Alberto João Jardim, A Voz da Madeira em defesa do regime deposto em 1974
O actual presidente do Governo Regional declarou-se apoiante de Salazar e Marcello Caetano e chamou "bombista" a Francisco Sá Carneiro.
27 de Abril de 2014, 10:56 Alberto João Jardim, A Voz da Madeira em defesa do regime deposto em 1974
“A Nação não pode imaginar, numa altura grave em que se lhe pede sacrifícios, o triste cisma entre correntes que têm responsáveis e das quais, indistintamente, espera soluções que tornarão melhor o amanhã”, escreveu Jardim em 1973, em apoio dos princípios da governação definidos por Marcello Caetano.“É, pois, esta época decisiva, a menos própria para que aquela conjugação de ideias, com o acesso ao poder do actual chefe do Governo [Marcello Caetano], se venha a cindir ou enfraquecer.”
Alberto João Jardim, A Voz da Madeira em defesa do regime deposto em 1974
Jardim apontou a realização do congresso de “forças políticas adversas ao Governo”, realizado sob vigilância policial em Aveiro, para “demonstrar” que “não vivemos na tal férrea ditadura que estrangeiros e portugueses por aí propagam”, mas numa “evolução política que, prudentemente, trilhamos, na aproximação dos países com maiores tradições cívicas”, países estes “onde, se também houver, como em Aveiro, manifestações não autorizadas e com distúrbios, as forças policiais intervêm”.
Alberto João Jardim, A Voz da Madeira em defesa do regime deposto em 1974 Ao comentar uma das Conversas em Família de Caetano na RTP, dedicada às “relações capital-trabalho”, Jardim escreveu a 13 de Fevereiro de 1974, dois meses antes da Revolução, que “por muito chocante que tal maneira de pensar seja para os que se julgam 'progressistas', a greve constitui um mal comunitário. Somos, pois, pela ilegalidade da greve”.Alberto João Jardim, A Voz da Madeira em defesa do regime deposto em 1974 Antes de se confessar adepto da “evolução na continuidade” de Caetano, Jardim mostrou ter grande apreço pelo seu antecessor. “Digno sucessor da escola de Sagres que é o prof. dr. Oliveira Salazar, o nosso inteiro apoio e admiração ao que tem feito para bem da Pátria", afirmou a 3 de Maio de 1961, na Liga 28 de Maio, em Lisboa, numa sessão comemorativa do 33.º aniversário da entrada de Salazar para o Governo.Alberto João Jardim, A Voz da Madeira em defesa do regime deposto em 1974 Em A Voz da Madeira , nos três anos que antecederam o golpe militar e a sua posterior nomeação pelo bispo Francisco Santana para director do diocesano Jornal da Madeira , Jardim mostrou ter ideias claras sobre o Ultramar. “A ideia portuguesa de Nação pluricontinental não se arreda das concepções democráticas. (...) Negociar com terroristas é impossível (...), seria antidemocrático partilhar o território nacional com bandos terroristas, num inventário ignominioso, após, nas últimas eleições, o próprio eleitorado ultramarino se ter manifestado esmagadoramente pela continuação dos laços da nacionalidade. Isto é que é a autodeterminação, e não as palhaçadas neocoloniais montadas pelas grandes potências”, escreveu na edição de 31 de Janeiro de 1973.Alberto João Jardim, A Voz da Madeira em defesa do regime deposto em 1974 Poucos dias antes passara à disponibilidade como oficial miliciano, depois de ter sido poupado à mobilização para África e colocado no Quartel-General da Madeira desde 1970, como especialista em Acção Psicológica.Alberto João Jardim, A Voz da Madeira em defesa do regime deposto em 1974 No artigo publicado no dia 28 de Maio de 1973, Jardim assinalava assim a efeméride: “Passaram quarenta e sete anos sobre o golpe de Estado, prefácio do regime instituído pela Constituição de 1933. Pronunciamento militar de nenhum modo ainda o triunfo do Integralismo Lusitano. Fundamentalmente uma reacção viril, sã e coerente de uma consciência viril, sã e coerente que se propunha extirpar a incompetência e a corrupção que maculavam a vida do país. (…) O confronto honesto do positivo e do negativo realizado, embora sempre subjectivo, permite a conclusão de que o regime serviu o País.”Alberto João Jardim, A Voz da Madeira em defesa do regime deposto em 1974 É também dessa altura um episódio recordado pelo co-fundador do PPD Magalhães Mota ( Vida Mundial , 2/98), a propósito da discussão na Assembleia Nacional entre Miller Guerra e o salazarista Casal Ribeiro. Na sequência da vigília da Capela do Rato, Sá Carneiro — outro dos liberais em ruptura com Marcelo Caetano, criticado por Jardim no artigo “Cisões inoportunas” — intrometeu-se no debate parlamentar sobre a guerra colonial e as bombas.Alberto João Jardim, A Voz da Madeira em defesa do regime deposto em 1974 Depois da discussão, conta Magalhães Mota, “surge um editorial num jornal madeirense assinado por um senhor chamado Alberto João Jardim e com o título ‘A ANP ou a bomba’. Escrevia ele que não havia qualquer hipótese de terceira via, que só havia duas escolhas possíveis, ou era a da ANP ou a da bomba, e quem, como Francisco Sá Carneiro, que era directamente designado pelo nome, não queria ser da ANP, era bombista com certeza. O Sá Carneiro ficou muito melindrado com o artigo, mas, entretanto, chegou correspondência da Madeira a explicar-lhe que não ligasse ao escrito porque o rapaz que o assinava era tontinho e que só escrevia nos jornais porque era sobrinho de um senhor deputado local”, assinala Magalhães Mota.Alberto João Jardim, A Voz da Madeira em defesa do regime deposto em 1974 Composto e impresso na mesma gráfica do Comércio do Funchal , a tipografia Minerva, o semanário A Voz da Madeira era o órgão oficial da União Nacional dirigido pelo médico Agostinho Cardoso, deputado da UN/Acção Nacional Popular, e tio do actual presidente do governo regional. Este periódico, tal como o Diário de Notícias e o Jornal da Madeira — dirigidos, respectivamente, pelo advogado Alberto Araújo e pelo cónego Agostinho Gonçalves Gomes, igualmente deputados na Assembleia Nacional —, não estava, por isso mesmo, sujeito ao “exame prévio” da censura.
