P.S.: Um bom exemplo da utilização do
poder judicial para fns políticos, a tão falada
lawfare, é a acusação deduzida em
Moçambique contra o ex-candidato
presidencial Venâncio Mondlane. Dela
constam seis crimes: um crime de apologia
pública ao crime, um crime de incitamento à
desobediência colectiva, um crime de
instigação pública a um crime, um crime de
instigação ao terrorismo e um crime de
incitamento ao terrorismo. Na verdade, não
há nenhum crime: exerceu a sua liberdade de
expressão como cidadão.
Os exemplos deste crescendo dos poderes,
validados pelo sistema judicial, de um
Presidente vingativo e mal formado (em
termos europeus) são diários e tanto passam
pelas ameaças e processos judiciais contra
órgãos de comunicação social, como, por
exemplo, pelo afastamento dos jornalistas da
Associated Press da Sala Oval em virtude do
diferendo Golfo do México/Golfo da América.
Estamos, assim, a assistir em contínuo à
transformação de um regime democrático nos Estados Unidos da América, com uma clara
separação de poderes, num regime autoritário
e arbitrário, em que a vontade de um homem é
a lei, sem qualquer necessidade de ser
aprovada pelo Congresso, e em que todas as
agências, departamentos e instituições estatais
se subordinam e confundem com a voz desse
chefe, podendo os seus dirigentes,
funcionários ou agentes ser afastados ou
demitidos em massa, de um momento para o
outro, sem outra razão que não a sua vontade
pessoal.
Até onde irá esta ofensiva autoritária,
ninguém poderá dizer com toda a certeza,
mas parece claro que os checks and balances
não estão a funcionar e que Trump e os seus
subordinados não têm a intenção de parar
nesta verdadeira blitzkrieg.
Por isso que o demente coelho se safou.
ResponderEliminarPara pagar os calotes do pai
EliminarGrandes vitórias dos cuelhos.
ResponderEliminar