Não há vivacidade intelectual sem palavra livre.
As condenações judiciais por pretensa injúria (mais de mil por ano) pesam como verdadeira cara do terror (político) que entre mãos do neo-salazarismo (clericalista) se exerce. São certamente mais de quarenta mil pessoas com o registo criminal manchado, não falando dos que foram alvo de processos inviáveis, mas ficaram agarrados a isso e por isso durante seis anos, ou mais.
«Linguagem de ódio será qualquer crítica ou manifestação de repúdio, conforme o determine o arbítrio no interesse do momento. A corja conspira activamente contra a liberdade de palavra que teme e arrastará a tribunal criminal - como sempre fez - qualquer protesto verbal ou escrito.
As condenações judiciais por pretensa injúria (mais de mil por ano) pesam como verdadeira cara do terror (político) que entre mãos do neo-salazarismo (clericalista) se exerce. São certamente mais de quarenta mil pessoas com o registo criminal manchado, não falando dos que foram alvo de processos inviáveis, mas ficaram agarrados a isso e por isso durante seis anos, ou mais. Como ameaça, evidentemente.
É a boçalidade de uma judicatura que acha natural o palavrão - a judicatura foi maioritariamente recrutada na baixa classe média, onde o palavrão é banal. Mas a crítica é desafio. E manifestação de autoridade própria. E a autoridade é de quem manda, a tais olhos. Isto é terra de servos, de gente sujeita, como aliás o dizem vários textos legais. O MP assume as funções de polícia política e a judicatura as da censura, com competências penais. Isto não pode deixar de se ligar à mediocridade da vida intelectual desta terra. Não há vivacidade intelectual sem palavra livre.
E as coisas vão piorar.
As condenações em Estrasburgo exigiam uma mudança de estratégia. E ela veio. A perseguição vai fazer-se agora em nome da protecção contra as discriminações de que vão queixar-se os que detêm o poder e não os que dele estão excluídos.
Linguagem de ódio será doravante o sarcasmo anarquista e a terminologia dos leninistas. Não falando já dos sindicalistas. E a intrusão em domínio religioso classificará como linguagem de ódio a designação do clericalismo romano por papismo, expressão perfeitamente fixada na Europa do Norte como na Ortodoxia que recusam a tal fenómeno o epíteto da catolicidade.
As coisas vão piorar, realmente, como o exige a trepidação desta gente que anseia perseguir e punir, como sempre o fez e quer continuar a fazer. Imaginando que aqui encontrou uma cobertura ideológica mais adequada para o viabilizar.
Recordemos que quiseram mesmo eliminar na prática o direito de petição ao Parlamento. O que teriam feito se Marcelo II não houvesse exercido o veto, porque até a um nacional-católico há coisas que parecem excessivas, à luz da estratégia geral da dissimulação.
É preciso meter-lhes isto (tudo) pela boca abaixo.»
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