Miguel U. Rodrigues em artigo de opinião nas Teses do XX congresso do PCP receia que o partido enverede pelo reformismo e se distancie da concepção marxista leninista defendida por Álvaro Cunhal.
Dúvidas e interrogações suscitadas pelo projecto de resolução política
O projeto de Resolução Política tornado público para apreciação pelos militantes do nosso Partido é um documento demasiado abrangente e complexo para que no espaço de uma carta à Tribuna do Congresso possa emitir uma opinião fundamentada sobre muitos dos temas nele tratados. Limitar-me-ei por isso a breves linhas sobre algumas questões.
A primeira parte do Capítulo I – Situação Internacional – até à página 10 diferencia-se da generalidade do documento pelo conteúdo e pela clareza da linguagem. Não direi o mesmo dos parágrafos sobre o movimento comunista internacional. Não vejo como o PCP possa contribuir para «o fortalecimento, a unidade e o incremento da capacidade de ação do movimento comunista e revolucionário internacional» com a sua posição face ao que chama «concepções e práticas dogmáticas e sectárias» que atribui a partidos irmãos (págs. 14 e 15).
O Capítulo 2 – Situação Nacional – transmite sobre a crise da União Europeia, a submissão ao euro e os entendimentos que levaram a direção central do Partido a viabilizar o governo do PS, uma reflexão em que esta reafirma somente posições que tem repetido exaustivamente. O espaço dedicado à situação económica do País deixa transparecer insuficiência de trabalho coletivo e falta de rigor. Idem quanto à ofensiva contra o regime «democrático» (que está longe de o ser) e a Constituição.
Na temática relativa à função social do Estado registo a ausência da caracterização do Estado da burguesia como instrumento de repressão ao serviço da classe dominante.
Saliento passagens positivas na análise da ofensiva ideológica (pag.46 e 47).
Preocupa-me porém a posição assumida na «proposta de alternativa patriótica e de esquerda» e os seus objetivos centrais. Afirma-se que estes são claros e se enquadram no Programa do PCP cuja meta é a construção de uma sociedade socialista em Portugal (págs. 46 e 47). O tema é retomado nos Capítulos 3 e 4.
A perspetiva esboçada é reformista e choca-se com o marxismo-leninismo, ideologia assumida pelo PCP.
A nossa época não se assemelha à dos anos em que Marx e Lenin – em contextos históricos aliás diferentes – sem rejeitar a luta por reformas, iluminaram o fosso intransponível que separa o reformismo da atitude revolucionária.
O marxismo não é estático. A grandeza do leninismo é identificável precisamente pela capacidade de Lenin para inovar como estratego e tático, mantendo uma fidelidade intransigente a princípios, valores e lições do marxismo.
Não encontrei essa atitude nas páginas da Resolução dedicadas à política patriótica e de esquerda na luta pelo socialismo.
A direção central reafirma considerar prioritária a luta de massas no combate pela rutura com a política de direita, mas não o demonstra com a sua estratégia parlamentar, definição da política de alianças e abertura a um «frentismo» confuso e a cedências.
Lamento o abuso da palavra «exigência» – vulgarizada na linguagem política portuguesa por Passos Coelho e os seus ministros – nas páginas 69 e 70.
Distancio-me, sublinho, do otimismo que transparece nas passagens relativas à preparação do Congresso.
