2000 soldados portugueses mortos para nada em França. Apenas para satisfazer os interesses de uma guerra imperialista aos quais o governo traidor existente na altura em Portugal aderiu. Foi um assassinato de mais de 2000 portugueses e mais de 1800 desaparecidos que ficaram por lá despedaçados e nem sequer restaram os ossos para serem sepultados.
Os soldados portugueses que combateram na I Guerra Mundial "não morreram em vão", afirmou o secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello, nas cerimónias evocativas do 98.º aniversário da Batalha de La Lys, no norte de França.
"Apesar das vicissitudes e do número elevado de vítimas, estes homens não morreram em vão. Hoje, lembramos com orgulho e dignidade os soldados aliados, em particular os franceses e sobretudo o Corpo Expedicionário Português que ajudou a construir a paz com o próprio sangue", discursou o governante perante dezenas de pessoas em frente ao monumento aos mortos de La Couture, no norte de França.
Dezenas de pessoas deslocaram-se hoje ao cemitério militar português de Richebourg e ao monumento aos mortos de La Couture para prestar homenagem aos soldados portugueses e recordar a batalha de La Lys, ocorrida a 09 de abril de 1918 e que provocou perto de duas mil vítimas mortais.
"É muito importante que todos os anos nos lembremos daquilo que aconteceu: em primeiro lugar para que não volte a acontecer e em segundo lugar para que as famílias daqueles que pereceram na guerra sintam e tenham o reconhecimento por parte dos portugueses e por parte do governo português que essas mortes não foram em vão. Foram mortes na defesa dos princípios da liberdade, da justiça, da democracia e da paz", declarou Marcos Perestrello à agência Lusa.
Também o presidente da Câmara de Richebourg, Gérard Delahaye, afirmou que "os soldados portugueses não morreram em vão" na guerra que qualificou de "maior massacre de todos os tempos", agradecendo aos "milhares de portugueses que lutaram em França para que França mantivesse a sua liberdade".
Portugal entrou na I Guerra Mundial (1914/1918) em março de 1916 e sofreu uma das maiores derrotas militares de sempre na Batalha de La Lys.
A 09 de abril de 1918, enquanto faziam um render de tropas, os militares portugueses, comandados pelas forças britânicas, foram surpreendidos por um ataque alemão que acabaria por conquistar La Lys e depois as terras altas da Flandres, tomando Ypres e o monte Kemmel, já na Bélgica. (JM)
Associação reclama verbas para cemitério onde estão soldados portugueses da I Guerra
A União Franco-Portuguesa de Richebourg quer que o Governo de Lisboa disponibilize verbas para substituir as lápides do cemitério onde estão 1831 soldados portugueses mortos na I Guerra Mundial, disse à Lusa João Marques, o presidente da associação.
"Há dois anos a ministra das Finanças tinha acordado 500 mil euros para o cemitério e os ingleses estavam de acordo para fazer isto [obras]. O problema é que dois meses depois disseram-nos que o orçamento era muito barato e os ingleses começaram a desviar-se. Esse dinheiro acabou por não chegar e as obras acabaram por não se fazer", disse o dirigente associativo.João Marques considerou que "por enquanto os políticos não têm mostrado muito interesse" e mostrou-se cético quanto ao avanço das obras antes de 2018, ano do centenário do fim da I Guerra Mundial (1914/1918) e da Batalha de La Lys."O que nós queremos fazer é mudar todas as lápides e pôr lápides novas porque o betão está todo partido, as lápides todas tortas. Eu até aconselhei que mandassem fazer o granito em Portugal porque o cemitério foi feito em 1928 e temos pedras que ainda são boas", descreveu, à margem das cerimónias evocativas da Batalha de La Lys na qual morreram cerca de 2000 homens.Questionado pela Lusa, o secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello, não adiantou se o governo vai avançar com mais verbas, dizendo apenas que "há um esforço permanente de conservação e o aspeto de melhoria das campas está sempre presente"."Há um esforço permanente das autoridades francesas e das autoridades portuguesas, em conjunto com a Liga [dos Combatentes], de preservação daquele espaço. Aquele espaço está com muita dignidade e exige um esforço permanente de preservação e essa preservação passará também, conforme for sendo necessário, por essa preservação particular das campas", declarou.O presidente da Liga dos Combatentes, tenente-general Joaquim Chito Rodrigues, afirmou que se trata de "uma verba muito significativa para mudar 1831 pedras", estando "convencido que é possível mudar algumas daquelas cabeceiras" mas não a totalidade porque as verbas necessárias são de "algumas centenas de milhares de euros"."É necessário manter permanentemente o cemitério com alta dignidade, já fizemos duas intervenções no portão, uma custou cem mil euros, outra 70 mil euros. Nós estamos a garantir a dignidade do cemitério", declarou.Hoje, dezenas de pessoas deslocaram-se ao cemitério militar português de Richebourg e ao monumento aos mortos de La Couture, no norte de França, para prestar homenagem aos soldados portugueses mortos na I Guerra Mundial e para recordar a batalha de La Lys, ocorrida a 09 de abril de 1918, quando os militares portugueses foram surpreendidos por um ataque alemão, enquanto faziam um render das tropas.(diário)
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