Mário Castelhano, líder histórico do movimento anarcossindicalista, nasceu no dia 31 de maio de 1896, em Lisboa. Começou a trabalhar aos 14 anos na Companhia Portuguesa dos Caminhos-de-Ferro (CP), tendo ascendido mais tarde a empregado de escritório. O ativismo e o envolvimento direto em inúmeras lutas operárias e sindicais levariam a que fosse despedido.
Presente nas greves dos ferroviários, foi dirigente sindical na CP, no Sindicato dos Ferroviários de Lisboa e vários sindicatos da Confederação Geral do Trabalho (CGT), dirigindo jornais associados. Pertenceu à comissão organizadora do I Congresso Ferroviário; à comissão executiva da Federação Ferroviária; delegado da Federação Ferroviária; esteve na reorganização do Conselho Confederal da CGT; tornou-se secretário-geral; redator principal do órgão "A Batalha".
Após a revolta falhada de fevereiro de 1927, a CGT foi ilegalizada, o jornal "A Batalha" assaltado e Castelhano foi preso e deportado para Angola. Em 1930, foi transferido para os Açores e transferido para a Ilha da Madeira, onde logrou dar apoio à revolta que ali se desencadeou. Na falha deste movimento revolucionário, organizou a fuga para Lisboa, embarcando clandestinamente no porão do navio Niassa. Em 1933, voltou a ser o principal responsável da CGT e esteve entre os organizadores da revolta de 18 de janeiro de 1934. No entanto, foi preso no dia 14 e colocado no Presídio Militar da Trafaria, acusado de ter estado envolvido na preparação da greve geral revolucionária em Sines e no fabrico de armas para a revolta na Marinha Grande.
Condenado, em 8 de março de 1934, pelo Tribunal Militar Especial a dezasseis anos de degredo nas colónias, com prisão e multa de 20.000$00, ficou entregue ao Governo e, mais tarde, transferido para a Prisão da Fortaleza de Angra do Heroísmo. Dois anos depois, foi enviado para o Campo de Concentração do Tarrafal e lá participou em várias lutas por melhores condições, desenvolvendo também importante atividade cultural, reflexiva e pedagógica.
Mário Castelhano faleceu #nestedia 12 de outubro de 1940, vítima de febre intestinal, agravada pela constante falta de assistência médica e condições de higiene, no Tarrafal.
Coitado do bicho
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