Passam hoje 20 anos sobre a morte de Álvaro Cunhal, figura incontornável da resistência ao Estado Novo e símbolo maior do Partido Comunista Português.

Nascido em Coimbra em 1913, foi em Lisboa que se formou em Direito e onde iniciou uma vida de clandestinidade, luta política e resistência. Preso várias vezes, esteve oito anos em completo isolamento. Em 1960, protagonizou a célebre fuga de Peniche, episódio que o eternizou como ícone da oposição ao regime fascista.

Líder do PCP entre 1961 e 1992, Cunhal não foi apenas político – foi também escritor, pintor e pensador. Sob o pseudónimo de Manuel Tiago, legou uma vasta obra literária. Em 1974, cinco dias após o 25 de Abril, regressou do exílio e foi figura de destaque nos governos provisórios e na elaboração da Constituição de 1976. Cunhal continua a dividir opiniões, tendo impactado a história política portuguesa do século XX.

Este ano, a memória de Cunhal chega ao grande ecrã com o filme “Camarada Cunhal”, baseado no livro de Adelino Cunha. O filme retrata a fuga de Peniche, um dos momentos mais dramáticos da luta contra o Estado Novo. Com Romeu Vala no papel de Álvaro Cunhal, a produção recria o ambiente opressivo da ditadura e destaca a coragem e estratégia que marcaram esse episódio histórico.
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