Um caso português
Em Portugal, o crime no feminino
tem um nome incontornável: Maria Branca dos Santos, mais conhecida por Dona Branca. Nascida em 1902, desde cedo começou
a sua prática ‘bancária’, guardando o dinheiro da venda das varinas ao longo do dia e recebendo
um pequeno montante como agradecimento pelo depósito
quando anoitecia. Assim, os serviços desta mulher começaram a
ser igualmente requisitados pelos
vendedores ambulantes e, durante o regime Salazarista, transformou-se numa pseudo-bancária,
atribuindo juros àqueles que lhe
entregavam as suas poupanças.
Apostou na receção de depósitos
acrescidos de 10% de juros a
quem aplicasse o dinheiro e na
conceção de empréstimos a juros
altos. Por estes motivos, todos confiaram as maquias que tinham
àquela que se tornou na ‘Banqueira do Povo’.
Se no dia anterior, x pessoa havia depositado 20 contos, em determinado dia, y depositava 20 e x
recebia 2 contos. Como os clientes
recebiam os juros relativos ao investimento dos clientes do dia seguinte, o esquema funcionou durante décadas até a Dona Branca
ser detida a 8 de outubro de 1984 e
colocada preventivamente na Cadeia das Mónicas, em Lisboa.
Apesar de ter sido condenada a
uma pena de prisão de 10 anos por
crime de burla agravada, a mesma foi reduzida devido à idade
avançada em que se encontrava,
tendo morrido cega e na miséria
num lar de idosos, aos 89 anos.
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