sábado, 7 de agosto de 2021

Notícias engraçadas no jornal O SOL

 



Um caso português 

 Em Portugal, o crime no feminino tem um nome incontornável: Maria Branca dos Santos, mais conhecida por Dona Branca. Nascida em 1902, desde cedo começou a sua prática ‘bancária’, guardando o dinheiro da venda das varinas ao longo do dia e recebendo um pequeno montante como agradecimento pelo depósito quando anoitecia. Assim, os serviços desta mulher começaram a ser igualmente requisitados pelos vendedores ambulantes e, durante o regime Salazarista, transformou-se numa pseudo-bancária, atribuindo juros àqueles que lhe entregavam as suas poupanças. Apostou na receção de depósitos acrescidos de 10% de juros a quem aplicasse o dinheiro e na conceção de empréstimos a juros altos. Por estes motivos, todos confiaram as maquias que tinham àquela que se tornou na ‘Banqueira do Povo’. Se no dia anterior, x pessoa havia depositado 20 contos, em determinado dia, y depositava 20 e x recebia 2 contos. Como os clientes recebiam os juros relativos ao investimento dos clientes do dia seguinte, o esquema funcionou durante décadas até a Dona Branca ser detida a 8 de outubro de 1984 e colocada preventivamente na Cadeia das Mónicas, em Lisboa. Apesar de ter sido condenada a uma pena de prisão de 10 anos por crime de burla agravada, a mesma foi reduzida devido à idade avançada em que se encontrava, tendo morrido cega e na miséria num lar de idosos, aos 89 anos.

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