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Aluno alega ter sido burlado por escola de condução
Leandro Cardoso diz que director pediu 100€ para tentar subornar examinador
Um aluno natural de Aveiro que frequentou aulas para obter carta de condução para pesados de passageiros, alega que foi burlado por uma escola de condução do Funchal que chegou a pedir dinheiro para tentar subornar um examinador. Esta semana, o lesado viajou para a Madeira determinado a reaver o dinheiro mas regressou ontem ao continente de mãos a abanar. Apresentou reclamação escrita na escola, formalizou queixa-crime na Polícia e decidiu denunciar o caso publicamente para que mais ninguém seja enganado.
Leandro Cardoso era militar da Força Aérea Portuguesa destacado no Porto Santo por seis meses quando, a 16 de Abril de 2013, decidiu inscrever-se na filial da escola de condução Infante naquela ilha para obter carta de categoria D (autocarros).
Como tinha habilitação legal para conduzir veículos ligeiros de passageiros e pesados de mercadorias, bastavam-lhe 12 aulas práticas e 20 teóricas para poder ir a exame. “Eu disse ao director da escola que estava na ilha até 31 de Julho e que depois ia definitivamente para o continente”, recorda o formando.
Segundo o ofendido, ficou acertado com o director da escola que as aulas teóricas eram leccionadas no Porto Santo, mas que o aluno teria de assegurar as deslocações à Madeira para frequentar as de condução que seriam dadas em quatro dias, o último dos quais para realização dos exames: de manhã o teórico e à tarde o prático.
E assim foi. Leandro Cardoso concluiu as aulas de Código de Estrada ao fim de um mês e pagou as viagens, no Lobo Marinho, para a ilha da Madeira. Depois de terminar as aulas de condução aguardou pela marcação do exame.
Segundo o queixoso, o director da escola pediu-lhe 50 euros para pagar o carácter “extraordinário” da inscrição no exame teórico na Direcção Regional dos Transportes Terrestres (DRTT) e mais 100 euros para “a cunha ao examinador” que lhe garantia aprovação do exame de condução e a obtenção da carta de pesados de passageiros. Um procedimento que pode configurar aliciamento a funcionário e suborno.
Não obstante Leandro Cardoso pagou. Mas nunca chegou a ir a exame. As desculpas sucediam-se. “Ele disse que o examinador estava doente e não podia fazer o exame, depois já não atendia o telefone”, recorda.
Entretanto, voltou ao Porto Santo por motivos profissionais e no final do mês tinha viagem marcada para o continente, para Santa Maria da Feira (Aveiro), de onde é natural.
Antes, confrontou o director da escola de condução que lhe sugeriu que fizesse o exame numa escola da sua área de residência e que assumiria os custos para que o aluno pudesse ir a exame. Leandro Cardoso deixou o NIB da sua conta para que fosse feita a transferência bancária. Mas o dinheiro nunca chegou.
Procurou as propostas mais baratas junto de escolas de condução de Santa Maria da Feira e encontrou uma que custava 400 euros.
Mas o martírio estava ainda longe do fim. A escola de condução tardou a expedir o processo, sem o qual não poderia se inscrever e recuperar as aulas já dadas.
Os documentos que foram enviados não foram os requisitados, além de que neles constava o registo de aulas teóricas, práticas e técnicas em datas fictícias.
Entretanto, Leandro Cardoso começou a trabalhar em Aveiro e o caso ficou adormecido. Esta semana, reavivou o processo, apostado em recuperar o que já gastou na escola de condução Infante e em avançar com o caso para tribunal.
Na passada segunda-feira, desembolsou 80 euros e viajou para a Madeira com o propósito de reaver os 400 euros. Fez esperas ao director à porta da escola Infante e do parque de estacionamento. “Ele ficou surpreendido ao ver-me por aqui e prometeu que arranjava os 400 euros amanhã”.
A promessa foi sendo adiada por mais um dia, por mais umas horas. “Depois disse que fazia o pagamento seria por transferência bancária em prestações de 50 euros”, recorda.
Saturado de conversa fiada, Leandro Cardoso pediu o livro de reclamações e registou a queixa na escola de condução. Depois deslocou-se à esquadra do Funchal e apresentou queixa-crime por burla contra Paulo Silva, director da escola de condução Infante. Na PSP soube que há outros casos semelhantes.
Alvará aprovado para Porto Santo
“O que me deixa mais indignado é que não sou o primeiro, não vou ser o último lesado deste senhor”, desabafa Leandro Cardoso.
Diz que não compreende como é possível que o director da Escola de Condução do Infante tenha obtido alvará, datado de 14 de Março de 2014, para instalar uma escola de condução no Porto Santo, como o próprio fez questão de lhe demonstrar.
