Um MP que depende da investigação do Parlamento
«Há muito que sabemos que o Ministério Público é uma máquina com duas velocidades: lento ou parado. Pois bastou que um pequeno número de deputados competentes e empenhados se debruçassem sobre alguns dos devedores à banca para demonstrar publicamente que esses devedores, que há anos têm passado incólumes, não tinham qualquer hipótese de escapar a uma investigação eficaz. Tudo isto usando poucos recursos, sem dezenas de inspectores e magistrados no terreno, sem mandados de busca ou detenções. Foi assim com Berardo, depois Vieira e com outros que se fizeram passar por amnésicos ou atrasados mentais. Ficou evidente que só a total ineficácia e complacência do MP permitia que situações muito duvidosas ou mesmo criminosas continuassem há anos por esclarecer, situações que têm custado muitos milhões aos contribuintes.
O mesmo MP que na ânsia de parecer implacável acusa ministros, mesmo sem fundamento, tenta agora apresentar serviço e contar uma história que no essencial toda a gente já conhece. Para quando um Estatuto do Ministério Público que obrigue este órgão da Justiça a prestar contas das suas crónicas omissões e da falta de qualidade dos caixotes de papel a que chamam processos?»
José Cavalheiro, Matosinhos
Estranho é que o processo nada tenha a ver com isso... Talvez seja para pessoas que, efectivamente percebem o básico
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