Carlos Cruz denuncia corrupção na escolha de Portugal para organizar o Euro 2004
António Sequeira, Carlos Cruz, Gilberto Madaíl, José Sócrates, Miranda Calha e Eusébio após o anúncio de que Portugal iria receber o Europeu de 2004
Carlos Cruz acusa Sócrates de suborno Livro refere episódios que ocorreram em 1999 e anos anteriores.
Carlos Cruz acusou ontem Gilberto Madaíl, ex-líder da Federação Portuguesa de Futebol, e José Sócrates, ex-chefe de governo, da compra de votos para Portugal acolher o Euro 2004, durante a apresentação da autobiografia com o nome ‘Uma Vida’. Situações que, segundo Cruz, ocorreram em 1999 ou em anos anteriores. O ex-apresentador, que se encontra preso por pedofilia no caso Casa Pia (desde 2010) e que presidiu à comissão executiva da candidatura portuguesa ao Euro 2004, refere episódios em que Madaíl entregou envelopes com dinheiro a um presidente de uma federação para que esse votasse em Portugal e influenciasse outros dirigentes a fazer o mesmo. "Alguém teve a ideia de oferecer as férias ao senhor e à família [...]. À saída da reunião, Madaíl, discretamente, entregou-lhe o envelope [...]. O senhor ficou muito feliz com o segundo envelope que recebeu; penso que foram 12 500 ou 15 000 dólares", lê-se. Cruz relata ainda uma conversa em que confronta José Sócrates, na altura ministro adjunto do primeiro-ministro António Guterres, com as palavras de um "presidente de uma multinacional" que prometia o voto do país onde estava sediada a empresa e prometia ainda influenciar várias federações de Leste a favor de Portugal, a troco de "uma vivenda no Algarve no valor de 100 mil dólares". Segundo o livro, Sócrates terá respondido: "Ó Carlos Cruz, não podemos perder isto por uma questão de dinheiro! Era o que faltava!" "Perguntei-lhe se aquela afirmação era um ‘sim’ à proposta. Se garantisse o voto, era", lê-se. Confrontado com a situação, Gilberto Madaíl disse ao CM: "É deselegante e ressabiado ele envolver-me nisso. Nunca dei dinheiro a ninguém." Também Pedro Delille, advogado de José Sócrates, negou as acusações. "Isso não tem fundamento algum, é falso", disse ao CM. (correio da manhã)
Comentário pertinente de um leitor:
«Sendo verdade, o que não custa a acreditar pelas pessoas envolvidas, porquê só agora falou?»
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