Faleceu Miguel Urbano Rodrigues
Faleceu no sábado, aos 91 anos, Miguel Urbano Rodrigues, «reconhecido jornalista e escritor com percurso de intervenção política em Portugal e no estrangeiro, antes e depois do 25 de Abril, ao longo de muitas décadas», militante do PCP desde 1964, como sublinha o Secretariado do Comité Central em nota emitida no próprio dia, na qual transmite à família o seu pesar.
Nascido em Moura em Agosto de 1925 numa família de tradição republicana, Miguel Urbano Rodrigues cedo abraçou a carreira de jornalista: primeiro no Diário de Notícias e depois no Diário Ilustrado. Na sequência do seu despedimento, exila-se no Brasil, onde escreve para os jornais O Estado de S. Paulo e Portugal Democrático e para a revista brasileira Visão. É também no Brasil que consolida as suas convicções políticas e inicia a sua militância antifascista activa, que o levaria, em Janeiro de 1964, a aderir ao Partido Comunista Português.
Após o 25 de Abril de 1974, regressa a Portugal assumindo desde logo o cargo de chefe de redacção do Avante!, no qual permanece até 1976, data de fundação de O Diário, do qual foi o primeiro director (até 1985). Contudo, a colaboração com o Avante! prosseguiu pelas décadas seguintes, destacando-se pelos múltiplos e valiosos artigos que escreveu sobre a situação internacional e, particularmente – mas não só –, da América Latina, da qual era profundamente conhecedor em virtude do seu exílio no Brasil e da sua estadia em Cuba durante vários anos.
A nível das responsabilidades políticas que assumiu, realça novamente a nota do Secretariado, foi presidente da Assembleia Municipal de Moura entre 1986 e 1988 e deputado do PCP na Assembleia da República entre Agosto de 1987 e Outubro de 1995. Miguel Urbano Rodrigues destaca-se ainda como jornalista de investigação e reportagem, sendo autor de vários livros.
No funeral, realizado segunda-feira, 29, no Porto, esteve presente uma delegação do PCP que integrava Jaime Toga da Comissão Política do Comité Central assim como muitos militantes e simpatizantes do Partido, familiares, amigos e figuras da cultura portuguesa. Para além da nota do Secretariado, o Secretário-geral do PCP enviou uma mensagem de condolências à família, assim como o ministro da Cultura e o Presidente da República bem como mensagens oriundas de vários países.
17) O Diário Acusa – Mais de Mil Horas nos Tribunais (Miguel Urbano Rodrigues, Caminho, 1985). Pode encontrar-se o rasto – mesmo que ténue – da produção de um jornal nas colecções poeirentas das bibliotecas, mas as vicissitudes administrativas e judiciais de um jornal costumam desaparecer no dia em que o último participante expira. No caso de O Diário, jornal fundado pouco depois da Revolução de Abril e inequivocamente próximo do Partido Comunista, Miguel Urbano Rodrigues deixou um testemunho precioso do que foi a vida judicial do periódico e do seu director, frequentemente querelados por personalidades políticas e económicas. Na barra do tribunal, O Diárioganhou e perdeu batalhas com Sá Carneiro e herdeiros, com Ângelo Correia, com Proença de Carvalho, José Júdice, entre tantos outros. Vale a pena ler para recolher impressões sobre o jornalismo do início da década de 1980 e as tentativas de balização da sua intervenção. (fonte)
Fernando Luso Soares advogado do "Diário"
O boneco que se vê aqui por cima, é o outrora famoso “Zé Ferrugem”, figura de banda desenhada que animava o jornal “O Diário”, afecto ao PCP. E naquela figura – que no seu original se trata de um autocolante de colecção que guardo entre muitos outros – ali vemos a expressão clara e inequívoca da ostentação da verdade como sinal distintivo em relação à concrrência.
Ironicamente, o jornal acabria por fechar, forçando o PCP a recorrer àquilo que combatera desde o início na legislação laboral: o despedimento colectivo. (fonte)
Quando "O DIÁRIO" terminou, o jornal Público, provocatoriamente, usou como markting provocatório “mais tarde ou mais cedo, o seu jornal”! Nunca foi o meu jornal! Não gosto de gastar dinheiro com lixo! O Diário, doeu tanto a perda deste jornal. Que orgulho era comprar um jornal tendo como director o Miguel Urbano Rodrigues! “A VERDADE A QUE TEMOS DIREITO” depois foi o que se viu! Nunca mais houve um jornal isento. Agora, os jornais são do governo e do grande capital! Os jornais são do sistema, da mentira e do medo!
No funeral, realizado segunda-feira, 29, no Porto, esteve presente uma delegação do PCP que integrava Jaime Toga da Comissão Política do Comité Central assim como muitos militantes e simpatizantes do Partido, familiares, amigos e figuras da cultura portuguesa. Para além da nota do Secretariado, o Secretário-geral do PCP enviou uma mensagem de condolências à família, assim como o ministro da Cultura e o Presidente da República bem como mensagens oriundas de vários países.
17) O Diário Acusa – Mais de Mil Horas nos Tribunais (Miguel Urbano Rodrigues, Caminho, 1985). Pode encontrar-se o rasto – mesmo que ténue – da produção de um jornal nas colecções poeirentas das bibliotecas, mas as vicissitudes administrativas e judiciais de um jornal costumam desaparecer no dia em que o último participante expira. No caso de O Diário, jornal fundado pouco depois da Revolução de Abril e inequivocamente próximo do Partido Comunista, Miguel Urbano Rodrigues deixou um testemunho precioso do que foi a vida judicial do periódico e do seu director, frequentemente querelados por personalidades políticas e económicas. Na barra do tribunal, O Diárioganhou e perdeu batalhas com Sá Carneiro e herdeiros, com Ângelo Correia, com Proença de Carvalho, José Júdice, entre tantos outros. Vale a pena ler para recolher impressões sobre o jornalismo do início da década de 1980 e as tentativas de balização da sua intervenção. (fonte)
Fernando Luso Soares advogado do "Diário"
O boneco que se vê aqui por cima, é o outrora famoso “Zé Ferrugem”, figura de banda desenhada que animava o jornal “O Diário”, afecto ao PCP. E naquela figura – que no seu original se trata de um autocolante de colecção que guardo entre muitos outros – ali vemos a expressão clara e inequívoca da ostentação da verdade como sinal distintivo em relação à concrrência.
Ironicamente, o jornal acabria por fechar, forçando o PCP a recorrer àquilo que combatera desde o início na legislação laboral: o despedimento colectivo. (fonte)
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