sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Isabel do Carmo e Carlos Antunes nunca acreditaram na democracia burguesa


Isabel do Carmo: “Pensei que podia enlouquecer”

 Nota da redacção do PRAVDA:

 A revolução proletária sobre a burguesia só se dá quando os de cima não podem e os de baixo não querem. Sem uma parte do exército a nosso favor, não fazemos uma revolução nem a defendemos. Os revolucionários mal preparados, tomam os seus desejos por realidade.


A médica endocrinologista Isabel do Carmo foi um dos presos políticos da ditadura colocados na “solitária”, depois de ter sido detida em Oeiras, em 1970. O seu testemunho é o terceiro que estamos a publicar esta semana de oposicionistas enviados para os “curros”, ou “segredo”

A médica ficou, a partir daquele momento, entregue a si própria. “O isolamento é uma coisa muito má para o ser humano. A perda da liberdade é uma brutalidade.”
Para passar o tempo, Isabel do Carmo começou a fazer ginástica e dedicou-se ao exercício mental de projetar outras formas de derrubar o regime. Com o tempo, porém, tudo se esgotou: “No isolamento, fica–se sozinho com os seus pensamentos e sobretudo com as suas emoções. É preciso resistir até a nós mesmos...”
Na cela em Caxias, chegou a pensar que ia enlouquecer: “tive a triste ideia de fazer café com saquetas que lá tinha e água quente do chuveiro.” A cafeína fê-la ficar ansiosa, e daí a sentir algo parecido com um ataque de pânico foi um pequeno passo. “Nas organizações clandestinas falava-se pouco do medo. Ninguém perguntava: ‘tu tens medo?’ A questão do medo era omissa. Acho que teria sido preferível as pessoas falarem do medo. Sobretudo os mais experientes dizerem ‘isto dá medo’, para que a pessoa se habituasse a lidar com o medo, a ter medo antecipadamente.” Ver mais no EXPRESSO

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