A ESQUERDA PARLAMENTAR CAVOU A SUA PRÓPRIA SEPULTURA
«É triste mas é a pura verdade. Nada que a história já não tenha conhecido e experimentado há quase 100 anos quando, na Alemanha, Hitler chega ao poder e também pela via eleitoral. (O partido Chega, à luz das leis actuais, até devia estar ilegalizado) Há que encarar a frio: Ventura, um neo fascista confesso, que faz a saudação nazi nos seus congressos, pode chegar a primeiro-ministro, em próximas eleições legislativas, que poderão igualmente voltar a ser 'antecipadas'. Mas que ele venha a ser primeiro-ministro não quer dizer, nem que ele seja 'burro' (e os mal chamados animais são bem inteligentes), ou que os seus eleitores sejam estúpidos e ignorantes como muitos sectores (e de esquerda), que não querem ir às causas, injustamente alimentam essa ideia peregrina e pseudo explicativa, de que o crescimento desse partido se deve à "ileteracia eleitoral e cultural" do povo. Quer dizer, quando o povo vota à esquerda, no BE e até no PC (mal classificados de radicais de esquerda), cada um com quase meio milhão de votos, há duas décadas atrás, eram inteligentes e cultos, agora não. Os eleitores ou melhor, centenas de milhares de trabalhadores (!) e de jovens (!) que incorporam o um milhão e trezentos mil votos no Chega, antes de terem votado neste partido, devem ter votado às dezenas de milhares, no Francisco Louçã -e no BE, por exemplo-, quando em 1999/2000, início deste século, eram eles a (grande) esperança da renovação da política e ... da esquerda e nem sequer se vislumbrava uma extrema-direita, como a conhecemos hoje. Não havia espaço político para eles e sim para a esquerda. Agora, domingo dia 18, o BE (e o PC) conseguiu fazer pior. Nessa primeira eleição de deputados o BE não começou com um deputado eleito, mas sim o dobro, dois, e depois foi sempre a subir (e chegou a ultrapassar o PC várias vezes) até começar sempre ... a cair, quando sustentou o PS. E os três (PS, BE e PC) sustentaram um capitalismo decandente, um sistema de podridão e corrupção, dando origem e argumentos (ainda que falaciosos) à maior demagogia da extrema-direita: que haver hospitais com urgências fechadas era culpa do 'socialismo', dos governos 'socialistas'; todos os males da precariedade e de bebés a nascerem em auto estradas em vez de hospitais, era ... o 'socialismo', e tudo enquanto dos OGE do PS, se debitavam milhões para os privados na saúde; onde temos cerca de 1 milhão de portugueses que emigraram nos últimos 10 anos, mas a extrema-direita diz que é também o resultado de políticas 'socialistas'; as rendas de casa caras (e casas inacessíveis), a culpa é ... do socialismo, enfim e tudo o resto estimados leitores que vocês conhecem bem. É óbvio que nunca houve socialismo nenhum em Portugal, mas é verdade que foi uma coligação 'gerigonçada' que abriu as portas à extrema-direita. Quem governa o capitalismo, quem (sempre) concilia e conciliou com ele, nesta etapa histórica, são os responsáveis da hecatombe eleitoral à esquerda. Capitalismo, para mais, que na sua degradação permanente e sistémica, parece empurrar todo o planeta até para novas guerras mundiais. É óbvio que abriu as portas aos Venturas, Trumpes, Mileis, Le Pen e Bolsonaros deste mundo. Enquanto o sistema não for sujeito a verdadeiras (novas) revoluções, sim novas revoluções, como a do 25 de abril (e até mais profunda), vamos ter estas desgraças:
-AD, que da desgraça do seu 'primeiro', metido em alhadas, entretanto subiu mais 9% dos votos face à votação obtida em 2024, somente há um ano atrás; a AD subiu 84.792 votos e mais 9 deputados;
-o PS caiu estrondosamente, menos quase meio milhão de votos e menos 20 deputados;
- o Chega volta a subir, apesar de deputados ladrões de malas e pedófilos; sobe uma vez mais em 175.853 votos e mais 8 deputados, passando de 50 para 58;
-a IL, uma espécie de extrema-direita "educada", também consegue subir (não tanto quanto era expectável) de 318.685 votos e 8 deputados em 2024 para mais 10.464 votos e 1 deputado, passando de 8 para 9;
- à esquerda, supostamente alternativa, mas conciliadora, do lado do BE, conseguiu a "proeza" de ficar atrás de um PC em queda livre há mais de uma década, passando de 19 deputados que já teve, de 4 obtidos em 2024 para 1 agora, em 2025, perdendo uma vez mais 163.103 votos, mesmo com os fundadores em campo em que nenhum foi eleito!;
- o PCP/CDU, também não pode 'cantar de galo', pois o facto de ter ficado à frente do BE por cerca de 70.000 votos e 2 deputados (CDU com 3 e BE com 1), o facto é que voltou a perder, de 2024 para agora, mais 1 deputado (tinha 4) e perde 24.493 votos, ou seja, de 205.436 em 2024 para agora 180.943.
