domingo, 17 de abril de 2016

Artigo de Opinião de Raquel Coelho coloca a nú a perseguição política existente na Região Autónoma da Madeira

Intertexto

Patrícia Spínola fez esta semana a declaração política do JPP, na Parlamento, onde afirmou para toda a tribuna que na sua opinião “existe liberdade de imprensa” em Portugal.
Na sequência da sua intervenção, o deputado do PTP, perguntou se a liberdade de imprensa referida, dizia respeito ao continente. Uma vez que na Região os jornalistas são perseguidos com processos por difamação e deu como exemplo, o caso do extinto Jornal Garajau.
Gil Canha, perguntou também se já que o JPP andava a fiscalizar o Jornal da Madeira se iam apresentar queixa no ministério público em relação aos administradores, por gestão danosa dos dinheiros públicos.
Qual não foi a surpresa, que a resposta para ambos, foi uma ríspida frase: “ não discutimos pessoas, discutimos procedimentos políticos”.
Acontece, que “para bom entendedor meia palavra basta”, percebemos o recado da senhora deputada! Que com recurso a uma entoação moralista para aquela que é conduta digamos que irreverente e original de ambos os deputados - deu a entender que os mesmos - pecavam pelo recurso a nomes de pessoas nas suas denúncias políticas.
Ora, não é preciso ser um politólogo, para perceber que a Madeira vive uma grave crise, graças à ambição, à ganância e à incompetência de certos indivíduos. Eliminar os nomes/responsáveis é ocultar uma parte fundamental da história - fulcral ao esclarecimento da população.
Mas esta resposta e juízo de valor tem uma razão: - falta passado político à deputada do JPP. Até à data, nenhum mal lhe sucedeu pelo exercício das suas funções políticas (a tal oposição cor-de-rosa). Nunca a perseguiram com armas de fogo, nunca o seus familiares foram ameaçados de morte, nunca sofreu nenhuma agressão, nem tão pouco foi insultada em praça pública, não foi perseguida no seu emprego, não tem os telemóveis sob escuta, não teve que ver a sua casa e o quarto dos seus filhos a serem revirados do avesso pela polícia como se de um criminoso se tratasse, nunca foi expulsa de forma violenta de um evento público, nunca foi alvo de um processo em tribunal, nunca ficou sem os seus bens ou sem o seu ordenado, nunca teve cadastrados no seu encalce, nunca lhe vandalizaram os automóveis, não tem a polícia à porta com notificações do tribunal, os seus filhos não vão herdar as dívidas das indeminizações aos figurões do regime...
Mas isto é como dizia Bertolt Brecht, no famoso poema, Intertexto: 
“Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.”
E de facto, o dramaturgo alemão, tinha toda a razão, porque isto de punir quem é diferente, mais tarde ou mais cedo, atinge-nos também. Tanto que nem os JPPês,  amantes do “politicamente correto”, escapam às garras da justiça do 24 de Abril desta terra e são à semelhança dos democratas que outrora ignoraram e desdenharam – acusados do crime de difamação pelo ex-diretor regional das florestas, Rocha da Silva.  (com a devida vénia do Tribuna da Madeira)


Patrícia Spínola deputada JPP

O problema do amigo de Costa, dos amigos de Passos, dos Sérgios Monteiros e Antónios Borges deste mundo até aos Lacerdas da vida, é que todos são apresentados como amigos de infância com quem o Estado pode contar cegamente quando, na verdade, não passam de amigos da onça que dão ganhos aos privados e, invariavelmente, prejuízos aos cofres públicos. Transparência, prestação de contas, escrutínio e rigor, nem vê-los. Da direita à esquerda (e não há impunidade por se ser de esquerda), continuam os ajustes diretos, os grandes escritórios de advogados, a promiscuidade entre a política e os negócios, nos quais estes amiguinhos invisíveis servem para dar uma palavrinha, uma mãozinha, um jeitinho, tudo sempre meio na sombra, na opacidade, à confiança e à-vontadinha. São apelidados de grandes especialistas, exímios negociadores e inteligências raras mas, curiosamente, dispõem-se sempre, todos magnânimos, a trabalhar para o Estado à borla ou "por um valor simbólico". Deve ser, deve. Chamam-lhes facilitadores e tratam das nossas vidas por baixo da mesa. Certamente por baixo da mesa de café, não é Sr. Primeiro-Ministro?

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De onde vem o dinheiro do Sócrates?

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