Comemora-se o aniversário da derrota do nazi-fascismo na II Guerra Mundial. A guerra de 1939-45 foi a maior carnificina na história da Humanidade. Mais de 50 milhões de mortos. Uma guerra combatida da Europa ao Extremo Oriente, mas que viu os combates decisivos e mais intensos no território da União Soviética. Foi o povo soviético e o seu glorioso Exército Vermelho que – à custa de mais de 20 milhões de mortos – deram o contributo determinante para a derrota das hordas nazis. Os povos do mundo ser-lhes-ão eternamente gratos.
A II Guerra é inseparável da grande crise do capitalismo que eclodiu em 1929 e que levou o nazismo ao poder na Alemanha. Mas o nazi-fascismo não foi um acto de mera irracionalidade. Por toda a parte, a sua missão histórica foi a de esmagar o movimento operário e popular e impor a dominação de classe pela violência e o terror. E por isso contou com o apoio activo e solidário de boa parte das classes dominantes europeias. Para o nazismo alemão tratou-se ainda de assegurar o «espaço vital» que alimentasse os lucros dos grandes monopólios alemães que levaram Hitler ao poder. Peça chave desse objectivo era a conquista e colonização dos territórios da URSS, que deveria garantir recursos e mão-de-obra escrava em abundância.
O fim da II Guerra Mundial, com a derrota do sector mais violento e terrorista do capitalismo europeu, trouxe importantes vitórias para os povos, no plano político, económico e social. Mesmo nos países que, libertos do fascismo, permaneceram sob o sistema capitalista, a nova correlação de forças mundial levou à criação do que se convencionou chamar «Estado Social». Hoje dizem-nos que é insustentável e que «não há dinheiro». Mas houve dinheiro na Europa destruída por seis anos de guerra. Porque o problema não é «haver dinheiro». O problema é quem o detém e como se gasta.
Com a reconstituição do poder férreo do grande capital – e através desse instrumento agressivo de dominação de classe e nacional que é a União Europeia – os povos europeus sofrem a destruição das suas conquistas. E também o regresso, pela mão da UE e EUA, do fascismo. Por mais voltas que a propaganda de regime dê, a verdade é que os fascistas ucranianos chegaram aos corredores do poder pela via do golpe e da violência, e pela mão da UE/EUA. Não são fascistas reciclados. São fascistas que se orgulham do seu passado de combate nas fileiras das SS nazis. E dos massacres de muitos milhares de pessoas (quer na tropa nazi, quer por conta própria) não só contra o povo e os comunistas soviéticos, mas contra judeus, polacos e outros. Não se trata de águas passadas. O massacre de dia 2 de Maio em Odessa foi um acto propositado: as tropas de choque fascistas atearam fogo à Casa dos Sindicatos onde se refugiaram dezenas de pessoas que participavam num acampamento de protesto anti-golpe no largo fronteiriço; quando os bombeiros chegaram foram atacados e quem procurava fugir do edifício era agredido e morto. Houve dezenas de mortos, muitos queimados vivos. Tal como nos anos 30, a violência fascista mata, com a cumplicidade do poder e das potências a quem serve. Tal como nos anos 30, esta violência fascista tem um objectivo de classe: impôr ao já martirizado povo ucraniano as políticas troikeiras da UE e FMI, pilhar (ainda mais) as riquezas da Ucrânia, transformá-la em terra de trabalho (ainda mais) escravo e em base de arranque para novas guerras imperialistas.
A Comissão Europeia é presidida por Durão Barroso, o anfitrião da famigerada Cimeira das Lajes, a Cimeira da mentira e da guerra do Iraque. A UE é hoje o principal agente de empobrecimento dos povos europeus. E é também promotor de guerra e fascismo. Na Europa e no mundo, o grande capital que manda na UE quer novos lebensraum.
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