Paulo Morais defende-se com "liberdade de expressão" em tribunal
PEDRO SALES DIAS
| 18/01/2016
O candidato às eleições presidenciais Paulo Morais suspendeu na manhã desta segunda-feira a campanha para ser ouvido no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, no âmbito de uma queixa-crime apresenta pelo ex-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes.
O social-democrata acusa-o pelo crime de difamação com publicidade e calúnia. "Suspendi a campanha, mas no fundo o tema que aqui nos traz é um tema que tem tudo a ver com as presidenciais. Eu venho aqui em defesa da liberdade de expressão. Não deixarei de dizer tudo o que penso. Os factos que eu habitualmente relato são verdadeiros, estão comprovados", disse Paulo Morais remetendo novamente para casos de corrupção e tráfico de influências. À porta do TIC, prometeu ainda, ser um como Presidente da República "acérrimo defensor da liberdade de expressão que tem sido atacada em Portugal".
Em causa estão comentários televisivos de Paulo Morais a propósito de notícias sobre o património de Menezes, ex-autarca que está a ser investigado pela Polícia Judiciária e pelo Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto. "É muito estranho quando vemos pessoas como Luís Filipe Menezes a ganhar 4 ou cinco mil euros por mês, não faço ideia quanto ganho o presidente da câmara de Gaia, e a presentar propriedades de meio milhão ou milhão de euros. Além disso, em Portugal, a juntar à corrupção depois ainda há parolice, que é a vontade de ostentar. Portanto, já não basta serem corruptos ainda são parolos", referiu Morais. O juiz de instrução criminal decide sexta-feira se Paulo Morais vai ou não a julgamento.
Quanto ao processo em concreto, Paulo Morais preferiu não prestar mais declarações, mas à porta teve ainda tempo para lembrar um conhecido adágio que relacionou com esta situação. "Há um provérbio português que diz que 'quem cabritos vende e cabras não tem de algum lado lhe vem'", gracejou.
Questionado sobre comentários recentes do advogado José Miguel Júdice que considerou o programa eleitoral de Morais "apatetado", o professor universitário sublinhou que nos últimos dias tem sido alvo de insultos vindos da direita e da esquerda, "de Júdice da Direita a Louçã da esquerda". Morais diz enfrenta-lo, porém, com naturalidade. "Naturalmente que estão incomodados com a minha candidatura. Eu ficaria preocupado é se eles andassem a elogiar. Acho que em defesa da liberdade de expressão, as pessoas sobre mim emitem as opiniões que entenderem e também têm todo o direito a insultarem-me. Serei o primeiro a defender o direito de me insultarem", disse. (JN)
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