Giovanni Quintella Bezerra, o anestesista preso em flagrante por estuprar uma grávida durante a cesariana, demonstrou surpresa ao receber voz de prisão da delegada Bárbara Lomba
Giovanni Quintella Bezerra, o anestesista preso em flagrante por estuprar uma grávida durante a cesariana, demonstrou surpresa ao ser informado de que era pelo crime de estupro que ele estava sendo preso - e ao tomar conhecimento de que tinha sido gravado abusando da paciente.
Funcionárias desconfiaram e agiram
Crime cometido no mesmo dia da detenção
Uma das funcionárias que ajudou a denunciar o crime, não identificada, revela ter colaborado com o anestesista em três partos no dia da detenção. Nas primeiras duas cesarianas, estranhou a quantidade excessiva de substância anestésica aplicada às grávidas e a insistência em fazê-las adormecer durante o procedimento. "As pacientes nem sequer conseguiam segurar os seus bebés" durante o recobro, explica, num depoimento partilhado com o portal de notícias G1. A mesma fonte descreve o comportamento invulgar do anestesista ao longo dos três partos, realizados no mesmo dia em que viria a ser preso. Logo na primeira cesariana, a testemunha relata que Giovanni aguardou a "saída do acompanhante da paciente da sala de cirurgia" para montar "uma cabana que impedia que qualquer pessoa pudesse visualizar a paciente do pescoço para cima". Na segunda intervenção, recorreu uma vez mais ao "capote aberto nele próprio" para limitar o ângulo de visão dos colegas.
"Giovanni, ainda posicionado na direção do pescoço e da cabeça da paciente, iniciou, com o braço esquerdo curvado, movimentos lentos para frente e para trás", acrescenta, no mesmo documento. "Pelo movimento e pela curvatura do braço, pareceu que estava a segurar a cabeça da paciente em direção à sua região pélvica".
Na terceira cesariana realizada nesse domingo, por volta das 16:00, um grupo de enfermeiras e funcionárias do hospital decidiu investigar a conduta do médico. Para o efeito, solicitaram a alteração da sala de partos para outra que dispunha de um armário de vidro perto da cabeça da parturiente, onde sabiam que Giovanni se posicionaria. Sem o conhecimento do anestesista, as enfermeiras apoiaram o telemóvel no suporte de vidro e gravaram toda a operação. Como acontecera nas duas cesarianas anteriores, o campo cirúrgico cuidadosamente montado pelo médico não permitiu que a restante equipa visualizasse o rosto da paciente (ou a parte inferior do corpo do homem). O crime só viria a ser descoberto após o parto, aquando da recolha do telemóvel. As provas eram tão chocantes quanto irrefutáveis: enquanto a equipa conduzia o parto, era possível ver o homem a acariciar o rosto da parturiente com o órgão sexual e, a certo momento, a introduzi-lo na sua boca. Minutos mais tarde, serviu-se de um papel para limpar os indícios do crime.
A atuação imediata do grupo de funcionárias do Hospital da Mulher Heloneida Stuard permitiu que o crime fosse descoberto e o agressor detido no próprio dia, ainda nas instalações hospitalares.
"As imagens falam por si", comenta a delegada Bárbara Lomba, responsável pela investigação, assumindo que bastou ter acesso às filmagens para proceder à detenção em flagrante do suspeito. "Todos viram o que aconteceu. Aquilo ali é um relato do crime. O próprio autor, vítima, todos presentes. Toda a dinâmica do crime está ali". Ver mais em CNN
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