segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Recordando o grande jornal madeirense "O Comércio do Funchal" do grande VICENTE. Leia testemunho de Ricardo França Jardim no Jornal Público

 

«Quase 10.000 assinantes — à época, um recorde do jornalismo português, com uma tiragem a rondar os 15.000 exemplares, dos quais apenas uns 300 ficavam na ilha.
 Em aparte: vendíamos mais jornais em Paris do que no Funchal»

Comércio do Funchal fala da perseguição da PIDE ao Notícias da Amadora

 

Resumo Esta tese é sobre a acção desenvolvida pelo «Notícias da Amadora», no contexto da ditadura salazarista e no quadro da sua relação com o aparelho censório. A matéria empírica mostra que a intervenção da censura não se limitou ao exame dos textos informativos. Desempenhou um papel central de controlo político, económico, social e ideológico. Controlou as empresas e as pessoas, designadamente o acesso aos cargos de direcção, como aconteceu no «Notícias da Amadora». A censura, a propaganda e a polícia política constituíram um recurso de poder, utilizado por Salazar e Caetano para controlo e formação da opinião pública. No estudo analisam-se as provas censuradas existentes nos arquivos do «Notícias da Amadora» e do SNI/Direcção dos Serviços de Censura. A análise aos textos censurados e demais documentação evidencia uma acção política e comunicacional marcada pela inscrição de temas no espaço público. Conclui-se que se assumiu como um jornal de oposição ao salazarismo. A informação e temas sujeitos a cortes mostram que a orientação editorial do «Notícias da Amadora» exprimia uma clara diferenciação em relação à agenda dos poderes políticos e económicos e era influenciada por uma acção que tinha por objectivo a mudança social. A censura a que o jornal foi sujeito evidencia os métodos e a gramática censória, mas também mostra as estratégias de enfrentamento e de desobediência, que incluíram a publicação de textos não visados, incumprimento de cortes e substituição do director sem autorização. O jornal foi suspenso em 1967 e as oficinas gráficas assaltadas pela PIDE em 1974. 
























Sem comentários:

Enviar um comentário