sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A imparidade em linguagem financeira explicada aqui na página de Economia do Expresso

Imparidades é nome técnico mas é de perdas que falamos quando os bancos colapsam, o Estado ajuda e os prejuízos se avolumam. Como os bancos destruíram 40 mil milhões debaixo do seu nariz

Sabe o que vale 40 mil milhões de euros? Os bancos portugueses também não sabiam, pelo que tiveram de abatê-los nos seus balanços nos últimos oito anos. Houve perdas enormes, que destruíram poupança, riqueza e capital. Use a escala que quiser, é sempre uma enormidade: são quatro meses de PIB, uma vez a meia a “pipa de massa” que Durão Barroso chamou aos fundos de Bruxelas para Portugal de 2014 a 2020, equivale a cinco anos de orçamento da Saúde, daria para comprar 400 mil Ronaldos e, se os enfileirássemos em moedas de um euro, daria para mais de duas voltas à Terra. Ou para um colar que fosse e voltasse à Lua, levado por um vaivém, nome escolhido para as naves que não se sepultam no espaço. Os vaivéns vão e voltam. Como as crises financeiras. Mas aprendem pelo caminho. Como nas crises financeiras.




O PROCESSO

Um. Imagine que, no calor da explosão do crédito à habitação, comprou uma casa por 200 mil euros com um financiamento bancário de 160 mil euros. A casa foi então avaliada pelo banco pelos 200 mil euros e o imóvel foi aceite como garantia (ou seja, como colateral ou hipoteca) do crédito. Mais tarde, quando o mercado do crédito à habitação esfria, as regras do Banco Central Europeu obrigam a que o banco reconheça que o imóvel afinal não vale 200 mas sim 150 mil euros. A diferença entre os 200 mil (valor original no balanço do banco) e os 150 mil (novo valor) é uma imparidade. Não pense que o caso é isolado: nos últimos anos, os bancos baixaram os valores de imóveis contabilizados nos livros em milhares de milhões de euros. Quando, em cima disso, o cliente não paga o crédito, o banco fica com a casa e, se a vende por menos do que a dívida, como aconteceu muitas vezes nos últimos anos, a diferença é prejuízo do banco. (Leia mais no Expresso)

Obituário:

Cantora 'soul' Natalie Cole morreu quinta-feira de insuficiência cardíaca aos 65 anos


fonte:DN/Lisboa


Sem comentários:

Enviar um comentário