E o povo que agarre na vela
27 NOV 2016 / 02:00 H.
“A sexta etapa da Extreme Sailing Series realizada na Madeira chegou a 181 países.” DN. 20.11.2016
1. Um gajo lê estes números – 34.877 mil visitas á pagina oficial, 450 artigos na imprensa nacional e internacional, 11.356 mil visualizações de vídeos, 69.000 mil cliques no Twitter, 80 mil gostos e 587.729 mil pessoas atingidas no Facebook, 12 horas de emissão em directo e 25,5 horas em deferido, 181 paises – e fica, “tipo”, banzado com esta promoção turística da Madeira. E se a estes números de uma prova de vela acrescerem os 45 milhões do Rally Vinho Madeira e os 65 milhões do Open de Golfe da Madeira – então é que um gajo fica mesmo, “tipo”, ganzado. E a conclusão é simples: a vela, o golfe e o rali – um investimento financeiro global de um milhão e duzentos mil de euros do orçamento regional – enchem os hotéis da Madeira de turistas. Não é o terrorismo na Tunísia nem a segurança e beleza natural da Madeira. Não. No caso da vela - o Paulo Fontes no rali e o António Henriques no golfe cauciona já uma situação vitalícia - é a visão periférica do presidente da Associação de Vela da Madeira Sérgio Jesus, por mero acaso, irmão do Secretario Regional da Economia, Turismo e Cultura Eduardo Jesus. Calma – ainda não leu nada, “tipo”, o nome aos bois.
2. A vela e o golfe é só para satisfação e exibicionismo pessoal de meia dúzia de palermas. Sim. 99% dos madeirenses – ao contrario da alienação popular do Rali Vinho Madeira – não ligam puto á vela e ao golfe nem a economia da Madeira ganha, directa ou indirectamente, nada com esta Extreme Sailing Series e o Madeira Islands Open. Estes números de milhares e de milhões (260 mil para a vela) é apenas para enganar vilões e justificar o financiamento publico do capricho de gajos arrogantes e que, em posição de poder, se julgam investidos num estatuto de superioridade de classe. Fica esta pergunta a necessitar de um direito de resposta de um idiota: a America’s Cup em vela e a Ryder Cup em golfe – vistas e comentadas por milhões nas televisões e nas redes sociais durante centenas de horas - motiva alguém, consciente ou inconsciente, a fazer turismo em Nova Iorque ou em Sidney? Sim ou não, vão mas é enfiar barretes para a casa do “Serjão”. E do irmão, Eduardo Jesus, que fomenta este tipo de sermão da promoção da Madeira para satisfação do “elitismo” do seu próprio ego.
3. Na etapa da Extreme Sailing Series realizada na Madeira as bancadas para o publico estavam desertas e a dos convidados (o povo cheira mal!) vestida com meia dúzia de tontalhões e tontalhonas. Pior – e a foto tirada pelo Miguel Moniz é prova disso – a certa altura os jornalistas que estavam a acompanhar a prova tiveram que abandonar o bote para dar lugar aos filhinhos e ás filhinhas de empresários vips e de secretários e secretárias do Governo Regional da Madeira. Este “tipo” de “caganeira” – á custa do dinheiro público da piolheira - só mesmo na Madeira. Na Madeira deles.
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