Judeus a caminho do extermínio
«Esta situação foi criada pela arrogância do ocidente ao desprezar os interesses de outros Estados. Na visão de apagamento da História recente, a OTAN não assume responsabilidade por nenhuma das decisões que tomou, como a expansão para Leste, as misérias criadas pela “terapia de choque” neoliberal na Rússia, por motivar o separatismo da Chechénia, sabotar os acordos de Minsk, fazer um golpe de Estado na Ucrânia contra a ligação à Rússia, fomentar e financiar grupos nazis tendo como referência o SS ucraniano Stepan Bandera, responsável pela morte de mais de um milhão de judeus soviéticos, levado à categoria de “herói nacional da Ucrânia”. Como não se responsabilizam pelas 14 000 mortes dos ataques à RPL e à RPD após 2014.»
goog_2026157909(ver Pátria Latina)
Stepan Bandera nasceu em 1909 na região da Galícia, hoje um território pertencente à Ucrânia mas que passou por períodos de dominação do Império Austro-Húngaro e da Polônia. No fim dos anos 20, ele ingressa na Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), uma organização ativista pela formação de um estado independente.
“A OUN e Bandera organizaram diversas ações contra os poloneses na região da Galícia, que à época estava sob controle da Polônia”, explica Rodrigo. A região onde hoje fica Lviv – principal cidade do oeste ucraniano – fazia parte do território polonês.
Após o exército nazista invadir a Polônia e expandir suas operações militares a leste, quebrando o tratado Molotov-Ribbentrop, Bandera viu a oportunidade de conseguir apoio dos nazistas para conquistar a independência da Ucrânia.
“Depois do avanço dos nazista a leste, Bandera se tornou um colaboracionista do nazismo. Ele foi recrutado pela inteligência alemã para auxiliar na tomada da Galícia. Durante as primeiras semanas da ocupação, cerca de 7 mil judeus foram mortos apenas na cidade de Lvov. Bandera também foi o responsável pela criação de dois batalhões da SS”, afirma Rodrigo.
Após apoiar os nazis e colaborar com a implantação do sistema de genocídio no território ucraniano, Bandera cresceu suas aspirações para tentar transformar seu país em uma república independente. “De orientação fascista, é claro”, pontua Ianhez. Mas a empreitada não deu muito certo. “Ele foi preso pelos nazistas e foi levado para campos de concentração. Seu tratamento não foi o mesmo dado para os outros presos”, afirmou.
Enquanto Bandera estava detido, os batalhões da SS e o exército insurgente ucraniano – ambos apoiados por Bandera e pelos nazistas – avançavam com as tropas e, em 1941, tomam Kiev. Foram as forças inspiradas pela OUN e pelos nazistas que causaram o massacre de Babi Yar, onde 33 mil judeus foram assassinados em dois dias.
Após anos preso, Bandera retorna ao front. “Quando os soviéticos avançavam em direção a Oeste e começaram a libertar a Ucrânia, ele foi chamado novamente para colaborar com os nazistas e aceitou”, conta o historiador.
As tropas do Exército Vermelho ganham dos nazistas e Bandera se torna uma foragido. De acordo com Rodrigo, o nacionalista se esconde com apoio de seguranças da SS e existem até suspeitas de que ele teria recebido auxílio do serviço secreto britânico. “Esse período de sua vida é obscuro”, explica. Em 1959, Stepan é assassinado pela KGB.
goog_2026157909“Vale ressaltar que Bandera foi um dos agentes do Holocausto e seu pensamento era supremacista, contra os judeus, contra os moscovitas – como ele se referia aos russos -, contra os poloneses e até contra os húngaros”, pontua Ianhez.
Stepan Bandera nasceu em 1909 na região da Galícia, hoje um território pertencente à Ucrânia mas que passou por períodos de dominação do Império Austro-Húngaro e da Polônia. No fim dos anos 20, ele ingressa na Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), uma organização ativista pela formação de um estado independente.
