Tavares, uma cantiga de amiga sem escárnio ou maldizer
No artigo “A esquerda
condena os ataques
MAS não porque lho
exigem”, falei ao de
leve de Rui Tavares,
deixando implícita
uma crítica às suas declarações
sobre os últimos acontecimentos
no Médio Oriente. Para facilitar,
transcrevo o que então escrevi: “O
processo é tão perverso que
quando alguém, à esquerda,
assume uma posição divergente da
posição maioritária, à esquerda,
passa à categoria de ‘pessoa
decente’. Aconteceu esta semana
com Rui Tavares. Milhares de
aplausos para Rui Tavares porque
disse coisas parecidas com as que a
direita diz.”
Rui Tavares respondeu-me
através de uma “Carta ao Diretor”
publicada neste jornal. Espero que
a tenham lido. Enquanto escrevi
aquele parágrafo, tive presente a
relação de amizade que tenho com
o Rui. Tentarei, também agora, dizer o que tenho a dizer
protegendo essa amizade e
mantendo esse cuidado.
Refere Rui Tavares, na sua carta,
que “se se quer condenar,
condena-se com palavras que se
entendam”. Ora, nem mais. Vamos
começar por aí: onde está a
condenação de Rui Tavares — com
palavras que se entendam — à
atuação de Israel na Faixa de Gaza?
Estamos a falar de uma matança e
uma matança que já supera 3 mil
baixas entre civis palestinianos,
onde se incluem aproximada mente
mil crianças. Vi Rui Tavares, e bem,
condenar veementemente os
ataques terroristas do Hamas, mas
não vi nada de aproximado para o
massacre israelita de palestinianos
e para o cometimento de
sucessivos crimes de guerra por
parte do Estado de Israel.
No artigo que escreveu para o
Expresso no último fim de semana,
é especialmente evidente:
decorridos vários dias de massacre
na Faixa de Gaza, Rui Tavares
dedicou a maior parte do seu artigo
aos ataques do Hamas, às vítimas
desses ataques e ao já esgotado
tema do “mas” a seguir a uma
afirmação condenatória. Sobre os
crimes de guerra de Israel fez
constar umas benignas
considerações: que deve respeitar
o direito internacional e que deve ter o objetivo primordial de
proteger civis. Atenção que isto foi
escrito quando já se sabia das
muitas centenas de crianças que
Israel matou na Faixa de Gaza.
Ainda referiu que Israel deve ser
condenado e denunciado quando
ultrapassa os limites. Mas Rui
Tavares ainda não entendeu que
esse momento chegou. Talvez
agora com 500 mortos num
hospital.
Rui Tavares afirma e repete que
tem uma posição de esquerda
sobre o conflito. A sua carta é uma
tentativa de o demonstrar. Para isso, usa as iniciativas do Livre na
Assembleia da República e na
Câmara Municipal de Lisboa.
Somos sempre nós quando agimos
em representação de um coletivo
ou quando agimos em nome
próprio, mas não devemos
confundir as duas coisas. E já agora:
ao Rui Tavares é dado bastante
espaço, público e mediático, para
se exprimir: vai à televisão, tem
uma coluna num jornal e uma
página na rede social X com
dezenas de milhares de seguidores.
É mesmo preciso ir buscar os votos
de condenação do Livre para fazer
prova das suas posições?
Trazer excertos desses textos
apenas reforça uma ideia
desagradável: nas declarações
pessoais, Rui Tavares cedeu à
fraqueza de dizer aquilo que a
maioria das pessoas (não confundir
com a maioria da esquerda) quer
ouvir. Preferiu seguir uma cartilha
que está consensualizada. A
pressão deste consenso é enorme.
Pode falar disso quem já o afrontou.
E eu prefiro essa interpretação à
outra possível: que as suas
declarações correspondem
rigorosamente à sua visão política
do conflito.
Não é preciso ter uma
perspectiva política de esquerda
desta guerra para se ser afirme a
condenar a atuação do Estado de Israel — antes e depois dos ataques
— e para darmos voz àquelas
pessoas condenadas à miséria
desde que nasceram, mas que
agora são a corporização da palavra
“vítima”. Basta ter uma perspectiva
humanitária. Os palestinianos são
impotentes até ao limite do
absurdo. A imagem de um
adolescente a atirar pedras a um
tanque de guerra israelita, que vi há
anos, continua atual. A necessidade
que estas pessoas têm de ser
apoiadas e defendidas por todos
aqueles que, de alguma forma,
estejam próximos de quem toma
decisões é infinita.
A direita aplaudiu muito. É um
facto. Não estou aqui a
lamentar-me a propósito de uma
picardia entre esquerda e direita.
Deem-me esse benefício da dúvida.
Lamento, sim, uma coisa grave: é
que as declarações de Rui Tavares
serviram para validar as posições
de quem deu carta branca ao
genocídio. Bem sei que, à mistura,
houve também aproveitamento
político. Mas isto aconteceu. Às
vezes o impacto daquilo que
dizemos diverge e ultrapassa as
nossas intenções. Sei do que falo.
Mas Rui parece estar confortável
com este retorno. Continuaremos a
ser amigos, se ele quiser.
Porque não se filia Rui Tavares no PS, já que defende posições identicas?
ResponderEliminarAburguesou, pqpariu!
Este vem de onde? claro do BE que sempre foi a esquerda caviar, este tipo de gente são os mais perigosos da democracia, não tenho duvidas são uns LGBT++++++, no sentido de serem tudo e nada, nunca mais param. dizem tudo e nada estão sempre onde é preciso para arrotar qulaquer porcaria no momento, não trabalham e vivem das tretas e da boa conversa. Olha o Louça, a mamara á grande á custa da boa conversa.
ResponderEliminarE o mamada que nunca fez algo na vida. Que cromo
EliminarCarmo Afonso, a oxigenada jornalista mais mentirosa de sempre!...
ResponderEliminarProve isso?
EliminarSe é sua protegida não vale um carvalho, nem é preciso provar
EliminarCARALHO
EliminarJá CALAS-TE essa boca nojenta mira?
ResponderEliminarOu andas a ver o que inventas mais?
Para a tua própria desgraça?
Enfim.
EliminarA redação do Pravda ilhéu apela á moderação dos detratores de Rafael Macedo a serem mais comedidos nos comentários muito ofensivos a ele dirigidos. Devem evitar palavras vernáculas porque não ficam nada bem aos senhores e senhoras do PSD que não gostam do médico. Moderem-se ! um abraço para todos!
ResponderEliminarO melhor que se consegue dizer, senhora redação, é que o mira Macedo infestou este blogue como uma praga de gafanhotos. Isto já transcende partidos. É simplesmente uma praga, chata como a potassa. Tenham dó dos leitores
EliminarOlha mais um rabeta do Pravda a sair do armário
ResponderEliminarSe fosses cavar fazias melhor
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