Politicamente é "natural" esta inversão de lugares e deputados entre BE e PC, no âmbito da decadência de ambos. É que o projecto dos dirigentes do BE, sempre foi o modelo de partido do ...PS, note-se, social democrata nas políticas e no modelo, como um partido eleitoral (um PS2 portanto), sem base enraizada, não o fossem acusar de perigosos leninistas. O PC, sendo um partido estalinista e tendo toda a vida apoiado regimes de partido único no leste da Europa, conservou todavia, uma veia de enraizamento sindical (ainda que muitas vezes ditatorial no seio dos sindicatos e na central que dirige), dando-lhe, nestas horas amargas, um pouco mais de defesas, resistindo melhor que o BE. No entanto, no Alentejo, é triste assistir no seu 'património histórico', a uma viragem da base de masas da CDU/PC para ... o Chega, fenómeno que já ocorreu também em França em eleitorado da classe operária, que do velho PCF passaram para o partido neo fascista francês.
Por fim, um alerta reiterado: se não se conseguir uma reconstrução de uma verdadeira esquerda revolucionária e se não houver acordos, frentes conjuntas, unidades e até coligações, toda a esquerda, da moderada e social democrata, e à revolucionária, todos andarão a penar (como já acontece) mais um bom 'par de anos'. O Livre, à esquerda, que, paradoxalmente, subiu 45.975 votos e de 4 para 6 deputados, é no entanto, o partido mais próximo do PS e de políticas europeias de promoção de mais armas e preparação de (novas) guerras. Esse dinheiro (serão políticas) que em vez de se dirigir para os serviços públicos e reforçar as pensões de mais de um milhão de pensionistas com pensões abaixo dos 700 eur, serão promotoras de tudo o contrário que o Livre diz defender.»
Nota da redação:
[Vai ser o hiper esquerdista cagão do MAS que com o seu micro partido irá fazer a Revolução e salvar os ideais de esquerda em Portugal. Vai descobrir a pólvora o pardalão. Vamos esperar sentados pela revolução dele!]
'Companhia Serpente': país cria novo plano para atrair brasileiros para o front
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=koRExvMhUv8
O MAS pode não salvar a Esquerda mas a anãlise está correctíssima! A Esquerda traiu o seu eleitorado e não cumpriu os seus princípios e chavões enquanto esteve no poder (Geringonça), o Povo traído votou no Chega, IL e nesta AD neoliberal. Até o Sá Carneiro dá voltas no caixão mas para ele, wue é sempre invocado quando é útil, não faz qualquer diferença. Tal como para o Soares do PS ou o Cunhal do PCP: estão todos mortos. Serão os vivos enganados a sofrerem as consequências das mentiras e ilusões da Esquerda e passadas de bandeja à Direita neoliberal.
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