sábado, 31 de outubro de 2020

A propósito do centenário do nascimento do grande artista plástico madeirense António Aragão

 


 António Aragão, definiu com muita precisão, o tipo de democracia instalada após o 25 de Abril, em Portugal e na ilha da Madeira:

“este regime de depois do 25 de Abril é muito pior do que o do Salazar, porque antes era uma ditadura, mas assumida, e agora é uma ditadura, mas disfarçada de democracia”.


  Recordando  António Aragão e o jornal clandestino do PCP/Madeira em 1978, chamado «O LIXO»

O jornal era escrito pelo poeta, pintor e artista plástico António Aragão e o organigrama dos textos era fornecido pelo PCP do qual Aragão era militante ou de certa forma um simpatizante muito  ativo. O jornal clandestino tinha por nome «O LIXO».
 Era impresso nas máquinas do partido na sua sede da rua da Carreira. Tinha uma tiragem pequena e era distribuído clandestinamente e à noite por debaixo das portas dos estabelecimentos comerciais e nas caixas de correio das residências dos intelectuais da cidade do Funchal.

O teor das notícias eram as negociatas do PPD/PSD na altura e as ligações que este partido e o Alberto João tinham com os operacionais da Flama e os atentados que eles na altura faziam aos democratas da esquerda e do próprio Partido Socialista.

Era Aragão, o intelectual do partido  encarregado da sua redação e ilustração. Costumava fazer os desenhos e os textos no seu local de trabalho no Arquivo Regional.

Alberto João alarmado mandou o Polícia Judiciária fazer uma busca à casa onde residia Aragão e ao Arquivo onde Aragão trabalhava. Pois para o fascista Alberto o estilo da escrita era inconfundível era a forma de se expressar do nosso poeta e homem da Arte. 
 Aragão ficou naturalmente assustado e deixou de escrever o jornal, como é obvio. 
 Ficou apenas pelo 4º número. (felizmente para Aragão) a Polícia Judiciária nada apanhou na busca. Pois os papéis batidos à máquina, iam todos para a sede do PCP onde juntamente com os desenhos eram impressos num Stêncil e distribuídos.

Com o "cagaço" de António Aragão lá o PCP teve que deixar de imprimir o dito Jornal clandestino. Não havia condições!

Meses depois o partido abriu um jornal (desta vez legal) que era o FAROL DAS ILHAS. Tinha como diretor o dr. João Abel de Freitas o economista, que na altura pertencia à Junta de Planeamento da Madeira. O jornal era quinzenário e nele colaboravam: João Palla Lizardo, Rui Nepomuceno, Mário de Aguiar, na altura eleito na Assembleia Municipal do Funchal, Natália Paes e o próprio

João Abel de Freitas. 
O FAROL DAS ILHAS publicou-se durante dois anos. Era um jornal muito mais brando nas notícias do que O LIXO uma vez que tratando-se de um jornal legal, tinha de ter mais contenção nas notícias que mandava lá para fora. