se,
clandestinamente, onde as circunstâncias permitiam. Todavia juntavam-se mais
frequentemente no café «Cavalariça»
que se situava na Rua Direita do Funchal, e também na sapataria do militante António Rodrigues, localizada na Rua da
Conceição dessa cidade.
Contactavam com o «Comité Central do Partido Comunista
Português» no Continente, através dum militante que era maquinista do navio «Funchalense»; sendo normalmente Adelino Costa quem era encarregado de
cumprir essa importante tarefa de ligação.
Além de dirigir as lutas operárias
e participar na vida sindical, uma das principais atividades no princípio da
década de 1930 foi em volta do «Socorro Vermelho Internacional»,
intensificadas a partir de 1936, por ocasião do início da guerra civil de
Espanha, com a recolha de fundos, roupas e medicamentos, para os presos
políticos portugueses, e também para os republicanos espanhóis, em luta pelo socialismo-.Em 1931, os militantes do
PCP/Madeira também foram muito ativos nas manifestações, lutas sindicais e
greves que antecederam a «Revolução
Democrática da Madeira», de que foram incondicionais adeptos e
colaboradores.
Em 1936, os seus ativistas ainda
foram importantes apoiantes e encorajadores do levantamento popular camponês,
que ficou conhecido na memória dos madeirenses pelo nome de «Revolta do
Leite».Outra marcante tarefa dos militantes
do partido era a distribuição aos trabalhadores, aos progressistas, e ao povo
em geral do jornal «Avante» – órgão
do PCP elaborado no Continente - sendo os principais responsáveis desta tarefa
partidária o carpinteiro António Maria
Gonçalves e o tanoeiro João Amaral.
Nas suas reuniões, os militantes do PCP – Madeira
discutiam a situação política nacional, internacional, e regional, os problemas
dos trabalhadores e dos camponeses, muito especialmente dos caseiros; decidindo
sobre a agitação, a propaganda, as propostas sindicais, e demais ações de massa
a realizar.
Alguns militantes do partido
colaboravam nos jornais do Movimento Sindical «Trabalho e União» e «A
Batalha», nomeadamente o metalúrgico Henrique
Pereira, que publicou diversos artigos no último desses semanários, dos
quais salientamos um trabalho sobre a importância da Educação e da Instrução,
que considerava fundamental para a formação dos trabalhadores.
Na vida particular os militantes do
PCP liam muita literatura marxista, preocupavam-se com os problemas dos
Movimentos Sindical, Camponês e Operário; e mantinham-se informados sobre tudo
o que se passava no mundo, principalmente as conquistas dos bolcheviques na
URSS.
Nos longos anos de fascismo, como
muitos dos livros e revistas que liam fossem proibidos, adquiriam esses
exemplares, clandestinamente, e preocupavam-se em os esconder, quase sempre nos
«forros» das suas casas.Em 1934/35, foram presos e
duramente torturados pela «PIDE» alguns membros da direção do «Partido
Comunista Português da Madeira», em consequência duma denúncia feita a essa
polícia política pelo guarda Barbeito – bufo corrupto que obteve informações
duma fadista continental que se tinha tornado amante do reinadio guitarrista e
militante do PCP João Amaral, e à
qual o ativista António Maria Gonçalves
fornecia o «Avante».
Em consequência das sevícias, o 1º
responsável do partido Antenor Cruz,
que mesmo depois de ter sido selvaticamente atormentado e torturado nunca
denunciou os seus camaradas, acabou por falecer, estoicamente, vitima das
torturas e espancamentos, apesar dos assassinos da polícia política informarem
que se tinha suicidado no hospital.
Alertados do perigo que corram, os
restantes membros do Comité da Direção Regional, rapidamente reuniram-se na
sapataria do seu camarada António Rodrigues, e decidiram dissolver a direção do
partido, esconder e destruir toda a papelada e demais o material comprometedor,
avisar todos os outros militantes e ativistas para que redobrassem os cuidados
próprios da clandestinidade, e encarregar o 2º responsável João Ivo Ferreira, para partir, imediatamente, para Lisboa, a fim
de analisar e dissecar a grave conjuntura madeirense junto do «Comité
Central do Partido Comunista Português»Depois de estudarem e ponderarem a
situação vivida na Madeira, os membros do Secretariado
do Comité Central do PCP, que também estavam implementando a reestruturação
partidária dirigida pelo secretário-geral Bento
Gonçalves, decidiram encarregar o próprio Ivo Ferreira de reorganizar as células do partido na Madeira, e
refazer o Comité Regional, sobre a sua direção.
No decurso desses penosos
acontecimentos, por suspeita de delação, facto que nunca se confirmou
inteiramente, o dirigente Manuel Maria
Gonçalves, foi expulso do partido.Após esse período conturbado,
corajosamente, o PCP-Madeira voltou à
luta, já à cabeça do Movimento Operário e Camponês, embora a repressão fosse
tremenda, e se tornasse explosiva, em 1945, com o aproximar do fim da IIª
Guerra Mundial.
E quando foi anunciado que esse
sangrento conflito tinha terminado com a derrota do nazismo, o «PCP-Madeira» conseguiu enviar um
telegrama de congratulações a Churchill, solicitando apoios para o duro combate
contra as ditaduras fascistas na Europa.
