Rubina Leal apesar de ser do PPDê é uma mulher de respeito e uma democrata exemplar. Ele sempre tomou atitudes corajosas mesmo desagradando ao regime ao qual infelizmente continua a servir. Rubina Leal foi a única militante do PSD que teve a coragem de ir ao funeral do professor António Loja. Não foi ninguém do PSD senão ela. Todos desprezaram o camarada António Loja menos a senhora Rubina Leal . Este gesto foi muito apreciado pelos democratas presentes no funeral do nosso camarada António Loja. O seu corpo foi cremado e não teve a presença do Sr. Bispo nem do alto clero madeirense todo ele infelizmente ao serviço do PSD. O sr. Nuno Morna fala, fala muito, critica, critica, mas está a umas léguas da dignidade da senhora Rubina Leal. Não o vimos no funeral do camarada António Loja. Infelizmente. Mas Rubina Leal esteve presente!
[Sobre o silêncio cúmplice de Rubina Leal perante o insulto aos deputados - e a lenta decomposição moral da dignidade parlamentar na Madeira]
Para ser franco, nem tenho a certeza se era Rubina Leal quem presidia aos trabalhos naqueles instantes. Podia muito bem não ser. Pode até ter ido à casa de banho, ou estar a rever a ordem de trabalhos, ou a deglutir um cafézinho nos Passos Perdidos, ou a olhar o tecto enquanto reflectia no número de protocolos que ainda teria de assinar nesse dia. Talvez estivesse ausente por uma razão qualquer, uma razão pequena, uma razão compreensível, uma razão justificável, uma enorme razão inadiável. Não sei. Não interessa. Porque, no fundo, nem precisa de estar presente no momento em que se comete a falta para ser a responsável pela falta cometida. A Presidência da Assembleia não é um lugar para ocupar por turnos. Não é uma função que se exerce quando apetece, como quem decide participar ou não numa partida de cassino. Quem preside, preside sempre. Mesmo quando não está.
E por isso, mesmo que Rubina Leal não estivesse ali quando o Secretário regional resolveu tratar os deputados como se estivesse na Tasca do Bexiga de quarto de litro de vinho seco na mão, mesmo que não estivesse ali quando os insultos foram atirados à cara de parlamentares eleitos, mesmo que os ditos lhe tenham chegado apenas em diferido, em vídeo, em notícia, em murmúrio de corredor, não há desculpa. O silêncio que guardou desde então, e que já vai longo, não é neutralidade. É responsabilidade. Ou melhor, irresponsabilidade disfarçada de prudência.
Dois dias. Quarenta e oito horas. Um tempo que em política é uma eternidade. Um intervalo tão generoso que permitiria a qualquer Presidente digno do cargo escrever, telefonar, convocar, protestar, lamentar, agir, reagir. Um tempo mais do que suficiente para fazer aquilo que qualquer titular da mais alta função do Parlamento tem obrigação de fazer: proteger a dignidade da Assembleia, defender os deputados todos, até os que lhe tiram o sono, e pôr ordem no barracão em que a política madeirense se tornou. Mas o que fez Rubina Leal? Nada. Nem uma frase. Nem uma vírgula. Nem o mais vago aceno institucional. Silêncio. O mesmo silêncio que se faz quando se ouve um prato partir e se espera que alguém vá buscar a vassoura. Mas ninguém a foi buscar. E a senhora também não se levantou.
Rubina Leal é a mais alta figura da Autonomia da Madeira. É a figura maior do órgão mais importante. Do órgão que nos define como estrutura democrática e autonómica. Rubina Leal não é apenas uma deputada entre outros. É a que preside. E presidir, no contexto em que nos encontramos, é mais do que segurar a presidência nas mãos, é mais do que abrir e fechar sessões, é mais do que controlar os tempos ou distribuir os papéis. Presidir, em tempos de desrespeito, é resistir. É ter coragem. É saber dizer: aqui, não. Não deste modo. Não nesta sala. Não com estas palavras. E Rubina Leal falhou. Falhou fragorosamente. Falhou enquanto Presidente, enquanto parlamentar, enquanto responsável institucional, enquanto mulher que, se o cargo servisse para alguma coisa, deveria ter sido a primeira a levantar-se e a dizer basta.
