sexta-feira, 15 de abril de 2016

Alberto João critica Vânia de Jesus e o "cervejeiro" no seu blog


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Como português, autonomista e social-democrata, cresce a minha preocupação com o futuro da Pátria! Até pelos últimos acontecimentos que envolveram a pacientíssima Instituição Militar.

Primeiro, Portugal deixa-se arrastar pela decadência europeia, assente num capitalismo selvagem, num deboche dos costumes e num relativismo inculto e pateta. Portugal sempre provincianamente submisso à vontade dos centros de decisão estrangeiros quanto à nossa maneira de viver.
Segundo, internamente, Portugal postou-se, desgraçado, numa situação em que ninguém de bom senso colocará ou investirá aqui um cêntimo.
Começa por não haver segurança fiscal. Para o poder de compra que temos, os impostos são excessivos e, ainda por cima, não há segurança fiscal pois a tributação anda ao sabor da discricionaridade dos governantes, estes incompetentes desde 2005, não só pelas razões anteriores, mas porque, para eles, Economia não é Emprego, nem Produtividade, nem Crescimento.
A República Portuguesa é um enorme Sindicato que proletariza, dando cabo da classe média; que em vez do investimento e da criação de Emprego, prefere a política assistencialista e os subsídios para comprar votos em favor da direcção sindical; que não se importa que emigrem os mais desfavorecidos materialmente e portadores da ousadia que o País necessita, porque são menos a votar contra a direcção do Sindicato; que pactua com os grandes interesses financeiros que desregularam, destruíram e estrangeiraram a Banca portuguesa, e esta hoje a não oferecer confiança, para que os “dirigentes sindicais”, no caso leia-se “classe política”, continuem privilegiados no sistema montado.
Isto é hoje Portugal.
Um Portugal onde o sistema de comunicação social, nas mãos do grande capital e a pública nas mãos da política subordinada àquele, estabeleceu o “pensamento único”. Só é consentido contraditório dentro do Sistema, estão censurados todos os que denunciam a Situação. É o império da mediocridade.
Agora até se vai ao ponto de legitimar a “bufaria” que anda a vasculhar o que cada um tem o Direito de possuir. Que cada um tem o Direito de colocar e aplicar onde melhor entender, desde que não cometa ilegalidades, desde que cumpra as suas obrigações mesmo discordando do estado a que Portugal chegou e das leis que pariu.
Um País que não entenda isto, não se desenvolve, sofrerá cada vez mais desemprego.
Em consciência, como posso dizer a alguém que deposite ou invista em Portugal com esta estalinismo? Estado também tributariamente abusador, de censura, de Banca como está, de falsa “solidariedade” europeia, de devassa aos legítimos Direitos de cada um e de “informadores” apresentados como “heróis”.
Só um doido aposta nisto!
E “eles” ainda festejam este regime! Tal como no fascismo.

Funchal, 15 de Abril de 2016

Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim (ver Fénix)

O cabo e o general


Arrufos que conhecíamos nos partidos da oposição, parecem, agora, atingir o partido fugindo ao controlo do nosso cabo

