sábado, 6 de agosto de 2016

A propósito da comuna de Paris em 1871. O primeiro governo operário da História

Clara Zetkin
Lénine refere a falta de uma «organização política séria do proletariado», sem grandes sindicatos ou associações cooperativas, e sobretudo a falta de tempo – a Comuna só teve tempo para pensar na sua própria defesa. Todas as medidas de carácter prático e toda a legislação social da Comuna, corresponderam ao que designou por «programa mínimo do socialismo» (A Comuna de Paris e as Tarefas da Ditadura Democrática, 1905).
Tal como a emancipação da classe operária não poderá ter lugar no quadro do capitalismo (Karl Marx), também «a emancipação da mulher, como a de todo o género humano, só se tornará realidade no dia em que o trabalho se emancipar do capital» (Clara Zetkin).


Em nome dos nossos braços

em nome das nossas mãosem nome de quantos passosderam os nossos ir mãos.Em nome das ferramentas que nos magoaram os dedosdas torturas das tormentasdas sevícias dos degredos.Em nome daquele nome que herdámos dos nossos pais em nome da sua fomed izemos: não passam mais!E em nome dos milénios de prisão adicionada em nome de tantos génios com a voz amordaçada em nome dos camponeses com a terra confiscada em nome dos Portugueses com a carne estilhaçada em nome daqueles nomes escarrados nos tribunais dizemos que há outros nomes que não passam nunca mais!Em nome do que nós temos em nome do que nós fomos revolução que fizemos democracia que somos em nome da unidade linda flor da classe operária em nome da liberdade flor imensa e proletária em nome desta vontade de sermos todos iguais vamos dizer a verdade dizendo: não passam mais!Em nome de quantos corpos nossos filhos foram feitos.Em nome de quantos mortos vivem nos nossos direitos.Em nome de quantos vivos dão mais vida à nossa voz não mais seremos cativos:o trabalho somos nós.Por isso tornos enxadas canetas frezas dedais são as nossas barricadas que dizem: não passam mais!E em nome das conquistas vindas dos ventos de Abrilreforma agrária controlo operário no meio fabril emp resas que são do estado porque o seu dono é o povo em nome de lado a lado termos feito um país novo.Em nome da nossa frente e dos nossos ideais diante de toda a gente dizemos: não passam mais!Em nome do que passámos não deixaremos passaro patrão que ultrapassámos e que nos quer trespassar.E por onde a gente passa nós passamos a palavra:Cada rua cada praça é o chão que o povo lavra.Passaremos adiante com passo firme e seguro.O passado é já bastante vamos passar ao futuro.

Ary dos Santos

"Em nome de quantos mortos vivem nos nossos direitos"

Sem comentários:

Enviar um comentário