Mas não disse. Preferiu não se comprometer. Talvez achasse que o tempo se encarregaria de apagar o assunto. Que o ruído do dia seguinte abafaria o escândalo. Que bastaria não tocar no assunto para que o assunto desaparecesse. Velha táctica. Velhíssima. Tão velha quanto a própria política desta terra. Onde o silêncio é usado como disfarce. Onde o recato é confundido com elevação. Onde a omissão é tratada como inteligência táctica. Como se calar fosse sempre um acto de diplomacia e nunca, como neste caso, de cobardia.
Rubina Leal teve nas mãos a oportunidade de mostrar que está à altura do cargo. Não o fez. E não o fazendo, revelou que não percebeu, ou não quis perceber, a gravidade do que aconteceu. Um membro do Governo, num acto de arrogância explícita, violentou verbalmente os representantes eleitos do povo. Trucidou o decoro parlamentar com a leviandade de quem se julga inatacável. Fez do hemiciclo uma praça de mercado em dia de peixe podre. E a Presidente da Assembleia, perante isto, decidiu calar-se. Não se incomodar. Não levantar a voz. Como se as palavras tivessem sido ditas noutra sala. Noutro tempo. Noutro continente.
E o problema é que este silêncio não é inocente. O silêncio da Presidente transforma-se, por via da omissão, num endosso. Torna-se uma espécie de concordância passiva, uma aceitação envergonhada, um baixar de olhos que diz tudo o que a boca recusa. E quando o silêncio de quem preside se alia à grosseria de quem governa, temos a fórmula perfeita para a degradação da democracia. Uma democracia onde se pode insultar à vontade, desde que se insulte os adversários certos. Uma democracia de verniz estalado. Uma democracia de adereços.
A presidência da Assembleia não é um prémio de consolação. Não é um lugar de reforma dourada para quem já fez o que tinha a fazer. Não é um pedestal de onde se observa a política como quem vê a chuva cair. A presidência exige acção. Exige postura. Exige estar presente, mesmo quando todos fogem. E se Rubina Leal não é capaz de encarnar essa presença, então não está à altura do cargo. Está sentada nele, mas não o exerce. Está instalada, mas não serve. É uma figura decorativa com a forma de uma responsabilidade que não se cumpre. E uma Assembleia com uma Presidente decorativa é, no fundo, uma Assembleia a meio caminho do desprestígio total.
Por isso, não, senhora Presidente. Não chega. Não basta estar calada. Não basta estar sentada. Não basta estar.
O Parlamento precisa de alguém que seja.
Junho 2025
Nuno Morna
P.S.: Tão sério como o que fez Eduardo Jesus, é o silêncio cúmplice de tantos outros. Há silêncios que não são prudência, são cobardia. E há omissões que pesam tanto como as acções. São tão graves os insultos de Eduardo Jesus como o são as omissões de Rubina Leal e de outros. De Miguel Albuquerque, das senhoras deputadas do PSD, de alguns outros partidos. Quando os intervenientes da política regional, que se dizem representantes do povo, escolhem calar-se perante o inaceitável, não são neutros: estão a escolher um lado. E não é o da liberdade. (da página do Facebook do nosso amigo Nuno)Nuno Morna o verdadeiro Moralista do reino dos mamadeiras.
Vamos ver se o falso moralista Nuno Morna vai estar presente nas cerimónias fúnebres do padre Martins no próximo domingo dia 22 de Junho. O Coelho vai estar lá para ver.
ResponderEliminarClaro que vai.
EliminarPara encher o pandulho lá está ele .!!!!
Eduardo Jesus já se humilhou perante Rubina Leal. Foi de corda ao pescoço pedir desculpas a esta grande senhora pelo seu comportamento abrutalhado
ResponderEliminarFuga em massa e colapso psicológico: entram em pânico diante da retaliação
ResponderEliminarhttps://anovademocracia.com.br/israelenses-panicos-retaliacao-iraniana/