

Vadim Papura hoje teria 28 anos de idade, mas foi-lhe negada essa oportunidade. Lembra-se e homenageia-se Vadim Papura como representante e símbolo de um coletivo,... de mártires. Jovem comunista ucraniano tinha nesse dia 17 anos, foi mais uma vítima do incêndio na casa sindical de Odessa no dia 2 de maio de 2014.
Um verdadeiro massacre organizado pela junta de Kiev contra a esquerda, comunistas e antifascistas.
Do massacre resultaram 42 mortos e quase 200 feridos.
𝗥𝗲𝗰𝗼𝗺𝗲𝗻𝗱𝗮-𝘀𝗲 𝘁𝗮𝗺𝗯𝗲́𝗺 𝗮 𝗹𝗲𝗶𝘁𝘂𝗿𝗮 𝗱𝗲𝘀𝘁𝗮 𝗽𝘂𝗯𝗹𝗶𝗰𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 (𝗮𝘂𝘁𝗼𝗿 𝗝𝗼𝗮̃𝗼 𝗚𝗼𝗺𝗲𝘀):
"Odessa, 2 de Maio de 2014: a memória que arde
Há dias em que a História grita, mas ninguém escuta. Há praças onde o fogo não é só chama – é vergonha acesa, memória que arde.
Sob o céu pálido do Mar Negro, o sangue tingiu as pedras e o silêncio foi cúmplice. O que começou como protesto, como grito, como resistência à queda de um presidente e à ascensão dos novos senhores do poder, terminou com corpos carbonizados num edifício sindical – templo dos que sonhavam com justiça.
Ali morreram mais de 48. Queimados. Espancados. Caçados como ratos por entre janelas e corredores de fumo. Morreram por pensar diferente. Por serem pró-russos. Por não se ajoelharem ao novo credo neoliberal e aos estandartes negros do extremismo.
E o mundo? O mundo folheava jornais limpos, noticiários cegos. Não houve manchetes, não houve lágrimas televisivas. A tragédia foi engolida por uma narrativa conveniente: os bons e os maus, a democracia e os bárbaros. Mas a verdade – a verdade jazia no chão queimado de Odessa, entre as cinzas da memória que queriam apagar.
Hoje, as cinzas falam. Hoje, em Donbass, elas revivem – em bombardeios, trincheiras, e crianças escondidas em abrigos. Não é de agora que a Ucrânia sangra. Sangra desde que se permitiu à serpente neonazi erguer a cabeça, desde que se sacrificou a verdade pela geopolítica.
Odessa foi aviso, foi prenúncio. Mas a Europa não quis ver. Nem os que se diziam defensores da liberdade. E assim, ano após ano, a lenha foi-se juntando, o ódio alimentado. E quando a guerra se fez inevitável, chamaram bárbaros aos que reagiam ao cerco que nunca deixou de se apertar.
Odessa, 2 de maio. Um dia que devia ser lembrado como se recorda Guernica, ou My Lai. Mas que se esconde sob a poeira da hipocrisia. Porque os mortos, quando não servem a narrativa, são enterrados sem nome, sem honra, sem justiça.
E o edifício sindical queimado permanece. Ruína viva de um país dividido, de uma Europa cúmplice, de um mundo amordaçado. Enquanto isso, as sombras de Odessa continuam a caminhar por Donetsk, por Lugansk, e por todos os lugares onde a História se repete, porque se recusou a aprender com as cinzas."
Autor João Gomes
Rua com o padre das esmolinhas e o meia saca
ResponderEliminarAqui o escriba que fez o post é que sabe bem o que aconteceu lá, deve lá ter estado e fugiu pela janela. Malandros dos Ucranianos que não querem os comunistas. VOCÊ SABE O QUE REALMENTE ACONTECEU??? Mande vir para a Madeira o Kim JOng e o Maduro que isso fica logo uma democracia, mas das boas.
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