terça-feira, 29 de abril de 2025

“É facilíssimo perder a liberdade”: os testemunhos de quem sentiu na pele o horror da ditadura

 Os tempos da ditadura guardam histórias inacreditáveis. A SIC falou com alguns dos antigos prisioneiros políticos que contam episódios que jamais lhes sairão da memória.

Conceição Matos, presa política

 Conceição, Manuela, José e Domingos. Estes são apenas alguns dos rostos de quem ficou atrás das grades para defender a liberdade em tempos de opressão.

“O medo era diário. Era a toda a hora. Estávamos no trabalho e tínhamos medo do colega que estava ao lado. Estávamos no café e tínhamos receio da pessoa que estava ao lado”, lembra José Tavares Marcelino, ex-preso político.

“Ninguém podia exprimir livremente o que pensava, o que desejava”, recorda Manuela Bernardino, ex-presa política.

“O fascismo não era só a exploração, a repressão. O fascismo também impunha modos de vida”, sublinha Domingos Abrantes, também ele antigo preso político.

Contam hoje, na primeira pessoa, alguns dos abusos cometidos durante esse tempo.

“Roubaram-me tudo. Fui presa só com a roupa que tinha no corpo. Fui torturadíssima. Espancamentos brutais”, explica Conceição Matos, presa política durante o antigo regime.

“Chegou um inspetor que dizia: “Daqui só sai para a morgue ou para o [hospital psiquiátrico] Júlio de Matos”", conta. “Se não fala, é obrigada a fazer as suas necessidades no chão e vão ser limpas com a sua própria roupa.”

Passado meio século da Revolução dos Cravos, relembram as conquistas de Abril.

“Falamos na liberdade de nos organizarmos, de pensarmos como entendemos, de expressarmos o nosso pensamento”, aponta Domingos Abrantes.

“Quem mais ganhou com o 25 de Abril foram as mulheres”, defende Conceição Matos “Não tínhamos direitos nenhuns.”

Um apelo para que a História não se repita

Falam às novas gerações. Apelam para os princípios pelos quais lutaram, numa altura em que a democracia está em mudança.

“Temos de fazer tudo, tudo, tudo. Especialmente dizer às novas gerações que não deixem passar”, afirma Conceição.

“A democracia nunca está garantida. Tem de se tratar sempre da sua saúde”, alerta Manuela Bernardino. “Vejo com alguma preocupação fenómenos que se passam no nosso país, na Europa e no mundo.”

“O que está na base do crescimento do fascismo é o facto de haver milhões de pessoas que estão desesperadas, não têm horizontes. E é muito fácil acreditarem em milagres”, aponta Domingos Abrantes.

“É facilíssimo perder a liberdade”, frisa Conceição Matos.

Pedem, por isso, aos jovens que vejam na História uma forma de compreensão dos tempos atuais. Mensagens de quem deu uma parte da sua vida na luta pelo que acredita ser a liberdade.

7 comentários:

  1. É "facílimo"; não "facilíssimo".

    Aprenda escrever, cuelha e limpa rabos.

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    1. Ambas as formas, "facílimo" e "facilíssimo", são corretas e equivalentes, indicando algo extremamente fácil. No entanto, "facílimo" é a forma mais comum e prevalecente na língua portuguesa

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  2. Sou um prisioneiro da ditadura madeirense do Pepedea. Concordo que as torturas são terríveis. Principalmente aturar vilões e broquilhas no poder e em todo o lado, é horrível. O povo bruto e bronco é tonto e cheira a vinho seco. Os «nobres» do partido são de uma vulgaridade pior ainda.

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  3. MUSSOLINI, FASCISTA ITALIANO, FOI MORTO E PENDURADO NUM CANDEEIRO. OS PIDES MUITOS CONTINUAM AINDA PASSEAREM-SE CÂNDIDAMENTE POR AÍ!!!...

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  4. O vinho de pacote do Pingo doce está a dar cabo dos neurónios do Coelho e do limpa rabos

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