A França incorporou, no exército colonial enviado para a Indochina, mancebos de origem argelina. A admiração suscitada pela causa inimiga levou a que alguns, após o regresso, integrassem a guerrilha anti-francesa. Queriam, arriscando para isso a vida, a Argélia Livre. Fui criança num tempo em que os bebés vinham de França. Mais tarde aprendi que, além da moda e dos bebés, outras inovações de lá vinham. O vírus anti-colonial, gerado na Indochina, alastrou a Portugal e a desmobilizados do seu Exército.
Nos treze anos de guerra colonial, assistimos a equívocos caricatos. A abrir, tivemos alguns jovens moçambicanos que, detestando as estradas de Cabo Delgado, adoravam o trajecto para a África do Sul. Deixavam minas e emboscadas para os europeus e outros moçambicanos. Achavam eles, e, os progenitores, que era preciso combater o IN, mas, pessoalmente, dava-lhes mais jeito rumar ao Sul. Caricato, não acha leitor? Era como escrever textos patrióticos, incitando à guerra, sem sair da Europa! Ouviam-se os últimos tiros, com muito sofrimento e grande confusão em Portugal, quando dois ex-militares, com serviço prestado num Quartel-general próximo de nós, revelaram sintomas do vírus indochinês. Num equívoco, além de caricato, serôdio, um ex-cabo-cripto e um ex-alferes tentam cavalgar a onda, propiciada pela divisão do Mundo entre Americanos e Russos.
Os dois potenciam a confusão em que vivíamos, com discursos ao estilo de Samora Machel. 
Sabendo que vinha aí uma Constituição para instaurar a Liberdade e permitir a existência de Partidos, vão pôr os seus conhecimentos militares ao serviço da criação de um, quedando-se, felizmente, a violência pela verborreia. As duas alminhas trouxeram das fileiras do Exército dois conceitos úteis: disciplina, e secretismo, garantido pelo cabo-cripto. A relação de confiança entre os dois acontece, e, aprofunda-se à medida que ganha forma a constituição do partido, cujo núcleo fundador assenta nos dois ex-militares. Conforme previa a Constituição, além deste, outros partidos surgem.

A militância num partido é um acto livre. Os elos de ligação de todos os filiados são: a filosofia política, a prossecução do Bem Comum. Cada partido tem a sua filosofia política, bem como o seu conceito de Bem Comum a implantar na colectividade. 
Obnubilados pela disciplina, as duas criaturas congeminam aquilo que lhes parece mais adequado, esquecendo, Filosofia Política, Bem Comum e até estatutos do partido. Bem Comum passou a ser o somatório dos interesses pessoais, sigilosamente geridos, disciplinadamente aceites e, mais tarde, definido como: máfia no bom sentido. É assim que se aceitam nomeações que permitem, em acumulação, várias sinecuras. Falar de estatutos e do seu cumprimento, no interior de um partido com estes hábitos, era subversão. Tentar implantar regras era, dizia-se, dividir o partido. Foi assim até à marcação do último congresso, onde as interpretações avançadas, não sendo lineares, mudavam à semana.

Realizadas as primeiras eleições, renasceu das cinzas a velha, e bem portuguesa, imagem da “porca da política”. Falo da gravura de uma porca, amamentando a ninhada. A indigitação por um partido, para uma mordomia, começa a dar corda a muito sapato. Engolir a “disciplina” fica mais suave; o Bem Comum é o do filiado, a filosofia passa a conversa fiada. O resultado das eleições deu, sempre, ao (1)ex-cabo e ao (2)ex-alferes maiorias absolutas. As tetinas da porca ficam, quase na totalidade, suas! Mantinha-se, assim, o sossego no interior do partido e recrutavam-se reforços nos outros, como no futebol, distribuindo mordomias. Tendo-lhes cabido menos tetinas os partidos da oposição, em períodos eleitorais, protagonizaram espectáculos indignos com as corridas aos lugares. No entanto algo parece ter mudado nos últimos tempos. Nosso cabo, desde sempre encarregado das ligações sigilosas e agregadoras dos filiados, permitiu um valente susto ao general. Quando, pela primeira vez, os estatutos foram cumpridos, quase, era apeado. Onde pára a “disciplina” à moda dos dois? Arrufos que conhecíamos nos partidos da oposição, parecem, agora, atingir o partido fugindo ao controlo do nosso cabo.
O Dia de hoje, já o celebrei como dia do fim do ano lectivo. Já o vivi como dia da Raça. Também já me emocionei, ao ver o pai do meu substituto no sul da Guiné a receber a medalha que condecorava o filho. Tudo isto me levou a partilhar, com o leitor, neste dia, esta retrospectiva da nossa vida colectiva. Que futuro podemos esperar deste emaranhado de interesses pessoais? (dnotícias.pt)
(1) Jaime Ramos
(2) Alberto João Jardim

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