El sardanista pornógrafo que se merece una calle en Barcelona
El hispanista Jean-Louis Guereña aborda el retrato del inclasificable Joan Sanxo Farrerons, el tipo de hombre al que Lluís Companys perseguía por sus pulsiones bibliofilasSANXO FARRERONS:
PORNOGRAFIA E
LUTA DE CLASSES
Uma mistura explosiva
de erotismo e anarquiaJoan Sanxo Farrerons (1887-1957), que também usou os pseudónimos Victor Ripalda e
Laura Brunet, foi um escritor e editor catalão a quem o historiador Jean-Louis Guereña chamou “o rei da edição erótica e pornográfica em Espanha” nos anos 20 e 30 do
século XX. Essa atividade, aliada a uma convicta militância libertária, teve por resultado obras como ‘A Derrota das Direitas’, uma
mistura explosiva de erotismo e anarquia.
Graças a uma herança, fundou a editorial
Imprenta Layetana, que lhe permitiu publicar livros e revistas de vários géneros, do infanto-juvenil até à pornografia, que chegou
a circular por toda a Espanha e até na América Latina. As histórias eram ousadas para a
época, com insistência no lesbianismo, no
sadomasoquismo e até na zoofilia.
Na biografia ‘O Sardanista Pornógrafo’,
Guereña sublinha que o discreto Farrerons
(não se conhecem fotos suas) foi alvo da
censura não só durante a ditadura do general Primo de Rivera (1923-1930), mas ainda
mais por parte das autoridades republicanas
(1931-1939), com destaque para o governo
regional catalão encabeçado pelo líder autonomista Lluís Companys. Apesar disso, o
editor não hesitou em apoiar a República
durante a guerra civil. Em 1939, com a vitória de Franco, Farrerons perdeu tudo. A editora fechou e os seus pseudónimos caíram
no esquecimento. Tal como ele próprio: depois de ter escapado com vida aos tribunais
de guerra franquistas, acabou a carreira
como operário numa fábrica de lâmpadas.
Perseguido
pela censura
da monarquia,
da república e do
regime de FrancoA crise do SLB está para durar
"Há mulheres que têm um lado bom; outras têm todos os lados"