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Francisco de Paula Oliveira o mítico Pável
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O livro sobre a vida e obra de Pável escrito por Edmundo Pedro (recentemente falecido) inspirou Carlos Pereira a escrever sobre a injustiça de que foi vítima no golpe palaciano que o afastou da liderança do PS/Madeira
Pág.ª 102 do livro:
« O Pável foi vítima daqueles que invejavam o seu cargo, entre os quais Armando Magalhães, Júlio de Melo Fogaça e Álvaro Cunhal. A responsabilidade principal, em termos imediatos, do seu afastamento do cargo que exercia cabe, como largamente foi relatado atrás, a Armando Magalhães. ...»
Um homem não se apaga
Este PS-M tem de resistir à tentação de se apagar a si próprio. De anular-se da vida política regional.CARLOS PEREIRA /11 FEV 2018 / 02:00 H.
«É um dos mais densos mistérios da política nacional. Era um militante dedicado e empenhado de tal forma que se adivinhava a sua ascensão que o consagraria no mais cobiçado lugar da hierarquia partidária. Sem explicação racional é abandonado pelo partido e praticamente expulso das lides políticas. Francisco de Paula Oliveira, o mítico Pavel, é um dos mais misteriosos combatentes antifascistas portugueses. Desprezado pelos seus camaradas mudou de vida exilou-se e transformou-se num notável intelectual reconhecido internacionalmente. O mistério permanece: porque foi riscado do partido que militava?Foi o histórico socialista Edmundo Pedro, falecido recentemente, que escreveu o livro sobre Pavel, com o titulo deste artigo, e não podia ser mais oportuno lembrar-me dele neste momento.Aquando o Congresso do PS-M, onde estive presente para apresentar a minha moção estratégica global, retirando-me de seguida num acto de normalidade democrática de quem perde eleições e que deixa o espaço todo do congresso para a exaltação do novo líder, ouvi vozes a pedir a minha expulsão do partido. Uma inqualificável posição, recebida num silêncio ensurdecedor pela generalidade dos intervenientes que ocupavam a mesa do congresso. Num exercício esforçado de compreender o descuido zangado de quem estrebucha para tocar no céu, parece-me que esse desabafo histriónico só pode ter acontecido porque estive no congresso a abanar a bandeira dos princípios socialistas e da legitimidade de os defender. Mas também ouvi insultos e ofensas graves à minha honra. Mas não às minhas convicções e ideias, essas nem mereceram debate, mas ao facto de, provavelmente, apenas existir, de estar, de aparecer, de não abandonar ideais e nunca sucumbir ao oportunismo fácil e mediático. Finalmente, no rescaldo do congresso li textos despudorados e cheios de raiva sobre a minha pessoa e não sobre a minha moção. Essa porventura nem mereceu a leitura desses camaradas. Textos, vozes e insultos a que nunca responderei. As ofensas pessoais são dolorosas, mas doem mais, e ferem mais intensamente, quando têm origem nos nossos camaradas. Esperamos tudo dos nossos adversários, mas não estamos preparados para a injustiça, a desfaçatez e a maledicência da nossa família política . Mas, um homem não se apaga. O PS-M tem memória e os militantes sabem que não se risca a convicção, a liberdade de expressar pensamentos e princípios. Esses são a base da democracia, modelo político que lutamos desenfreadamente anos e anos e pelo qual sofremos tanto. Por isso, este PS-M tem de resistir à tentação de se apagar a si próprio. De anular-se da vida política regional. De embarcar no facilitismo do populismo que, sendo mediaticamente convincente é, a prazo, destruidor da afirmação do PS-M das suas ideias força e da sua base de criação. Se tudo isto estiver em risco, todos perdemos e apagamos a essência do nosso combate. Seremos iguais a tantos outros, sem que possamos festejar o advento da gloriosa alternância dos sonhos dos militantes socialistas . Restará esperar pela vitória do populismo que não configura nenhuma mudança.» (ver Diário)
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