terça-feira, 30 de julho de 2024

O jornalista mainstream João Miguel Tavares não morre de amores pelo PCP

 


É mais um jornalista burguês do sistema. Vejam a prosa do pardalão no jornal Público:
"só são fofinhos porque já não têm poder."- lá diz ele na sua cartilha alinhada com o velho sistema burguês

 O PCP nunca falha. Ao início da tarde desta segunda-feira lá veio a nota por que todos esperávamos: “O PCP saúda a eleição de Nicolás Maduro como Presidente da República Bolivariana da Venezuela, bem como o conjunto das forças progressistas, democráticas e patriotas venezuelanas. O PCP condena a reacção do Governo português, alinhada com a política de ingerência dos EUA e da UE e quantos procuram animar a campanha promovida pela extrema-direita golpista.” Quando digo que a direita e a esquerda radicais são iguaizinhas no seu extremismo, e que a única coisa que vai mudando são os assuntos em relação aos quais assumem posições abjectas, não se esqueçam de vir com a conversa do “recuso equivalências entre o Chega e o PCP”.

 Vê-se. Convém que quem adora defender os grandes pergaminhos democráticos do PCP não se esqueça de dias como este. É verdade que o Partido Comunista Português não é o PC soviético; mas os tempos também são outros, e desaconselham Nicolás Maduro a enfiar os opositores em valas comuns, como na época das antigas ditaduras latino-americanas. Os novos ditadores do século XXI têm uma grande vantagem e uma pequena desvantagem em relação aos velhos ditadores do século XX. A grande vantagem é mesmo grande: não assassinam como antigamente.

 Por muito detestável e opressivo que seja, por exemplo, o regime de Putin, nós não estamos no tempo de Estaline, nem sequer de Brejnev. A pequena desvantagem é de um outro tipo: os ditadores do século XXI são muito mais ínvios nos seus caminhos e na forma como se definem a si próprios, e nesse sentido perdeu-se uma dimensão de clareza na sua acção política. É por isso que o velho ditador tem hoje um novo nome — autocrata —, já que, tendo o mesmo objectivo de sempre — o poder absoluto e a eternização no poder —, ele não é posto em prática da mesma forma. Por um lado, porque as ideologias totalitárias de Hitler ou Estaline são historicamente indefensáveis. Por outro, porque a globalização remeteria qualquer ditadura isolacionista à moda antiga para o papel burlesco da Coreia do Norte. Putin ou Maduro não dispensam, como fonte de legitimidade, alguma encenação democrática nos seus países: realizam eleições regulares, permitem alguma dissensão interna, e convencem o PCP de que são espectaculares, mantendo um equilíbrio entre ter um vestígio de oposição e impedir que ela cresça até se tornar uma ameaça. Este tema deu origem a um livro muito badalado e premiado: Spin Dictators — The changing face of tiranny in the 21st century, que em Portugal se chama A Ditadura Adaptada ao Século XXI — Como os novos tiranos se reinventaram. Sergei Guriev e Daniel Treisman estabelecem uma diferença entre ditaduras do medo e ditaduras do spin, sendo estas definidas assim:

 “a) o país é uma não democracia, e

 b) realizam-se eleições nacionais em que pelo menos um partido da oposição é autorizado a concorrer, e 

c) pelo menos alguns meios de comunicação todos os anos criticam o governo, e 

d) ocorrem em média menos de dez assassinatos políticos por ano, e 

e) menos de mil presos políticos são mantidos em qualquer ano.” A Venezuela de Maduro encaixa que nem uma luva nesta definição. E isso é quanto basta para o PCP engolir o seu spin ditatorial, celebrando a derrota do “projecto reaccionário, antidemocrático e de abdicação nacional” protagonizado pela oposição venezuelana. O PCP não aprende nada desde 1917. Nunca se esqueçam: só são fofinhos porque já não têm poder.

  Até a banda desenhada do jornal Público satiriza o PCP, o anticomunismo primário da burguesia  nota-se logo!

9 comentários:

  1. QUANDO SE DESCONHECE A LUTA DO PC PELA LIBERDADE ANTES DO 25 ABRIL...

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  2. O GOLPE NA VENEZUELA E O RETORNO...
    https://www.youtube.com/watch?v=srJXgzrcD58

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  3. Os comunas antes do 25 de abril queriam estabelecer em Portugal uma ditadura igual à soviética, ainda bem que não venceram, se vencessem torturavam e matavam pior que Salazar

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    1. Antes do 25 de Abril os comunas comiam criançinhas ao pequeno-almoço. Pelos vistos a cuelhada ainda não perdeu esse caviar

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    2. Coelhada
      Foram mesmo 12 valores???
      Eu acho que foi menos...
      Aprenda a escrever mira maricas.

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  4. Os comunas o pior defeito que têm é serem chatos. Sempre com aquelas musiquetas e chavões que nunca mudam. E entalam sempre a língua para condenarem os regimes totalitarios deles. Só condenam os outros.

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