Milito no PCP há mais de meio século. Foram as lutas em que participei como comunista que conferiram significado à minha passagem pela vida. É nessa condição que termino desejando que o XX Congresso possa apontar ao Partido o rumo que Álvaro Cunhal tão exemplarmente contribuiu para lhe imprimir na fidelidade à tradição revolucionária da sua gloriosa história. [ver tribuna do congresso]
O jornal I num artigo de Ana Sá Lopes aflora estas preocupações de Miguel Urbano Rodrigues
Miguel Urbano Rodrigues diz que o PCP que apoia o governo PS não mantém a “fidelidade intransigente” aos “princípios e valores” do marxismo
Miguel Urbano Rodrigues, 91 anos, histórico do PCP, escreveu um texto na última edição do “Avante!”, o órgão oficial dos comunistas, a contestar a estratégia seguido pelo partido de apoio ao governo PS. Analisando as Teses ao congresso de dezembro, Miguel Urbano afirma-se preocupado com a posição comunista assumida na “proposta de alternativa patriótica e de esquerda” e “os seus objectivos centrais”. Apesar das Teses dizerem que os objetivos do apoio ao governo PS “se enquadram no programa do PCP cuja meta é a construção de uma sociedade socialista”, para Miguel Urbano Rodrigues “a perspetiva esboçada é reformista e choca com o marxismo-leninismo, ideologia assumida pelo PCP”. ´O histórico comunista, jornalista, diretor do extinto “O Diário” contesta as “cedências” do PCP a que obriga a participação no acordo de governo e o posicionamento político do partido. “A direcção central reafirma considerar prioritária a luta de massas no combate pela rutura com a política de direita, mas não o demonstra com a sua estratégia parlamentar, definição de política de alianças e abertura a um ‘frentismo’ confuso e a cedências”, lê-se no texto publicado na secção “Tribuna do Congresso”, onde os militantes comunistas podem escrever a dar a sua opinião sobre as Teses, o documento aprovado pelo Comité Central que está agora em discussão nas bases do partido. Miguel Urbano diz mesmo que não encontrou a “fidelidade intransigente aos princípios do marxismo” exposta no documento que é a base dos trabalhos do congresso de dezembro. “O marxismo não é estático. A grandeza do leninismo é identificável precisamente pela capacidade de Lenine para inovar como estratego e tático, mantendo uma fidelidade intransigente a princípios, valores e lições do marxismo. Não encontrei essa atitude nas páginas da Resolução dedicadas à política patriótica e de esquerda na luta pelo socialismo”. Mostrando o seu descontentamento com o rumo do PCP – que é, aliás, partilhado por outros camaradas e tem sido visível em algumas intervenções internas no âmbito da discussão preparatória do congresso – Miguel Urbano Rodrigues termina o seu texto invocando Álvaro Cunhal. “Distancio-me do otimismo que transparece nas passagens relativas à preparação do congresso. Milito no PCP há mais de meio século. Foram as lutas em que participei como comunista que conferiram significado à minha passagem pela vida. É nessa condição que termino desejando que o XX Congresso possa apontar ao partido o rumo que Álvaro Cunhal tão exemplarmente contribuiu para lhe imprimir na fidelidade à tradição revolucionária da sua gloriosa história”. O congresso do PCP realiza-se nos dias 2, 3 e 4 de dezembro, no Complexo Municipal de Desportos de Almada. Miguel Urbano Rodrigues, 91 anos, histórico do PCP, escreveu um texto na última edição do “Avante!”, o órgão oficial dos comunistas, a contestar a estratégia seguido pelo partido de apoio ao governo PS.
Analisando as Teses ao congresso de dezembro, Miguel Urbano afirma-se preocupado com a posição comunista assumida na “proposta de alternativa patriótica e de esquerda” e “os seus objectivos centrais”. Apesar das Teses dizerem que os objetivos do apoio ao governo PS “se enquadram no programa do PCP cuja meta é a construção de uma sociedade socialista”, para Miguel Urbano Rodrigues “a perspetiva esboçada é reformista e choca com o marxismo-leninismo, ideologia assumida pelo PCP”. ´
O histórico comunista, jornalista, diretor do extinto “O Diário” contesta as “cedências” do PCP a que obriga a participação no acordo de governo e o posicionamento político do partido. “A direcção central reafirma considerar prioritária a luta de massas no combate pela rutura com a política de direita, mas não o demonstra com a sua estratégia parlamentar, definição de política de alianças e abertura a um ‘frentismo’ confuso e a cedências”, lê-se no texto publicado na secção “Tribuna do Congresso”, onde os militantes comunistas podem escrever a dar a sua opinião sobre as Teses, o documento aprovado pelo Comité Central que está agora em discussão nas bases do partido.
Miguel Urbano diz mesmo que não encontrou a “fidelidade intransigente aos princípios do marxismo” exposta no documento que é a base dos trabalhos do congresso de dezembro. “O marxismo não é estático. A grandeza do leninismo é identificável precisamente pela capacidade de Lenine para inovar como estratego e tático, mantendo uma fidelidade intransigente a princípios, valores e lições do marxismo. Não encontrei essa atitude nas páginas da Resolução dedicadas à política patriótica e de esquerda na luta pelo socialismo”.
Mostrando o seu descontentamento com o rumo do PCP – que é, aliás, partilhado por outros camaradas e tem sido visível em algumas intervenções internas no âmbito da discussão preparatória do congresso – Miguel Urbano Rodrigues termina o seu texto invocando Álvaro Cunhal.
“Distancio-me do otimismo que transparece nas passagens relativas à preparação do congresso. Milito no PCP há mais de meio século. Foram as lutas em que participei como comunista que conferiram significado à minha passagem pela vida. É nessa condição que termino desejando que o XX Congresso possa apontar ao partido o rumo que Álvaro Cunhal tão exemplarmente contribuiu para lhe imprimir na fidelidade à tradição revolucionária da sua gloriosa história”.
