Vista aérea mostra prédios destruídos no distrito de al-Zahra, no sul da Cidade de Gaza — Foto: Divulgação/Hamas
Os media corporativos passaram a propalar mentiras às catadupas após a operação de 7 de Outubro em Israel. Eis algumas delas:
Sem limites.
«A banalização da barbárie, seja através da negação do genocídio em Gaza que está a ser cometido à vista de todos, do descrédito total da ONU ou da intimidação dos juízes do Tribunal Internacional de Justiça; seja pelo ataque sem precedentes à liberdade de imprensa, à liberdade de expressão e à liberdade de manifestação, de Washington a Londres, de Paris e Berlim, de Lisboa a Bruxelas; seja pela escalada suicida de uma nova corrida aos armamentos, incluindo nucleares, está a escancarar as portas à extrema-direita no mundo ocidental.»
O senador norte-americano Lindsey Graham, da Carolina do Sul, considera que Israel deve fazer tudo o que for preciso «para sobreviver». Para que não haja dúvidas de que «tudo» é mesmo «tudo», Graham, falando durante uma entrevista no Meet the Press da NBC News, em meados de Maio, estabeleceu um paralelo com o bombardeamento nuclear de Hiroshima e Nagasaki pelos EUA. «Essa foi a decisão certa», disse o senador, que advoga o envio de mais armas para Israel e relativiza o número de vítimas civis. Já em finais de 2023, num programa da CNN, Graham tinha incentivado o massacre de palestinianos, considerando que «não há limite» para o que Israel deve fazer em nome da sua alegada defesa.
Graham é apenas um da legião de deputados e senadores norte-americanos que Israel sustenta com o seu poderoso lobby nos EUA, sem distinção de republicanos e democratas, e que faz questão de mostrar ao mundo, como ilustra a foto da ex-embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, em recente visita a Israel, a escrever em bombas a lançar sobre os palestinianos: «Acabe com eles! América [ama] Israel».
A banalização da barbárie, seja através da negação do genocídio em Gaza que está a ser cometido à vista de todos, do descrédito total da ONU ou da intimidação dos juízes do Tribunal Internacional de Justiça; seja pelo ataque sem precedentes à liberdade de imprensa, à liberdade de expressão e à liberdade de manifestação, de Washington a Londres, de Paris e Berlim, de Lisboa a Bruxelas; seja pela escalada suicida de uma nova corrida aos armamentos, incluindo nucleares, está a escancarar as portas à extrema-direita no mundo ocidental.
Na corrida a novo mandato, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, não hesita em procurar o apoio da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, assumida neofascista, por estes dias em acelerado processo de aproximação à líder francesa de extrema-direita, Marine Le Pen. Nada que perturbe a UE ou os EUA, desde que não ponha em causa a submissão aos interesses de Washington, seja a deitar gasolina no incêndio da Ucrânia, com Macron a advogar envio de tropas, secundado pelo secretário-geral da NATO, Stoltenberg, e pelo chanceler alemão Olaf Scholz, adeptos de mais ataques dentro da Rússia, sem esquecer Gouveia e Melo, já a ensebar as botas de excitação; seja continuando a ignorar os crimes de Israel, que na tentativa de esconder a verdade já matou pelo menos 102 jornalistas e outros profissionais dos media, prendeu outros 76, dos quais 50 continuam presos, incluindo 20 em prisão preventiva, modalidade que lhe permite manter prisioneiros indefinidamente sem os acusar ou permitir que sejam julgados. Tal fez o fascismo em Portugal. Ou como os EUA em Guantanamo.
Com a ameaça nuclear transformada em faits divers e o genocídio em insignificância, dizem-nos para confiar a paz ao império e às suas mais de 750 bases militares no mundo. Um convite para ficar à espera que expluda.
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