Nessa época, o «Partido
Comunista Português» madeirense, teve ainda grande atividade, sobretudo
quando surgiu o «Movimento de Unidade
Democrática – MUD», de cuja
comissão local, escolhida em 1945, fizeram parte os seus militantes Henrique Pereira, o “Mestre Henriques” e Ulrich Abreu.
Essa Comissão do «Movimento
de Unidade Democrática- MUD» na Madeira, seria composta pelos seguintes
ativistas:
Dr.
Américo Durão – Médico Cirurgião.
Dr.
Vasco Marques – Advogado.
Dr.
Brito Câmara – Advogado.
Dr.
Pestana Júnior – Advogado.
Tenente Ascensão – Militar na Reserva.
Henrique Pereira – Metalúrgico e militante
do PCP.
Ulrich de Abreu – Empregado do Comércio, e também militante do
Partido Comunista Português.
Em fins de Maio de 1948, o «Partido
Comunista Português da Madeira» sofreu outro rude golpe, quando após uma
denúncia, a «PIDE» prendeu os seus principais dirigentes e muitos
quadros, acabando vinte e três deles por responder nos «Tribunais Especiais» do regime, julgamento que se tornou
tristemente célebre, por dele resultar as primeiras sentenças em que foram
aplicadas as famigeradas medidas de
segurança, com efeitos retractivos.
Nessas circunstâncias, foram presos
os membros do “Comité Regional”
João Ivo
Ferreira,
António Maria Gonçalves,
Luiz Maria de Nóbrega “O Mestre Luiz”,
Henrique Ricardo Pereira “O Mestre Henriques”, António Rodrigues “ O Mestre
António”,
João Inês Mendonça “O Mestre Mendonça”
e Carlos Agapito Camacho.
Além desses dirigentes também foram
presos os seguintes valorosos militantes:
Adelino CostaJoão Silvano Figueira “O Mestre Cruz”
Arnaldo Adrião Silva
Dr. João Gouveia Meneses
Manuel Mendonça Gouveia
Manuel Pestana de AndradeJ
osé Jorge da Felicidade Freitas
Alirioo Sequeira Nunes
Joaquim Carlos Baptista Pimenta
Carlos Martins Pereira
Henrique Pereira “O Tarzan”
Manuel Paulo de Sá Braz
Álvaro Fernandes Gouveia
João Simeão Gomes
Carlos André de Andrade
José da Silveira “O Zé Guitarrista”
Tito Pereira da Conceição
José PitaJ
osé de Freitas
Francisco Fernandes Camacho
João Gomes Granito
João da Silva
João Gomes Valente
Abel Florêncio Fernandes
Francisco Saboia Ornelas
Dr. António Pedro de Sousa Freitas
Noé Alberto Pestana
António Vitorino Carvalho
João Ferreira “O Martelinho”
Ulrich da Paixão Abreu
José Vieira “O Coxo”
Agostinho da Silva Fineza
José Baptista da Silva
Jaime Assis
Raul Alberto Macedo
Dr.Joaquim Arco
Augusta Abreu Martins “A Gina”
Florentino de Jesus Gomes
Mário Ribeiro
Esses arrojados militantes
madeirenses do “Partido Comunista Português!” sofreram atrocidades, torturas e
humilhações de toda a ordem, sendo que alguns até perderam a vida na heróica
luta pela transformação da sociedade. Aproveitamos para recordar Antenor Cruz, que antes destes
acontecimentos tinha sido assassinado pela PIDE, embora a criminosa
policia tenha anunciado que se suicidara; o valoroso tipógrafo Agostinho da Silva Fineza, que após ter
cumprido cerca de 5 anos de prisão nas masmorras do Aljube e de Caxias, seria
abatido a tiro pela criminosa polícia política, numa manifestação do 1º de Maio
de 1963, que decorria em Lisboa; e ainda o camarada Garcês que foi assassinado
na Revolução do Leite de 1938, quando distribuía um comunicado.
Depois de terem estado detidos e
incomunicáveis nos cárceres de Caxias, os comunistas madeirenses, presos em
Maio de 1948, foram julgados em Julho de 1949, no «Tribunal Plenário da
Boa Hora», tendo sido seus advogados de defesa os Drs. Bustorff Silva,
Mário Ferreira, Fernando de Castro, e Nuno Rodrigues dos Santos.
Foram condenados a quatro anos de
prisão maior celular, seguidos de oito de degredo, ou em alternativa na pena
fixa de quinze anos de degredo, João Ivo
Ferreira, Carlos Agapito Camacho e Florentino Jesus Gomes.O Luiz Maria de Nóbrega e Agostinha da Silva Fineza, em três anos de prisão maior celular, ou em
alternativa quatro anos e meio de degredo.
Henrique Ricardo Pereira, João Inês de Mendonça, António
Rodrigues e António Maria Gonçalves, a
dois anos de prisão maior celular ou em alternativa três anos de degredo.
Com vinte meses de prisão
correcional foram condenados Adelino
Costa, Pedro Severiano dos Reis e Manuel Amaral Jorge. Finalmente
a dezoito meses de prisão foram condenados o Dr. João Gouveia de Meneses e Manuel Mendonça Gouveia. Conseguiram ser
absolvidos Tito Pereira da Conceição,
José de Freitas, João Gomes Granito, João Silvano Figueira, Ulrich da Paixão
Abreu, João da Silva, João Gomes Valente, Abel Correia Fernandes, Manuel
Pestana Andrade, Carlos Martins Pereira, Henrique Pereira «O Tarzan», Noé Alberto
Pestana e o Dr. José Prudêncio Teles.