O congresso do PCP realiza-se nos dias 2, 3 e 4 de dezembro, no Complexo Municipal de Desportos de Almada. (ver)
Dúvidas e interrogações suscitadas pelo projecto de resolução política
O projeto de Resolução Política tornado público para apreciação pelos militantes do nosso Partido é um documento demasiado abrangente e complexo para que no espaço de uma carta à Tribuna do Congresso possa emitir uma opinião fundamentada sobre muitos dos temas nele tratados. Limitar-me-ei por isso a breves linhas sobre algumas questões.
A primeira parte do Capítulo I – Situação Internacional – até à página 10 diferencia-se da generalidade do documento pelo conteúdo e pela clareza da linguagem. Não direi o mesmo dos parágrafos sobre o movimento comunista internacional. Não vejo como o PCP possa contribuir para «o fortalecimento, a unidade e o incremento da capacidade de ação do movimento comunista e revolucionário internacional» com a sua posição face ao que chama «concepções e práticas dogmáticas e sectárias» que atribui a partidos irmãos (págs. 14 e 15).
O Capítulo 2 – Situação Nacional – transmite sobre a crise da União Europeia, a submissão ao euro e os entendimentos que levaram a direção central do Partido a viabilizar o governo do PS, uma reflexão em que esta reafirma somente posições que tem repetido exaustivamente. O espaço dedicado à situação económica do País deixa transparecer insuficiência de trabalho coletivo e falta de rigor. Idem quanto à ofensiva contra o regime «democrático» (que está longe de o ser) e a Constituição.
Na temática relativa à função social do Estado registo a ausência da caracterização do Estado da burguesia como instrumento de repressão ao serviço da classe dominante.
Saliento passagens positivas na análise da ofensiva ideológica (pag.46 e 47).
Preocupa-me porém a posição assumida na «proposta de alternativa patriótica e de esquerda» e os seus objetivos centrais. Afirma-se que estes são claros e se enquadram no Programa do PCP cuja meta é a construção de uma sociedade socialista em Portugal (págs. 46 e 47). O tema é retomado nos Capítulos 3 e 4.
A perspetiva esboçada é reformista e choca-se com o marxismo-leninismo, ideologia assumida pelo PCP.
A nossa época não se assemelha à dos anos em que Marx e Lenin – em contextos históricos aliás diferentes – sem rejeitar a luta por reformas, iluminaram o fosso intransponível que separa o reformismo da atitude revolucionária.
O marxismo não é estático. A grandeza do leninismo é identificável precisamente pela capacidade de Lenin para inovar como estratego e tático, mantendo uma fidelidade intransigente a princípios, valores e lições do marxismo.
Não encontrei essa atitude nas páginas da Resolução dedicadas à política patriótica e de esquerda na luta pelo socialismo.
A direção central reafirma considerar prioritária a luta de massas no combate pela rutura com a política de direita, mas não o demonstra com a sua estratégia parlamentar, definição da política de alianças e abertura a um «frentismo» confuso e a cedências.
Lamento o abuso da palavra «exigência» – vulgarizada na linguagem política portuguesa por Passos Coelho e os seus ministros – nas páginas 69 e 70.
Distancio-me, sublinho, do otimismo que transparece nas passagens relativas à preparação do Congresso.
