Jihadista executou a própria mãe em público na cidade de Raqqa
Activistas locais dizem que a mulher, de nacionalidade síria, foi acusada de apostasia.
Desde que se apoderou de Raqqa, o Estado Islâmico impôs um reino de terror na cidade REUTERS
Uma mulher síria foi executada em público pelo próprio filho, combatente do Estado Islâmico, na quarta-feira, em Raqqa, cidade no Nordeste da Síria controlada pelos jihadistas, denunciaram residentes e activistas locais.
A informação, que não é possível confirmar de forma independente, foi avançada pelo grupo Raqqa Está a Ser Silenciosamente Massacrada, uma rede que junta residentes e exilados para denunciar as atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico na cidade que proclamaram como sua capital. Segundo o colectivo, Leena al-Qasem foi levada pelos jihadistas para a frente do edifício dos correios na cidade, onde o filho a baleou à frente de todos. Na sua conta de Twitter o grupo divulgou duas fotografias do alegado carrasco, que identifica como Ali Saqr, de 20 anos.
O Observatório Sírios dos Direitos Humanos, grupo que recolhe informações junto de residentes e activistas em toda a Síria, adiantou que a mulher teria sido morta depois de ter tentado convencer o filho a abandonar as fileiras dos jihadistas. Mas o grupo de activistas sediado em Raqqa assegura que Leena, que teria entre 35 e 40 anos, foi acusada de apostasia (renúncia da fé), um delito que os jihadistas atribuem a todos os que não seguem a sua versão radical do islão sunita, a começar pelos crentes xiitas.
Um residente citado pelo jornal britânico The Guardian afirma que a mulher era oriunda de Jabla, cidade na província de Latakia, um bastião do Presidente sírio, Bashar al-Assad, e que, como a maioria dos que vivem na região, era alauita, uma seita do ramo xiita. Tinha casado com um sunita de Raqqa, de quem estava já divorciada, mas continuava a viver na cidade com o filho e a filha, de 25 anos.
“As pessoas estão chocadas por alguém ter matado assim a própria mãe a sangue-frio. Sabíamos que ele era má rês, mas ninguém pensou que ele chegasse a este ponto”, afirmou a mesma fonte, assegurando que é a primeira vez que há notícia de um crime do género na cidade.
Desde que se apoderou de Raqqa, no final de 2013, o Estado Islâmico impôs um reino de terror na cidade, com castigos corporais para os mais pequenos delitos, e execuções — sumárias e públicas — para as ofensas que consideram mais graves, como apostasia, prática de magia ou colaborações com grupos inimigos. O Observatório calcula que, nos 18 meses decorridos desde que proclamou um “califado” nos territórios que controla entre a Síria e o Iraque, o grupo jihadista tenha executado mais de 2000 pessoas, uma estatística que não é possível confirmar de forma independente.
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