Antes de terem sido julgados, todos os militantes do
Partido Comunista Português, foram vítimas de maus-tratos e espancamentos,
nomeadamente durante os violentos e desalmados interrogatórios. Alguns seriam
até sujeitos à terrível tortura do sono, conhecida por “estátua”, nomeadamente
o valoroso e heróico Ivo Ferreira,
que por ser o 1º responsável do partido, seria o mais duramente seviciado.
Após a condenação a pesadas penas, os militantes do PCP
foram cumpri-las nas tremendas
masmorras de Caxias e Peniche, sofrendo condições de grande severidade, em que
até era quase impossível comunicar uns com os outros; apenas conseguindo atenuar a solidão
fabricando, manualmente, objetos do tipo artesanato.
A própria correspondência
para as famílias era censurada, e a hipocrisia foi tanta que não podiam
escrever que estavam numa cela, devendo substituir essa expressão pela palavra
«sala» …Henrique
Pereira, que também foi brutalmente espancado nesses criminosos
interrogatórios, por ter sido surpreendido na prisão, a criticar o presidente
da República fascista, general Carmona, após cumprir uma longa punição na
fétida célula disciplinar, foi transferido para os cárceres do Porto.
João
Ivo Ferreira, autodidata e brilhante caricaturista, entretinha-se a
desenhar os camaradas de prisão, os juízes que o condenaram, e até um guarda
prisional com cara de símio, ironicamente esboçado com um ondulante rabo de
macaco…
E por estarem presos no Continente, a maioria dos
madeirenses não eram visitados pelos seus pobres familiares, o que os
penalizava profundamente. Henrique Pereira contou-nos que, excepcionalmente, a
mãe do Ivo Ferreira, já muito velhinha, deixava a ilha para visitar o seu
heróico e nobre filho, encarcerado pelos fascistas de Salazar, apenas por ter
lutado por mais pão e justiça para todos os homens…
Depois dos anos cinquenta, devido à prisão de quase todos
os seus quadros, o PCP-Madeira, teve
uma atividade bastante débil, nunca mais tendo sido possível eleger uma verdadeira
«Direção da Organização Regional», pois os próprios quadros e militantes que
iam saindo das prisões, eram sempre vigiados pela PIDE, e não tinham condições
para voltar a militar com a necessária segurança e eficácia.
Nessas difíceis circunstâncias, os poucos militantes e
simpatizantes clandestinos do PCP, passaram a atuar ativamente em todas as
organizações progressistas unitárias madeirenses, que iam do «Teatro Experimental», ao «Cine-Forum», das “Conferências do Pátio”, às tertúlias da oposição democrática,
do jornal «Comércio do Funchal» e do
grupo dos «Padres do Pombal».Quando havia «eleições» o médico Fernando Azeredo Pais e o advogado Rui Nepomuceno, subscreviam as propostas
das candidaturas da oposição; e o Fernando Pais, além de ter escrito no «Comércio do Funchal» alguns artigos
sobre as dificuldades no sector da saúde, chegou mesmo a concorrer à cabeça
duma lista democrática pela Ribeira Brava, que obteve tantos votos, que obrigou
os fascistas a terem de reconhecer esse bom resultado eleitoral.O António Feliciano
Canavial, o Rui Nepomuceno, os
escultores Anjos Teixeira, e Francisco Simões, o cirurgião Ricardo Jorge, o fotógrafo Manuel Nicolau e o jornalista João Rogério Prioste, sempre que podiam,
divulgavam textos marxistas, distribuíam o “Avante”,
e participavam em todas as iniciativas unitárias da oposição.
Em 22 de Abril de 1969, o Rui Nepomuceno, o Anjos Teixeira e o Fernando Azeredo Pais, subscreveram
a célebre «Carta a Um Governador»
onde além de fazerem uma análise sobre o comatoso estado económico e social
vigente na ilha, claramente reivindicavam a Democracia e a Autonomia Política
para o arquipélago da Madeira.
Logo nos primeiros dias que sucederam a Revolução de 25
de Abril de 1974, o António Feliciano
Canavial, o João Rogério Prioste e o Rui Nepomuceno, ajudaram a organizar
no jornal «Comércio do Funchal», a
majestosa manifestação do 1º de Maio; e pouco depois colaboraram na
constituição do movimento da esquerda «União
do Povo da Madeira – UPM», tendo sido eleitos para a sua direção.
Mais
tarde, quando esse movimento degenerou numa força esquerdista, radicalista e ,de
expressão maoista, o Rui Nepomuceno
foi o principal fundador dum outro movimento da esquerda unitária, denominado «Frente Popular Democrática da Madeira –
FPDM», que aprovou uns Estatutos inspirados nos do MDP/CDE. A primeira Direção da «Organização Regional do Arquipélago do PCP da Madeira
(DORAM)», eleita após o 25 de Abril, foi composta pelos «velhos» comunistas
que sofreram muitos anos de prisão João
Ivo Ferreira e Henrique Pereira “O Mestre Henriques”, e ainda pelo Martins Coelho (funcionário do partido) Rui Nepomuceno (advogado), Melon (jurista), Martinho (alfaiate), Laureano
(empregado de escritório), Figueira
(operário de panificação), e Edmundo
(operário da Construção Civil).Uma das suas primeiras iniciativas foi homenagear os três
gloriosos camaradas, que deram a própria vida pelo Socialismo, pelas
Liberdades, pelo Pão, e pela Justiça, Antenor
Cruz; Agostinho da Silva Fineza; e Garcês
- os heróis supremos dessa longa batalha.