https://www.publico.pt/2014/04/27/politica/noticia/alberto-joao-jardim-a-voz-da-madeira-em-defesa-do-regime-deposto-em-1974-1633698 «A UM POUCO DE HISTÓRIA: O capitão Cardoso em 1970 ajudou a livrar o fascista Alberto de ser mobilizado para o ultramar
[Foto acima: AJJ vestido com uma camisola da FLAMA (Movimento Separatista que colocava bombas) no ano de 1975 logo após a Revolução do 25 de Abril.]
Antes do 25 de Abril, Alberto João Jardim quando escrevia no mensário fascista A VOZ DA MADEIRA tecia grandes e rasgados elogios à politica ultramarina de Salazar e Caetano e elogiava o esforço de guerra do Estado Novo na defesa das nossas Colónias. Mas cuidado a guerra era só para os outros porque para ele era muito perigoso. A nossa "Ofélia" tinha medo de lá morrer ou regressar estropiado.
Para evitar que fosse mobilizado para o ultramar correndo o risco de derramar o seu sangue pela Pátria,, Alberto foi salvo desse grave problema, pela influencia do seu tio, evitando correr esse risco da mobilização obrigatória para o ultramar.
A esposa do antigo Secretário da Agricultura dos primeiros governos de AJJ (Bazenga Marques) era filha do capitão Cardoso, familiar do Dr. Agostinho Cardoso (deputado da União Nacional) partido único na Assembleia Nacional do Estado Novo.
Foi este capitão que salvou JARDIM de ir para a Guerra. chamava-se: Albano da Conceição Cardoso.
Quando Bazenga Marques presidiu à secretaria da Agricultura tinha como chefe de gabinete a própria esposa. Nessa altura chamava-se assistente do secretário.
.O capitão Cardoso era o chefe da segunda secção do comando militar no Palácio de S. Lourenço nos anos de 1970,71,72 e 73. Nessa altura por cunha do seu tio, dr. Agostinho Cardoso, este capitão lá conseguiu meter o sobrinho dele no serviço de escriturário do Comando militar na cidade do Funchal livrando-o de ser mobilizado para o ultramar.
Bazenga Marques era empregado dos serviços médicos do sindicato dos bancários e Jardim escolheu-o anos mais tarde quando foi para o Governo, para seu secretario com a pasta da Agricultura. Por ele ser casado com a filha do tal capitão Albano Cardoso.
Foi digamos assim uma retribuição por ter sido salvo de uma perigosa mobilização para o Ultramar português onde poderia morrer ou regressar sem pernas como infelizmente sucedeu a centenas de madeirenses que por lá passaram nas tais famigeradas missões de Soberania em defesa da pátria portuguesa.
(história do fascista Alberto , extraída do antigo blog Pravda Ilhéu) apagado por ordem de um tribunal fascista de Portugal
O Dr. Bokassa odiava o Tolo Entino
ResponderEliminarO mais engraçado desta crónica é que antes do 25 deAbril de 1974, o Diário de Notícias e o Jornal da Madeira tinham dois directores afectos ao regime fascista, ambos deputados da nação. Agora os dois jornais são dos oligarcas, e máfia no bom sentido afectos ao regime corrupto de Miguel Albuquerque.
ResponderEliminarOs dois jornais sempre do lado do poder,e os contrubuientes ainda são obrigados a pafar essa merda. Espero que o próximo governo acabe com esta injecção de dinheiros públicos. Se ao menos fossem independentes, vá lá que não vá!