Milito no PCP há mais de meio século. Foram as lutas em que participei como comunista que conferiram significado à minha passagem pela vida. É nessa condição que termino desejando que o XX Congresso possa apontar ao Partido o rumo que Álvaro Cunhal tão exemplarmente contribuiu para lhe imprimir na fidelidade à tradição revolucionária da sua gloriosa história. [ver tribuna do congresso]
Miguel Urbano Rodrigues diz que o PCP que apoia o governo PS não mantém a “fidelidade intransigente” aos “princípios e valores” do marxismo
Miguel Urbano Rodrigues, 91 anos, histórico do PCP, escreveu um texto na última edição do “Avante!”, o órgão oficial dos comunistas, a contestar a estratégia seguido pelo partido de apoio ao governo PS. Analisando as Teses ao congresso de dezembro, Miguel Urbano afirma-se preocupado com a posição comunista assumida na “proposta de alternativa patriótica e de esquerda” e “os seus objectivos centrais”. Apesar das Teses dizerem que os objetivos do apoio ao governo PS “se enquadram no programa do PCP cuja meta é a construção de uma sociedade socialista”, para Miguel Urbano Rodrigues “a perspetiva esboçada é reformista e choca com o marxismo-leninismo, ideologia assumida pelo PCP”. ´O histórico comunista, jornalista, diretor do extinto “O Diário” contesta as “cedências” do PCP a que obriga a participação no acordo de governo e o posicionamento político do partido. “A direcção central reafirma considerar prioritária a luta de massas no combate pela rutura com a política de direita, mas não o demonstra com a sua estratégia parlamentar, definição de política de alianças e abertura a um ‘frentismo’ confuso e a cedências”, lê-se no texto publicado na secção “Tribuna do Congresso”, onde os militantes comunistas podem escrever a dar a sua opinião sobre as Teses, o documento aprovado pelo Comité Central que está agora em discussão nas bases do partido. Miguel Urbano diz mesmo que não encontrou a “fidelidade intransigente aos princípios do marxismo” exposta no documento que é a base dos trabalhos do congresso de dezembro. “O marxismo não é estático. A grandeza do leninismo é identificável precisamente pela capacidade de Lenine para inovar como estratego e tático, mantendo uma fidelidade intransigente a princípios, valores e lições do marxismo. Não encontrei essa atitude nas páginas da Resolução dedicadas à política patriótica e de esquerda na luta pelo socialismo”. Mostrando o seu descontentamento com o rumo do PCP – que é, aliás, partilhado por outros camaradas e tem sido visível em algumas intervenções internas no âmbito da discussão preparatória do congresso – Miguel Urbano Rodrigues termina o seu texto invocando Álvaro Cunhal. “Distancio-me do otimismo que transparece nas passagens relativas à preparação do congresso. Milito no PCP há mais de meio século. Foram as lutas em que participei como comunista que conferiram significado à minha passagem pela vida. É nessa condição que termino desejando que o XX Congresso possa apontar ao partido o rumo que Álvaro Cunhal tão exemplarmente contribuiu para lhe imprimir na fidelidade à tradição revolucionária da sua gloriosa história”. O congresso do PCP realiza-se nos dias 2, 3 e 4 de dezembro, no Complexo Municipal de Desportos de Almada. Miguel Urbano Rodrigues, 91 anos, histórico do PCP, escreveu um texto na última edição do “Avante!”, o órgão oficial dos comunistas, a contestar a estratégia seguido pelo partido de apoio ao governo PS.
Analisando as Teses ao congresso de dezembro, Miguel Urbano afirma-se preocupado com a posição comunista assumida na “proposta de alternativa patriótica e de esquerda” e “os seus objectivos centrais”. Apesar das Teses dizerem que os objetivos do apoio ao governo PS “se enquadram no programa do PCP cuja meta é a construção de uma sociedade socialista”, para Miguel Urbano Rodrigues “a perspetiva esboçada é reformista e choca com o marxismo-leninismo, ideologia assumida pelo PCP”. ´
O histórico comunista, jornalista, diretor do extinto “O Diário” contesta as “cedências” do PCP a que obriga a participação no acordo de governo e o posicionamento político do partido. “A direcção central reafirma considerar prioritária a luta de massas no combate pela rutura com a política de direita, mas não o demonstra com a sua estratégia parlamentar, definição de política de alianças e abertura a um ‘frentismo’ confuso e a cedências”, lê-se no texto publicado na secção “Tribuna do Congresso”, onde os militantes comunistas podem escrever a dar a sua opinião sobre as Teses, o documento aprovado pelo Comité Central que está agora em discussão nas bases do partido.
Miguel Urbano diz mesmo que não encontrou a “fidelidade intransigente aos princípios do marxismo” exposta no documento que é a base dos trabalhos do congresso de dezembro. “O marxismo não é estático. A grandeza do leninismo é identificável precisamente pela capacidade de Lenine para inovar como estratego e tático, mantendo uma fidelidade intransigente a princípios, valores e lições do marxismo. Não encontrei essa atitude nas páginas da Resolução dedicadas à política patriótica e de esquerda na luta pelo socialismo”.
Mostrando o seu descontentamento com o rumo do PCP – que é, aliás, partilhado por outros camaradas e tem sido visível em algumas intervenções internas no âmbito da discussão preparatória do congresso – Miguel Urbano Rodrigues termina o seu texto invocando Álvaro Cunhal.
“Distancio-me do otimismo que transparece nas passagens relativas à preparação do congresso. Milito no PCP há mais de meio século. Foram as lutas em que participei como comunista que conferiram significado à minha passagem pela vida. É nessa condição que termino desejando que o XX Congresso possa apontar ao partido o rumo que Álvaro Cunhal tão exemplarmente contribuiu para lhe imprimir na fidelidade à tradição revolucionária da sua gloriosa história”.
O congresso do PCP realiza-se nos dias 2, 3 e 4 de dezembro, no Complexo Municipal de Desportos de Almada. (ver)
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