Governo Regional paga indemnização de 20 milhões de euros no concurso das inspecções automóveis
O Governo Regional está judicialmente obrigado a indemnizar em 20 milhões de euros a CIMA, vencedora do concurso para exploração das inspecções automóveis, mas preterida pelo executivo regional, disse hoje o presidente executivo do grupo a que pertence a empresa.
Apesar de o CIMA - Centro de Inspecção Mecânicas Automóveis, com sede em Oeiras e do Grupo Tavfer, ter vencido em 1997 o concurso para o centro regional de inspecções técnicas de veículos com motor e os seus reboques - a que se submeteram cinco interessados -, o Governo Regional da Madeira decidiu atribuir a exploração à empresa CIMAD - Centro de Inspeção da Madeira, do madeirense António Henriques.
O CIMA ficou em primeiro lugar com 20 valores e a CIMAD com 19, o que foi entendido então como um "empate técnico".
Para desempatar, o VII Governo Regional, liderado por Alberto João Jardim, usou o argumento da "especificidade regional", nomeadamente soluções arquitectónicas compatíveis com a paisagem e a necessidade da instalação de um centro na ilha do Porto Santo.
Com base nesta argumentação, o executivo, que tinha na altura como secretário regional da Economia e Cooperação Externa Pereira de Gouveia, decidiu atribuir o centro de inspecções ao empresário António Henriques, que, desde 1997, é o único na Madeira a explorar este ramo de actividade.
"A sentença do Supremo Tribunal Administrativo está em execução, a indemnização é de cerca de 20 milhões de euros, mas estamos abertos a negociações com o Governo Regional", disse à agência Lusa o presidente da comissão executiva (CEO) do Grupo Tavfer, Fernando Tavares Pereira.
Para o responsável, esta é "uma vitória da persistência e da razão porque, se há um caderno de encargos, este tem de ser seguido dentro da legalidade".
Pelo caminho, realçou, ficaram "desgastes psicológicos e monetários, dado que a empresa já havia adquirido um terreno em Santa Rita, no Funchal, entretanto vendido para uma clínica".
Ao longo de quase duas décadas, o processo foi dirimido em vários tribunais. A 8 de Maio de 2008, o Tribunal Central Administrativo Sul anulou a adjudicação e a 21 de Novembro de 2013 o Supremo Tribunal Administrativo declarou ilegal a sua concessão e negou provimento ao recurso do executivo de João Jardim.
A 2 de Dezembro de 2014, o Tribunal Constitucional decidiu, num acórdão a que a Lusa teve acesso, "indeferir a reclamação apresentada pelo Conselho do Governo Regional da Madeira" contra o Supremo Tribunal Administrativo, que, por sua vez, já tinha negado provimento ao recurso interposto pelo executivo em relação à decisão do Tribunal Central Administrativo Sul de 2008.
Questionada sobre o processo, a Secretaria Regional de Economia (do executivo liderado por Miguel Albuquerque, formado em 2015), escusou-se a comentar.
O CIMA está implantado em 38 municípios em Portugal e dispõe de centros em Moçambique e na Argentina. (dnoticias.pt)
Apesar de o CIMA - Centro de Inspecção Mecânicas Automóveis, com sede em Oeiras e do Grupo Tavfer, ter vencido em 1997 o concurso para o centro regional de inspecções técnicas de veículos com motor e os seus reboques - a que se submeteram cinco interessados -, o Governo Regional da Madeira decidiu atribuir a exploração à empresa CIMAD - Centro de Inspeção da Madeira, do madeirense António Henriques.
O CIMA ficou em primeiro lugar com 20 valores e a CIMAD com 19, o que foi entendido então como um "empate técnico".
Para desempatar, o VII Governo Regional, liderado por Alberto João Jardim, usou o argumento da "especificidade regional", nomeadamente soluções arquitectónicas compatíveis com a paisagem e a necessidade da instalação de um centro na ilha do Porto Santo.
Com base nesta argumentação, o executivo, que tinha na altura como secretário regional da Economia e Cooperação Externa Pereira de Gouveia, decidiu atribuir o centro de inspecções ao empresário António Henriques, que, desde 1997, é o único na Madeira a explorar este ramo de actividade.
"A sentença do Supremo Tribunal Administrativo está em execução, a indemnização é de cerca de 20 milhões de euros, mas estamos abertos a negociações com o Governo Regional", disse à agência Lusa o presidente da comissão executiva (CEO) do Grupo Tavfer, Fernando Tavares Pereira.
Para o responsável, esta é "uma vitória da persistência e da razão porque, se há um caderno de encargos, este tem de ser seguido dentro da legalidade".
Pelo caminho, realçou, ficaram "desgastes psicológicos e monetários, dado que a empresa já havia adquirido um terreno em Santa Rita, no Funchal, entretanto vendido para uma clínica".
Ao longo de quase duas décadas, o processo foi dirimido em vários tribunais. A 8 de Maio de 2008, o Tribunal Central Administrativo Sul anulou a adjudicação e a 21 de Novembro de 2013 o Supremo Tribunal Administrativo declarou ilegal a sua concessão e negou provimento ao recurso do executivo de João Jardim.
A 2 de Dezembro de 2014, o Tribunal Constitucional decidiu, num acórdão a que a Lusa teve acesso, "indeferir a reclamação apresentada pelo Conselho do Governo Regional da Madeira" contra o Supremo Tribunal Administrativo, que, por sua vez, já tinha negado provimento ao recurso interposto pelo executivo em relação à decisão do Tribunal Central Administrativo Sul de 2008.
Questionada sobre o processo, a Secretaria Regional de Economia (do executivo liderado por Miguel Albuquerque, formado em 2015), escusou-se a comentar.
O CIMA está implantado em 38 municípios em Portugal e dispõe de centros em Moçambique e na Argentina. (dnoticias.pt)
1163990 Entrada:
ResponderEliminar20-01-2016
Distribuição:
21-01-2016 Autor: Paulo de Almeida & Associados – Sociedade de Advogados, Rl.
Réu: Empresa Jornal da Madeira, Lda Funchal - Inst. Central - Secção Cível - J1 381/16.4T8FNC
Valor:
206 529,53 € Ação de Processo Comum
Entrega Electrónica - Refª 21624279
Já viste esta de cima, Pravda Ilhéu?
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