Elegeram
o funcionário do partido António Martins Coelho como coordenador
do trabalho partidário, e também para fazer a ligação com o Comité Central
Nesse
período os comunistas madeirenses e outros militantes da esquerda passaram a
dirigir importantes lutas, nomeadamente para o saneamento das direções dos
sindicatos fascistas e a eleição dos dirigentes dos Sindicatos Livres, tarefas
de que ficaram responsáveis João Ivo Ferreira, Henrique Pereira, Edmundo, e
o João Rogério Prioste.
Para
reforçar a luta pela extinção da Colonia ficaram responsáveis o Rui
Nepomuceno e a Inês da Fonseca, pouco depois ajudados pelo militante
João Lizardo, que havia chegado à Madeira, após ter terminado o curso de
Direito em Coimbra.
Para
dirigir a luta pela Autonomia Política, contra o terrorismo separatista da
FLAMA, ficou responsável o dirigente Rui Nepomuceno, que com grande
perigo de vida e após muitas peripécias, conseguiu contribuir, decisivamente,
para que fosse apreendida a gelamonite e as armas dessa violenta organização,
que estavam escondidas no Santo da Serra.
Os
militantes do «Partido Comunista Português da Madeira», ainda colaboraram,
ativamente, com outros democratas, para a criação da «União dos Sindicatos
do Arquipélago da Madeira (USAM)», para a fundação da «União dos
Caseiros da Ilha da Madeira (UCIM)» e do seu órgão «O Caseiro»; e
também para durante algum tempo reeditar «O Comércio do Funchal», e de
seguida o semanário «Farol das Ilhas».
Também, após a revolução de 25 de
Abril, o PCP abriu a sua sede na Rua da Carreira no Funchal, em fins de Julho
de 1974, e aumentou a sua base de apoio, com extrema dificuldade, pois foi
vítima da violência separatista da «FLAMA», e das constantes calúnias de toda a
direita trauliteira, do centro-direita, e ainda da maioria do clero, encabeçado
pelo bispo Santana; todos objetivamente servidos por uma extrema-esquerda
radical, que apelidava os militantes comunistas de «revisionistas» e até
de «reformistas».
Apesar de tudo, o PCP concorreu às
eleições para a «Assembleia Constituinte», realizadas em 25 de Abril de 1975,
com uma lista de candidatos formada por Arlindo
Ferreira, Ana Paula Velosa, José Manuel de Freitas, Henrique Pereira, Rui
Nepomuceno, e Rogério Prioste.
O resultado foi ter-se classificado em 4º
lugar no conjunto dos seis partidos concorrentes, totalizando 2.086 votos pelo
Círculo da Madeira.
No princípio do século XXI, já com
Edgar Silva como coordenador, apesar do anticomunismo do PSD de Alberto João
Jardim, e de certo radicalismo esquerdista da UPM, seguido da UDP, e agora do
Bloco de Esquerda; o certo é que o PCP, quase triplicou a sua votação, e tem
dois deputados eleitos para a «Assembleia
Legislativa Regional», e ainda autarcas elegidos em quase todas as
freguesias do Funchal, e até chegou a ter um vereador na Câmara Municipal dessa
cidade.
E, se nas Eleições Regionais de
1976, a coligação APU obteve 1.959 votos (1,8%); em 1988 a CDU já teve 2.562
votos (2,0%); e em 2004 alcançou os
7.593 votos (5,51%); passando a ser, por vezes, a terceira força mais votada na
cidade do Funchal.
Como atrás mencionamos, a segunda parte deste capítulo é destinada ao estudo mais aprofundado do «Partido Comunista Português» na Madeira, antes da Revolução do 25 de Abril, precisamente por ter sido a única força política que resistiu, heroicamente, e se manteve organizada em circunstâncias dificílimas e quase impraticáveis, durante os quase cinquenta anos da criminosa ditadura fascista, ora com grande pujança como sucedeu até 1948, ora com muita debilidade como aconteceria depois daquela data, em que foram presos a quase totalidade dos seus principais quadros e dirigentes madeirenses.
Sabemos que o PCP foi fundado em 6 de Março de 1921, numa Assembleia realizada em Lisboa na sede da «Associação dos Empregados de Escritório», que elegeu a sua primeira direção; depois de no início desse ano ter sido constituída uma «Comissão Organizadora», e de em 27 de Janeiro o jornal «A Batalha», ter publicado o Projeto de Bases Orgânicas, para discussão pública.Pouco tempo depois, o «Partido Comunista Português» implantou-se na Madeira, onde dirigiu e participou em muitas lutas e iniciativas sindicais, camponesas e populares, e deu grande contributo para engrossar o Movimento Operário e Camponês, inicialmente ainda com muita influência anarco-sindicalista.
Os seus primeiros quadros evidenciaram-se nos movimentos grevistas e nas grandes lutas operárias que antecederam a «Revolução da Madeira de 1931», e participaram, ativamente, nesse período revolucionário, aliados com todos os progressistas que pretendiam que a democracia fosse restaurada no arquipélago madeirense e em Portugal Continental.