“A OUN e Bandera organizaram diversas ações contra os poloneses na região da Galícia, que à época estava sob controle da Polônia”, explica Rodrigo. A região onde hoje fica Lviv – principal cidade do oeste ucraniano – fazia parte do território polonês.
Após o exército nazista invadir a Polônia e expandir suas operações militares a leste, quebrando o tratado Molotov-Ribbentrop, Bandera viu a oportunidade de conseguir apoio dos nazistas para conquistar a independência da Ucrânia.
“Depois do avanço dos nazista a leste, Bandera se tornou um colaboracionista do nazismo. Ele foi recrutado pela inteligência alemã para auxiliar na tomada da Galícia. Durante as primeiras semanas da ocupação, cerca de 7 mil judeus foram mortos apenas na cidade de Lvov. Bandera também foi o responsável pela criação de dois batalhões da SS”, afirma Rodrigo.
Após apoiar os nazis e colaborar com a implantação do sistema de genocídio no território ucraniano, Bandera cresceu suas aspirações para tentar transformar seu país em uma república independente. “De orientação fascista, é claro”, pontua Ianhez. Mas a empreitada não deu muito certo. “Ele foi preso pelos nazistas e foi levado para campos de concentração. Seu tratamento não foi o mesmo dado para os outros presos”, afirmou.
Enquanto Bandera estava detido, os batalhões da SS e o exército insurgente ucraniano – ambos apoiados por Bandera e pelos nazistas – avançavam com as tropas e, em 1941, tomam Kiev. Foram as forças inspiradas pela OUN e pelos nazistas que causaram o massacre de Babi Yar, onde 33 mil judeus foram assassinados em dois dias.
Após anos preso, Bandera retorna ao front. “Quando os soviéticos avançavam em direção a Oeste e começaram a libertar a Ucrânia, ele foi chamado novamente para colaborar com os nazistas e aceitou”, conta o historiador.
As tropas do Exército Vermelho ganham dos nazistas e Bandera se torna uma foragido. De acordo com Rodrigo, o nacionalista se esconde com apoio de seguranças da SS e existem até suspeitas de que ele teria recebido auxílio do serviço secreto britânico. “Esse período de sua vida é obscuro”, explica. Em 1959, Stepan é assassinado pela KGB.
“Vale ressaltar que Bandera foi um dos agentes do Holocausto e seu pensamento era supremacista, contra os judeus, contra os moscovitas – como ele se referia aos russos -, contra os poloneses e até contra os húngaros”, pontua Ianhez.
A influência de Bandera na Ucrânia de hoje
No último fim de semana, o presidente Volodymyr Zelensky anunciou a proibição de 11 partidos ucranianos por serem “pró-Rússia”. Entre eles, estavam diversas organizações de esquerda. Já partidos políticos com orientação pró-neonazista, como o Praviy Sektor – de extrema inspiração banderista – se mantiveram intactos dentro do estamento político ucraniano. Mas esse processo não começou agora.
“Foi em 2010, no governo Yushchenko que esse processo começou. Ele decretou que Stepan Bandera ganhasse o título de Herói Nacional. A medida causou grande polarização na sociedade ucraniana, que não concordava com um colaboracionista do nazismo sendo alçado a esse posto”, pontua Rodrigo.
“Houve um processo de revisionismo e falsificação histórica. Hoje, os nacionalistas afirmam que a associação de Bandera ao nazismo foi ‘invenção soviética’ e que ele não colaborou com o nazismo, o que é mentira”, explica.
Desde então, a figura de Bandera começou a ser utilizada por nacionalistas ucranianos amplamente. No Euromaidan, sua imagem começou a ser mais replicada. “Os aniversários de Bandera começaram a se transformar em atos públicos. Uma estátua foi construída para ele Lviv, mas foi destruída por grupos de esquerda pouco tempo depois”, afirma o historiador. E o apoio à figura também varia geograficamente.
