domingo, 24 de agosto de 2025

Padre José Luis publica interessante análise no "Madeira-Opina"; não pode publicar na imprensa oficial porque na ilhota dos mamadeiras os juizes fascistas criminalizam a opinião

 

Teodoro a outra faceta


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«Teodoro Faria faleceu. Paz à sua alma e os meus sentimentos à família. A sua passagem pela Diocese do Funchal foi longa e marcante, tendo deixado uma pegada indiscutível na vida religiosa e social da Madeira.
 Contudo, seria um erro cair na tentação de pintar o seu legado apenas a cores suaves, ignorando as sombras que também o caracterizaram. A História pede equilíbrio e memória completa: o que foi bom deve ser reconhecido, mas o que foi mau não pode ser branqueado nem varrido para debaixo do tapete.
Foi o bispo que ousou comparar o Padre Frederico, um pedófilo condenado pela justiça, a Jesus.
 Crucificado, uma afirmação que feriu profundamente muitas pessoas da comunidade católica e que deixou uma cicatriz na credibilidade da própria Diocese. Foi também aquele que, de forma sistemática, perseguiu o Padre José Martins Júnior, um sacerdote que se distinguiu pelo serviço à comunidade e pela coragem de questionar estruturas, mas que nunca encontrou no seu bispo compreensão ou apoio.
 Teodoro Faria foi ainda o homem que, demasiadas vezes, preferiu abandonar cerimónias religiosas para marcar presença em inaugurações políticas ou sociais, revelando uma opção clara por visibilidade pública em detrimento da
centralidade pastoral. Ignorou também o testamento de D. Eugénia Bettencourt, que em 1982 legou uma vasta fortuna à Diocese do Funchal, com a condição de ser utilizada no auxílio a doentes cancerosos. Esse património deu origem a processos judiciais durante mais de três décadas, nos quais se denunciou a falta de transparência e de cumprimento da vontade da benemérita.
 Muitas propriedades e bens valiosos ficaram sem destino claro, alguns até foram parar a usos obscuros, muito distantes daquilo que estava estabelecido no testamento.
Foi igualmente sob a sua liderança que se ergueram autênticas igrejas faraónicas, como as da Atouguia, do Livramento ou de Santa Cecília em Câmara de Lobos. Obras monumentais que, mais do que servir as necessidades espirituais das comunidades, representaram projetos de vaidade e desfasamento face à realidade social e económica da Madeira de então.
 Não se pode, portanto, reduzir o seu episcopado a uma sucessão de flores e louvores. A sua ação pastoral esteve longe de ser o "mar de rosas" que agora alguns querem fazer crer. Não falamos de lapsos ocasionais, mas de uma linha de opções e atitudes persistentes, que muitas vezes se afastaram do espírito evangélico e daquilo que se espera de um pastor católico. O problema não foram meros erros humanos, o problema foi a vontade reiterada de conduzir a diocese de uma forma que, em muitos aspetos, de católico pouco tinha.
  E este cenário não é exclusivo de Teodoro Faria.
Nos últimos 50 anos, a Diocese do Funchal tem sido marcada por uma evidente escassez de qualidade pastoral e de verdadeiro serviço às comunidades. O clero local e os fiéis vivem, repetidamente, sob a sensação de que as lideranças diocesanas estão mais preocupadas com questões de poder, visibilidade e gestão do que com a missão evangélica. A prova mais recente dessa crise é clara: a recusa de duas dioceses, Guarda e Setúbal, e os respetivos movimentos. 
 Um sinal inequívoco de desconfiança e de isolamento que diz muito sobre quem, hoje, conduz os destinos da nossa Igreja na Madeira e que já pediu para sair da ilha.
E, por isso, importante que a morte de Teodoro Faria não seja ocasião apenas para discursos laudatórios e memórias seletivas.Mais do que um exercício de nostalgia, deve ser um momento de reflexão séria sobre o passado recente da Diocese do Funchal, sobre os erros cometidos e sobre as mudanças urgentes de que esta Igreja precisa para voltar a ser casa de fé, de acolhimento e de verdade. Só assim a sua história - com luzes e sombras - poderá ser lida com justiça.»

2 comentários:

  1. Viva padre José Luís grande padre madeirense

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  2. Foi um maldito pedófilo identificado pela interpol, através da Bélgica.

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