Nestas circunstâncias, em 21 de Abril de 1931, os militantes do PCP e doutras forças de esquerda, nomeadamente anarquistas, subscreveram um manifesto da «União dos Sindicatos Operários do Funchal (USOF)» dirigida ao «Povo da Madeira», apelando às forças armadas, à população civil, e aos operários e camponeses, para a participação na luta pela Democracia, contra o regime fascista.No final de 1932, foi eleito o primeiro «Comité Regional do Partido Comunista» no nosso arquipélago, constituído na sua maioria por operários, alguns intelectuais e alguns militantes provenientes da classe média. Foi escolhido para 1º responsável o militante Antenor Cruz – grande animador da fundação do Partido na Madeira, depois de ter regressado poucos anos antes de Paris, onde fora funcionário da sucursal do Banco Nacional Ultramarino; como 2º responsável foi eleito o conhecido caricaturista João Ivo Ferreira; tendo também sido eleitos como membros da direção João Inês Mendonça, Luís Maria de Nóbrega e Manuel Maria Gonçalves.Neste período da constituição do primeiro Comité de Direção Regional, do PCP destacaram-se os quadros abaixo indicados, que se notabilizaram na luta pela conquista das Liberdades e do Socialismo, contra a pobreza, a opressão, a ignorância e a exploração do homem pelo homem:Antenor Cruz – Pequeno comerciante de banana; mais tarde assassinado pela Pide.
João Ivo Ferreira – Empregado de comércio e caricaturista.
João Inês Mendonça – Pedreiro.
Luís Maria de Nóbrega – Sapateiro.
Manuel Maria Gonçalves – Carpinteiro;
todos eles membros da Direcção Regional do PCP, e ainda:
Adelino Costa – Pequeno Comerciante.
Agostinho da Silva Fineza – Tipógrafo, que anos mais tarde seria assassinado, pelos forças repressivas do regime fascista.
António Maria Gonçalves – Carpinteiro.
António Gouveia – Professor.
António Rodrigues – Sapateiro.
Carlos Agapito Camacho – Funcionário Bancário.
Garcês- Operário, que seria assassinado na Revolução do Leite de 1936.
Gouveia Menezes – Advogado.Henrique Pereira – Metalúrgico.
João Amaral – Tanoeiro.
João Gomes Garanito – Pedreiro.
João Moniz Mendonça – Pedreiro.
Manuel Andrade – Tipógrafo.Ulrich de Abreu – Empregado de Comércio.
Naqueles primeiros anos de atividade do PCP na Região, os militantes comunistas madeirenses reuniam-se, clandestinamente, onde as circunstâncias permitiam. Todavia juntavam-se mais frequentemente no café «Cavalariça» que se situava na Rua Direita do Funchal, e também na sapataria do militante António Rodrigues, localizada na Rua da Conceição dessa cidade.
Contactavam com o «Comité Central do Partido Comunista Português» no Continente, através dum militante que era maquinista do navio «Funchalense»; sendo normalmente Adelino Costa quem era encarregado de cumprir essa importante tarefa de ligação.
Além de dirigir as lutas operárias e participar na vida sindical, uma das principais atividades no princípio da década de 1930 foi em volta do «Socorro Vermelho Internacional», intensificadas a partir de 1936, por ocasião do início da guerra civil de Espanha, com a recolha de fundos, roupas e medicamentos, para os presos políticos portugueses, e também para os republicanos espanhóis, em luta pelo socialismo-.Em 1931, os militantes do PCP/Madeira também foram muito ativos nas manifestações, lutas sindicais e greves que antecederam a «Revolução Democrática da Madeira», de que foram incondicionais adeptos e colaboradores.
Em 1936, os seus ativistas ainda foram importantes apoiantes e encorajadores do levantamento popular camponês, que ficou conhecido na memória dos madeirenses pelo nome de «Revolta do Leite».Outra marcante tarefa dos militantes do partido era a distribuição aos trabalhadores, aos progressistas, e ao povo em geral do jornal «Avante» – órgão do PCP elaborado no Continente - sendo os principais responsáveis desta tarefa partidária o carpinteiro António Maria Gonçalves e o tanoeiro João Amaral.
Nas suas reuniões, os militantes do PCP – Madeira discutiam a situação política nacional, internacional, e regional, os problemas dos trabalhadores e dos camponeses, muito especialmente dos caseiros; decidindo sobre a agitação, a propaganda, as propostas sindicais, e demais ações de massa a realizar.
Alguns militantes do partido colaboravam nos jornais do Movimento Sindical «Trabalho e União» e «A Batalha», nomeadamente o metalúrgico Henrique Pereira, que publicou diversos artigos no último desses semanários, dos quais salientamos um trabalho sobre a importância da Educação e da Instrução, que considerava fundamental para a formação dos trabalhadores.
Na vida particular os militantes do PCP liam muita literatura marxista, preocupavam-se com os problemas dos Movimentos Sindical, Camponês e Operário; e mantinham-se informados sobre tudo o que se passava no mundo, principalmente as conquistas dos bolcheviques na URSS.
Nos longos anos de fascismo, como muitos dos livros e revistas que liam fossem proibidos, adquiriam esses exemplares, clandestinamente, e preocupavam-se em os esconder, quase sempre nos «forros» das suas casas.Em 1934/35, foram presos e duramente torturados pela «PIDE» alguns membros da direção do «Partido Comunista Português da Madeira», em consequência duma denúncia feita a essa polícia política pelo guarda Barbeito – bufo corrupto que obteve informações duma fadista continental que se tinha tornado amante do reinadio guitarrista e militante do PCP João Amaral, e à qual o ativista António Maria Gonçalves fornecia o «Avante».
