quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

O camisa 9 da Seleção Brasileira (Richarlison) deu uma entrevista recentemente, dizendo que doa todo mês 10% do seu salário para uma instituição que trata pacientes com câncer, de Barretos, São Paulo.


O jogador começou a jogar na escolinha do Nova Venécia, onde conquistou alguns títulos. Em destaque, Richarlison foi para o Real Noroeste, de Águia Branca, com 14 anos, onde disputou a Copa Espírito Santo no Sub-17 e Sub-20 e o Campeonato Capixaba Sub-17, até ir para Minas Gerais. [Ver fonte]

“No dia em que um homem me apontou uma arma à cabeça, ele pensava que eu era um traficante e lhe estava a tentar roubar o ponto de distribuição. Fiquei muito assustado. Só pensava: ‘Se ele dispara, eu morro’ – mas sobrevivi e segui em frente”, conta, espelhando uma crua realidade das favelas brasileiras, onde jovens lutam diariamente para não seguirem um caminho de vida descendente e encontram no futebol a melhor (e, por vezes, única) forma de subir na vida e sair do bairro.“Onde vivia, havia muitas pessoas que consumiam droga e tinham armas, então, embora eu fosse um rapaz calmo, continuava a ser perigoso. Ofereceram-me erva várias vezes, mas, graças a Deus, nunca fumei”, recorda Richarlison, que viu muitos dos seus amigos de infância seguirem o caminho errado: “Muitos amigos meus perderam-se na droga e a maior parte deles está na prisão. Ainda falo com eles, mas tenho de estar agradecido por não ter seguido o mesmo percurso. Tinha consciência, não podia fazê-lo”.
"Era uma situação em que voltava para casa, procedente da escola de futebol, com os meus amigos, e um tipo pensava que eu vendia drogas na zona onde ele vendia. Ele apontou-me uma arma à cabeça, ameaçou-me, mas graças a Deus tive a calma de lhe explicar que estava a caminho de casa vindo do futebol e que não estava a vender ou a usar drogas. Queriam dar-me um tiro, mas o futebol salvou-me literalmente a vida. Ele deixou-me ir, mas eu estava muito assustado porque isso acontecia bastantes vezes. É mais fácil falar sobre isso agora, mas foi algo que realmente marcou a minha infância e me encorajou a seguir um caminho muito diferente do que alguns dos meus amigos acabaram por seguir, porque não tiveram tanta sorte como eu tive", complementou (fonte)
“Desta vez, vai correr tudo bem”, confidenciava-lhe o seu tio. E não é que estava certo? Depois de dois anos nos escalões Sub-17 e Sub-20, em 2015, surgiu a hipótese de rumar à Serie B do Brasil, ao modesto America Mineiro. Mas nem tudo eram rosas: “O clube deu-me dinheiro para comprar bilhete de ida e de regresso, mas estava com fome, gastei o dinheiro do bilhete de regresso em comida e fui só com o de ida. Tinha de ter sucesso.”

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