Em Abril do ano passado, esta escola contava 17 reclamações e cerca de 80 pedidos de apoio, informação e ajuda no Serviço de Defesa do Consumidor. A responsável por este organismo na Região, Graça Moniz, referiu, na altura, que raramente houve “colaboração do agente económico para chegar a um consenso” nas tentativas de mediação do conflito.
Em Fevereiro último, a Associação Nacional dos Industriais de Ensino de Condução Automóvel pediu mais fiscalização junto das escolas de condução que praticam preços abaixo do custo, considerando tratar-se de “publicidade enganosa” e “concorrência desleal”.
“No continente é que fazem aldrabices”
Paulo Silva, director da escola de condução Infante, nega que alguma vez tenha proposto o aluno a exame justificando que Leandro Cardoso não tinha as aulas obrigatórias e precisava de pelo menos três semanas para concluir as de condução na Madeira. “Ele tem de vir à Madeira acabar as aulas de mecânica e de condução, que ainda faltavam algumas, e depois então é que ia ser proposto a exame”, esclarece o dirigente, contactado pelo DIÁRIO.
“Isso é muito simples, esse senhor dirigiu-se à escola para se inscrever, entretanto, estava ainda a cumprir serviço militar, portanto, foi pedida e emitida a licença de aprendizagem pela Direcção de Viação, entregue a ele e quando acabasse o serviço militar no Porto Santo, ia à Madeira concluir a carta”, sintetiza.
Paulo Silva nega que a escola Infante se propôs a assumir os custos com o exame no continente. “Não ficou nada assegurado. O senhor tem é dois anos para tirar essa carta de condução na Madeira, se o senhor quiser ir para outra escola então que vá”, contrapôs. “Era só o que faltava! Ele aqui já tem elas [as aulas] pagas.
Agora eu não vou devolver um cêntimo nem tenho nada que devolver”, asseverou.
Diz que na escola o aviso está afixado à vista de todos: “nós não reembolsamos e a pessoa tem dois anos para tirar a carta”, sublinha.
Sobre o exame de condução e de código marcados para o mesmo dia, Paulo Silva considera que “são tudo histórias” do queixoso. “Como é que ele vai fazer exame de código e de condução no mesmo dia? Está maluco? Ele nem sequer tinha tempo para tirar as aulas!”.
O director da escola de condução Infante devolve ao cliente as acusações de tentativa de suborno. “Esse senhor pensa que é só chegar, pagar uma carta de pesados e ir a exame amanhã, mas não é assim”, reagiu. “No continente fazem aldrabices mas aqui não é assim”, garantiu Paulo Silva. (ver diário
24 MAR 2014)
Leandro Cardoso era militar da Força Aérea Portuguesa destacado no Porto Santo por seis meses quando, a 16 de Abril de 2013, decidiu inscrever-se na filial da escola de condução Infante naquela ilha para obter carta de categoria D (autocarros).
Como tinha habilitação legal para conduzir veículos ligeiros de passageiros e pesados de mercadorias, bastavam-lhe 12 aulas práticas e 20 teóricas para poder ir a exame. “Eu disse ao director da escola que estava na ilha até 31 de Julho e que depois ia definitivamente para o continente”, recorda o formando.
Segundo o ofendido, ficou acertado com o director da escola que as aulas teóricas eram leccionadas no Porto Santo, mas que o aluno teria de assegurar as deslocações à Madeira para frequentar as de condução que seriam dadas em quatro dias, o último dos quais para realização dos exames: de manhã o teórico e à tarde o prático.
E assim foi. Leandro Cardoso concluiu as aulas de Código de Estrada ao fim de um mês e pagou as viagens, no Lobo Marinho, para a ilha da Madeira. Depois de terminar as aulas de condução aguardou pela marcação do exame.
Segundo o queixoso, o director da escola pediu-lhe 50 euros para pagar o carácter “extraordinário” da inscrição no exame teórico na Direcção Regional dos Transportes Terrestres (DRTT) e mais 100 euros para “a cunha ao examinador” que lhe garantia aprovação do exame de condução e a obtenção da carta de pesados de passageiros. Um procedimento que pode configurar aliciamento a funcionário e suborno.
Não obstante Leandro Cardoso pagou. Mas nunca chegou a ir a exame. As desculpas sucediam-se. “Ele disse que o examinador estava doente e não podia fazer o exame, depois já não atendia o telefone”, recorda.
Entretanto, voltou ao Porto Santo por motivos profissionais e no final do mês tinha viagem marcada para o continente, para Santa Maria da Feira (Aveiro), de onde é natural.
Antes, confrontou o director da escola de condução que lhe sugeriu que fizesse o exame numa escola da sua área de residência e que assumiria os custos para que o aluno pudesse ir a exame. Leandro Cardoso deixou o NIB da sua conta para que fosse feita a transferência bancária. Mas o dinheiro nunca chegou.
Procurou as propostas mais baratas junto de escolas de condução de Santa Maria da Feira e encontrou uma que custava 400 euros.