Em consequência das sevícias, o 1º responsável do partido Antenor Cruz, que mesmo depois de ter sido selvaticamente atormentado e torturado nunca denunciou os seus camaradas, acabou por falecer, estoicamente, vitima das torturas e espancamentos, apesar dos assassinos da polícia política informarem que se tinha suicidado no hospital.
Alertados do perigo que corram, os restantes membros do Comité da Direção Regional, rapidamente reuniram-se na sapataria do seu camarada António Rodrigues, e decidiram dissolver a direção do partido, esconder e destruir toda a papelada e demais o material comprometedor, avisar todos os outros militantes e ativistas para que redobrassem os cuidados próprios da clandestinidade, e encarregar o 2º responsável João Ivo Ferreira, para partir, imediatamente, para Lisboa, a fim de analisar e dissecar a grave conjuntura madeirense junto do «Comité Central do Partido Comunista Português»Depois de estudarem e ponderarem a situação vivida na Madeira, os membros do Secretariado do Comité Central do PCP, que também estavam implementando a reestruturação partidária dirigida pelo secretário-geral Bento Gonçalves, decidiram encarregar o próprio Ivo Ferreira de reorganizar as células do partido na Madeira, e refazer o Comité Regional, sobre a sua direção.
No decurso desses penosos acontecimentos, por suspeita de delação, facto que nunca se confirmou inteiramente, o dirigente Manuel Maria Gonçalves, foi expulso do partido.Após esse período conturbado, corajosamente, o PCP-Madeira voltou à luta, já à cabeça do Movimento Operário e Camponês, embora a repressão fosse tremenda, e se tornasse explosiva, em 1945, com o aproximar do fim da IIª Guerra Mundial.
E quando foi anunciado que esse sangrento conflito tinha terminado com a derrota do nazismo, o «PCP-Madeira» conseguiu enviar um telegrama de congratulações a Churchill, solicitando apoios para o duro combate contra as ditaduras fascistas na Europa.
Nessa época, o «Partido Comunista Português» madeirense, teve ainda grande atividade, sobretudo quando surgiu o «Movimento de Unidade Democrática – MUD», de cuja comissão local, escolhida em 1945, fizeram parte os seus militantes Henrique Pereira, o “Mestre Henriques” e Ulrich Abreu.
Essa Comissão do «Movimento de Unidade Democrática- MUD» na Madeira, seria composta pelos seguintes ativistas:
Dr. Américo Durão – Médico Cirurgião.
Dr. Vasco Marques – Advogado.
Dr. Brito Câmara – Advogado.
Dr. Pestana Júnior – Advogado.
Tenente Ascensão – Militar na Reserva. Henrique Pereira – Metalúrgico e militante do PCP.
Ulrich de Abreu – Empregado do Comércio, e também militante do Partido Comunista Português.
Em fins de Maio de 1948, o «Partido Comunista Português da Madeira» sofreu outro rude golpe, quando após uma denúncia, a «PIDE» prendeu os seus principais dirigentes e muitos quadros, acabando vinte e três deles por responder nos «Tribunais Especiais» do regime, julgamento que se tornou tristemente célebre, por dele resultar as primeiras sentenças em que foram aplicadas as famigeradas medidas de segurança, com efeitos retractivos.
Nessas circunstâncias, foram presos os membros do “Comité Regional”
João Ivo Ferreira,
António Maria Gonçalves,
Luiz Maria de Nóbrega “O Mestre Luiz”,
Henrique Ricardo Pereira “O Mestre Henriques”, António Rodrigues “ O Mestre António”,
João Inês Mendonça “O Mestre Mendonça”
e Carlos Agapito Camacho.
Além desses dirigentes também foram presos os seguintes valorosos militantes:
Adelino CostaJoão Silvano Figueira “O Mestre Cruz”
Arnaldo Adrião Silva
Dr. João Gouveia Meneses
Manuel Mendonça Gouveia
Manuel Pestana de AndradeJ
osé Jorge da Felicidade Freitas
Alirioo Sequeira Nunes
Joaquim Carlos Baptista Pimenta
Carlos Martins Pereira
Henrique Pereira “O Tarzan”
Manuel Paulo de Sá Braz
Álvaro Fernandes Gouveia
João Simeão Gomes
Carlos André de Andrade
José da Silveira “O Zé Guitarrista”
Tito Pereira da Conceição
José PitaJ
osé de Freitas
Francisco Fernandes Camacho
João Gomes Granito
João da Silva
João Gomes Valente
Abel Florêncio Fernandes
Francisco Saboia Ornelas
Dr. António Pedro de Sousa Freitas
Noé Alberto Pestana
António Vitorino Carvalho
João Ferreira “O Martelinho”
Ulrich da Paixão Abreu
José Vieira “O Coxo”
Agostinho da Silva Fineza
José Baptista da Silva
Jaime Assis
Raul Alberto Macedo
Dr.Joaquim Arco
Augusta Abreu Martins “A Gina”
Florentino de Jesus Gomes
Mário Ribeiro
Esses arrojados militantes madeirenses do “Partido Comunista Português!” sofreram atrocidades, torturas e humilhações de toda a ordem, sendo que alguns até perderam a vida na heróica luta pela transformação da sociedade. Aproveitamos para recordar Antenor Cruz, que antes destes acontecimentos tinha sido assassinado pela PIDE, embora a criminosa policia tenha anunciado que se suicidara; o valoroso tipógrafo Agostinho da Silva Fineza, que após ter cumprido cerca de 5 anos de prisão nas masmorras do Aljube e de Caxias, seria abatido a tiro pela criminosa polícia política, numa manifestação do 1º de Maio de 1963, que decorria em Lisboa; e ainda o camarada Garcês que foi assassinado na Revolução do Leite de 1938, quando distribuía um comunicado.
