O pardalão não fala do actual sistema judicial que ele ajudou a parir após o 25 de Abril, quando o manhoso traidor andou a elaborar a nova constituição em 1975 que decidiu chamar Órgão de Soberania à organização do actual sistema judiciário completamente decalcado do modelo fascista herdado do tempo do Estado Novo.
Vital Moreira AQUI BEM ACOMPANHADO
QUARTA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2021
No bicentenário da Revolução Liberal (30): Abolição da Inquisição
Instituída em 1536 pela bula do papa Paulo III, a pedido do rei D. João III, seguindo o exemplo de Castela, a criação da Inquisição seguiu-se à expulsão ou conversão forçada de judeus e mouriscos em 1496 e marcou quase três séculos de perseguição da heterodoxia religiosa e da liberdade de crença e de opinião, através da tortura, do confisco e da execução dos hereges na fogueira, em hediondos autos-de-fé públicos, em Lisboa, Coimbra, Évora e Goa, num casamento maldito entre o Estado e a Igreja Católica.
2. Ainda que enfraquecida por ação do Marquês de Pombal, que a submeteu à autoridade régia, a Inquisição simbolizava ainda em 1821 tudo aquilo que a Revolução Liberal não podia tolerar.
Embora sem ser acompanhada da revogação do decreto manuelino de expulsão nem do reconhecimento da liberdade de culto, a extinção da Inquisição punha fim a séculos de obscurantismo, de terror persecutório, de atraso cultural e de eliminação física ou emigração dos melhores espíritos do País.
Com a extinção da Inquisição, a Revolução Liberal começava a desconstruir o Antigo Regime. Quando veio a contrarrevolução anticonstitucional em 1823, a extinção da Inquisição contou-se entre as poucas exceções à reversão geral da obra do triénio vintista.
Uma das páginas mais negras da história nacional tinha sido definitivamente rasgada, incluindo o resgate das suas inúmeras vítimas, sacrificadas no altar do sectarismo e do ódio religioso e do confessionalismo oficial do Estado.