“Hoje, no Oeste da Ucrânia, ele se tornou uma figura realmente importante. Quadros com seu rosto estão em gabinetes de políticos, em prédios públicos. No Donbass e na Crimeia isso não ocorre”. Rodrigo reforça que é importante mostrar que a influência de Bandera e do nazismo no nacionalismo ucraniano é crucial: “Não podemos não falar sobre o elefante na sala. Falar sobre isso não é ser pró-Kremlin”.
O historiador reforça o papel de Volodymyr Zelensky – que é judeu – nesse processo. “Zelensky é conhecido por fazer concessões à extrema-direita, mas tenta se afastar da figura de Bandera”. A comunidade judaica ucraniana denuncia a tempos e combate o revisionismo histórico sobre o colaboracionista e sobre a participação dos nacionalistas no Holocausto.
E com a invasão russa, a tendência é que a figura desse nazista ganhe ainda mais força nas mãos da direita ucraniana. “É certo que a guerra irá aumentar esse sentimento nacionalista e isso é preocupante”, conclui Rodrigo.
https://www.hypeness.com.br/2022/03/stepan-bandera-quem-foi-o-colaboracionista-nazista-que-se-tornou-simbolo-da-direita-ucraniana/
No último fim de semana, o presidente Volodymyr Zelensky anunciou a proibição de 11 partidos ucranianos por serem “pró-Rússia”. Entre eles, estavam diversas organizações de esquerda. Já partidos políticos com orientação pró-neonazista, como o Praviy Sektor – de extrema inspiração banderista – se mantiveram intactos dentro do estamento político ucraniano. Mas esse processo não começou agora.
“Foi em 2010, no governo Yushchenko que esse processo começou. Ele decretou que Stepan Bandera ganhasse o título de Herói Nacional. A medida causou grande polarização na sociedade ucraniana, que não concordava com um colaboracionista do nazismo sendo alçado a esse posto”, pontua Rodrigo.
“Houve um processo de revisionismo e falsificação histórica. Hoje, os nacionalistas afirmam que a associação de Bandera ao nazismo foi ‘invenção soviética’ e que ele não colaborou com o nazismo, o que é mentira”, explica.
Desde então, a figura de Bandera começou a ser utilizada por nacionalistas ucranianos amplamente. No Euromaidan, sua imagem começou a ser mais replicada. “Os aniversários de Bandera começaram a se transformar em atos públicos. Uma estátua foi construída para ele Lviv, mas foi destruída por grupos de esquerda pouco tempo depois”, afirma o historiador. E o apoio à figura também varia geograficamente.
“Hoje, no Oeste da Ucrânia, ele se tornou uma figura realmente importante. Quadros com seu rosto estão em gabinetes de políticos, em prédios públicos. No Donbass e na Crimeia isso não ocorre”. Rodrigo reforça que é importante mostrar que a influência de Bandera e do nazismo no nacionalismo ucraniano é crucial: “Não podemos não falar sobre o elefante na sala. Falar sobre isso não é ser pró-Kremlin”.
O historiador reforça o papel de Volodymyr Zelensky – que é judeu – nesse processo. “Zelensky é conhecido por fazer concessões à extrema-direita, mas tenta se afastar da figura de Bandera”. A comunidade judaica ucraniana denuncia a tempos e combate o revisionismo histórico sobre o colaboracionista e sobre a participação dos nacionalistas no Holocausto.
E com a invasão russa, a tendência é que a figura desse nazista ganhe ainda mais força nas mãos da direita ucraniana. “É certo que a guerra irá aumentar esse sentimento nacionalista e isso é preocupante”, conclui Rodrigo.
https://www.hypeness.com.br/2022/03/stepan-bandera-quem-foi-o-colaboracionista-nazista-que-se-tornou-simbolo-da-direita-ucraniana/
Sem comentários:
Enviar um comentário