Depois de terem estado detidos e incomunicáveis nos cárceres de Caxias, os comunistas madeirenses, presos em Maio de 1948, foram julgados em Julho de 1949, no «Tribunal Plenário da Boa Hora», tendo sido seus advogados de defesa os Drs. Bustorff Silva, Mário Ferreira, Fernando de Castro, e Nuno Rodrigues dos Santos.
Foram condenados a quatro anos de prisão maior celular, seguidos de oito de degredo, ou em alternativa na pena fixa de quinze anos de degredo, João Ivo Ferreira, Carlos Agapito Camacho e Florentino Jesus Gomes.O Luiz Maria de Nóbrega e Agostinha da Silva Fineza, em três anos de prisão maior celular, ou em alternativa quatro anos e meio de degredo.
Henrique Ricardo Pereira, João Inês de Mendonça, António Rodrigues e António Maria Gonçalves, a dois anos de prisão maior celular ou em alternativa três anos de degredo.
Com vinte meses de prisão correcional foram condenados Adelino Costa, Pedro Severiano dos Reis e Manuel Amaral Jorge. Finalmente a dezoito meses de prisão foram condenados o Dr. João Gouveia de Meneses e Manuel Mendonça Gouveia. Conseguiram ser absolvidos Tito Pereira da Conceição, José de Freitas, João Gomes Granito, João Silvano Figueira, Ulrich da Paixão Abreu, João da Silva, João Gomes Valente, Abel Correia Fernandes, Manuel Pestana Andrade, Carlos Martins Pereira, Henrique Pereira «O Tarzan», Noé Alberto Pestana e o Dr. José Prudêncio Teles.
Antes de terem sido julgados, todos os militantes do Partido Comunista Português, foram vítimas de maus-tratos e espancamentos, nomeadamente durante os violentos e desalmados interrogatórios. Alguns seriam até sujeitos à terrível tortura do sono, conhecida por “estátua”, nomeadamente o valoroso e heróico Ivo Ferreira, que por ser o 1º responsável do partido, seria o mais duramente seviciado.
Após a condenação a pesadas penas, os militantes do PCP foram cumpri-las nas tremendas masmorras de Caxias e Peniche, sofrendo condições de grande severidade, em que até era quase impossível comunicar uns com os outros; apenas conseguindo atenuar a solidão fabricando, manualmente, objetos do tipo artesanato.
A própria correspondência para as famílias era censurada, e a hipocrisia foi tanta que não podiam escrever que estavam numa cela, devendo substituir essa expressão pela palavra «sala» …Henrique Pereira, que também foi brutalmente espancado nesses criminosos interrogatórios, por ter sido surpreendido na prisão, a criticar o presidente da República fascista, general Carmona, após cumprir uma longa punição na fétida célula disciplinar, foi transferido para os cárceres do Porto.
João Ivo Ferreira, autodidata e brilhante caricaturista, entretinha-se a desenhar os camaradas de prisão, os juízes que o condenaram, e até um guarda prisional com cara de símio, ironicamente esboçado com um ondulante rabo de macaco…
E por estarem presos no Continente, a maioria dos madeirenses não eram visitados pelos seus pobres familiares, o que os penalizava profundamente. Henrique Pereira contou-nos que, excepcionalmente, a mãe do Ivo Ferreira, já muito velhinha, deixava a ilha para visitar o seu heróico e nobre filho, encarcerado pelos fascistas de Salazar, apenas por ter lutado por mais pão e justiça para todos os homens…
Depois dos anos cinquenta, devido à prisão de quase todos os seus quadros, o PCP-Madeira, teve uma atividade bastante débil, nunca mais tendo sido possível eleger uma verdadeira «Direção da Organização Regional», pois os próprios quadros e militantes que iam saindo das prisões, eram sempre vigiados pela PIDE, e não tinham condições para voltar a militar com a necessária segurança e eficácia.
Nessas difíceis circunstâncias, os poucos militantes e simpatizantes clandestinos do PCP, passaram a atuar ativamente em todas as organizações progressistas unitárias madeirenses, que iam do «Teatro Experimental», ao «Cine-Forum», das “Conferências do Pátio”, às tertúlias da oposição democrática, do jornal «Comércio do Funchal» e do grupo dos «Padres do Pombal».Quando havia «eleições» o médico Fernando Azeredo Pais e o advogado Rui Nepomuceno, subscreviam as propostas das candidaturas da oposição; e o Fernando Pais, além de ter escrito no «Comércio do Funchal» alguns artigos sobre as dificuldades no sector da saúde, chegou mesmo a concorrer à cabeça duma lista democrática pela Ribeira Brava, que obteve tantos votos, que obrigou os fascistas a terem de reconhecer esse bom resultado eleitoral.O António Feliciano Canavial, o Rui Nepomuceno, os escultores Anjos Teixeira, e Francisco Simões, o cirurgião Ricardo Jorge, o fotógrafo Manuel Nicolau e o jornalista João Rogério Prioste, sempre que podiam, divulgavam textos marxistas, distribuíam o “Avante”, e participavam em todas as iniciativas unitárias da oposição.