Mas o martírio estava ainda longe do fim. A escola de condução tardou a expedir o processo, sem o qual não poderia se inscrever e recuperar as aulas já dadas.
Os documentos que foram enviados não foram os requisitados, além de que neles constava o registo de aulas teóricas, práticas e técnicas em datas fictícias.
Entretanto, Leandro Cardoso começou a trabalhar em Aveiro e o caso ficou adormecido. Esta semana, reavivou o processo, apostado em recuperar o que já gastou na escola de condução Infante e em avançar com o caso para tribunal.
Na passada segunda-feira, desembolsou 80 euros e viajou para a Madeira com o propósito de reaver os 400 euros. Fez esperas ao director à porta da escola Infante e do parque de estacionamento. “Ele ficou surpreendido ao ver-me por aqui e prometeu que arranjava os 400 euros amanhã”.
A promessa foi sendo adiada por mais um dia, por mais umas horas. “Depois disse que fazia o pagamento seria por transferência bancária em prestações de 50 euros”, recorda.
Saturado de conversa fiada, Leandro Cardoso pediu o livro de reclamações e registou a queixa na escola de condução. Depois deslocou-se à esquadra do Funchal e apresentou queixa-crime por burla contra Paulo Silva, director da escola de condução Infante. Na PSP soube que há outros casos semelhantes.
Alvará aprovado para Porto Santo
“O que me deixa mais indignado é que não sou o primeiro, não vou ser o último lesado deste senhor”, desabafa Leandro Cardoso.
Diz que não compreende como é possível que o director da Escola de Condução do Infante tenha obtido alvará, datado de 14 de Março de 2014, para instalar uma escola de condução no Porto Santo, como o próprio fez questão de lhe demonstrar.
Em Abril do ano passado, esta escola contava 17 reclamações e cerca de 80 pedidos de apoio, informação e ajuda no Serviço de Defesa do Consumidor. A responsável por este organismo na Região, Graça Moniz, referiu, na altura, que raramente houve “colaboração do agente económico para chegar a um consenso” nas tentativas de mediação do conflito.
Em Fevereiro último, a Associação Nacional dos Industriais de Ensino de Condução Automóvel pediu mais fiscalização junto das escolas de condução que praticam preços abaixo do custo, considerando tratar-se de “publicidade enganosa” e “concorrência desleal”.
“Isso é muito simples, esse senhor dirigiu-se à escola para se inscrever, entretanto, estava ainda a cumprir serviço militar, portanto, foi pedida e emitida a licença de aprendizagem pela Direcção de Viação, entregue a ele e quando acabasse o serviço militar no Porto Santo, ia à Madeira concluir a carta”, sintetiza.
Paulo Silva nega que a escola Infante se propôs a assumir os custos com o exame no continente. “Não ficou nada assegurado. O senhor tem é dois anos para tirar essa carta de condução na Madeira, se o senhor quiser ir para outra escola então que vá”, contrapôs. “Era só o que faltava! Ele aqui já tem elas [as aulas] pagas.
Diz que na escola o aviso está afixado à vista de todos: “nós não reembolsamos e a pessoa tem dois anos para tirar a carta”, sublinha.
Sobre o exame de condução e de código marcados para o mesmo dia, Paulo Silva considera que “são tudo histórias” do queixoso. “Como é que ele vai fazer exame de código e de condução no mesmo dia? Está maluco? Ele nem sequer tinha tempo para tirar as aulas!”.
O director da escola de condução Infante devolve ao cliente as acusações de tentativa de suborno. “Esse senhor pensa que é só chegar, pagar uma carta de pesados e ir a exame amanhã, mas não é assim”, reagiu. “No continente fazem aldrabices mas aqui não é assim”, garantiu Paulo Silva. (ver diário
Esse animal me butlou 490€ grande filho da puta so me apetece te arrecar a cabeca
ResponderEliminarNao sei que leis que temos ja denuciei esse animal e a lei nada nos faz mas nunca e tarde nem que va parar a cadeia
ResponderEliminarNao sei que leis que temos ja denuciei esse animal e a lei nada nos faz mas nunca e tarde nem que va parar a cadeia
ResponderEliminarGrande aldrabão este Paulo Siva. As escolas de condução do Infante e do Pt. Santo estão ilegais desde Janeiro de 2021 e continua de portas abertas recebendo dinheiro dos alunos. Basta telefonar para a DRETT para facilmente comprovar isto.
ResponderEliminarfui tb vítima desse pilantra,paguei o valor de 600 euros e estou tentando recuperar o dinheiro.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEste senhor continua a enganar pessoas e a roubar dinheiro!!!!
ResponderEliminarComo é possível um burlão destes dar aulas sem alvará? Apesar de tantas queixas as autoridades tendo conhecimento nada foi feito.
ResponderEliminarEste senhor Paul da Silva enganou e com 850,00 euros para me tirar carta e não era persizo ir a enxame
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