Em 22 de Abril de 1969, o Rui Nepomuceno, o Anjos Teixeira e o Fernando Azeredo Pais, subscreveram a célebre «Carta a Um Governador» onde além de fazerem uma análise sobre o comatoso estado económico e social vigente na ilha, claramente reivindicavam a Democracia e a Autonomia Política para o arquipélago da Madeira.
Logo nos primeiros dias que sucederam a Revolução de 25 de Abril de 1974, o António Feliciano Canavial, o João Rogério Prioste e o Rui Nepomuceno, ajudaram a organizar no jornal «Comércio do Funchal», a majestosa manifestação do 1º de Maio; e pouco depois colaboraram na constituição do movimento da esquerda «União do Povo da Madeira – UPM», tendo sido eleitos para a sua direção.
Mais tarde, quando esse movimento degenerou numa força esquerdista, radicalista e ,de expressão maoista, o Rui Nepomuceno foi o principal fundador dum outro movimento da esquerda unitária, denominado «Frente Popular Democrática da Madeira – FPDM», que aprovou uns Estatutos inspirados nos do MDP/CDE. A primeira Direção da «Organização Regional do Arquipélago do PCP da Madeira (DORAM)», eleita após o 25 de Abril, foi composta pelos «velhos» comunistas que sofreram muitos anos de prisão João Ivo Ferreira e Henrique Pereira “O Mestre Henriques”, e ainda pelo Martins Coelho (funcionário do partido) Rui Nepomuceno (advogado), Melon (jurista), Martinho (alfaiate), Laureano (empregado de escritório), Figueira (operário de panificação), e Edmundo (operário da Construção Civil).Uma das suas primeiras iniciativas foi homenagear os três gloriosos camaradas, que deram a própria vida pelo Socialismo, pelas Liberdades, pelo Pão, e pela Justiça, Antenor Cruz; Agostinho da Silva Fineza; e Garcês - os heróis supremos dessa longa batalha.
Elegeram o funcionário do partido António Martins Coelho como coordenador do trabalho partidário, e também para fazer a ligação com o Comité Central
Nesse período os comunistas madeirenses e outros militantes da esquerda passaram a dirigir importantes lutas, nomeadamente para o saneamento das direções dos sindicatos fascistas e a eleição dos dirigentes dos Sindicatos Livres, tarefas de que ficaram responsáveis João Ivo Ferreira, Henrique Pereira, Edmundo, e o João Rogério Prioste.
Para reforçar a luta pela extinção da Colonia ficaram responsáveis o Rui Nepomuceno e a Inês da Fonseca, pouco depois ajudados pelo militante João Lizardo, que havia chegado à Madeira, após ter terminado o curso de Direito em Coimbra.
Para dirigir a luta pela Autonomia Política, contra o terrorismo separatista da FLAMA, ficou responsável o dirigente Rui Nepomuceno, que com grande perigo de vida e após muitas peripécias, conseguiu contribuir, decisivamente, para que fosse apreendida a gelamonite e as armas dessa violenta organização, que estavam escondidas no Santo da Serra.
Os militantes do «Partido Comunista Português da Madeira», ainda colaboraram, ativamente, com outros democratas, para a criação da «União dos Sindicatos do Arquipélago da Madeira (USAM)», para a fundação da «União dos Caseiros da Ilha da Madeira (UCIM)» e do seu órgão «O Caseiro»; e também para durante algum tempo reeditar «O Comércio do Funchal», e de seguida o semanário «Farol das Ilhas».
Também, após a revolução de 25 de Abril, o PCP abriu a sua sede na Rua da Carreira no Funchal, em fins de Julho de 1974, e aumentou a sua base de apoio, com extrema dificuldade, pois foi vítima da violência separatista da «FLAMA», e das constantes calúnias de toda a direita trauliteira, do centro-direita, e ainda da maioria do clero, encabeçado pelo bispo Santana; todos objetivamente servidos por uma extrema-esquerda radical, que apelidava os militantes comunistas de «revisionistas» e até de «reformistas».
Apesar de tudo, o PCP concorreu às eleições para a «Assembleia Constituinte», realizadas em 25 de Abril de 1975, com uma lista de candidatos formada por Arlindo Ferreira, Ana Paula Velosa, José Manuel de Freitas, Henrique Pereira, Rui Nepomuceno, e Rogério Prioste.
O resultado foi ter-se classificado em 4º lugar no conjunto dos seis partidos concorrentes, totalizando 2.086 votos pelo Círculo da Madeira.
No princípio do século XXI, já com Edgar Silva como coordenador, apesar do anticomunismo do PSD de Alberto João Jardim, e de certo radicalismo esquerdista da UPM, seguido da UDP, e agora do Bloco de Esquerda; o certo é que o PCP, quase triplicou a sua votação, e tem dois deputados eleitos para a «Assembleia Legislativa Regional», e ainda autarcas elegidos em quase todas as freguesias do Funchal, e até chegou a ter um vereador na Câmara Municipal dessa cidade.
E, se nas Eleições Regionais de 1976, a coligação APU obteve 1.959 votos (1,8%); em 1988 a CDU já teve 2.562 votos (2,0%); e em 2004 alcançou os 7.593 votos (5,51%); passando a ser, por vezes, a terceira força mais votada na cidade do Funchal.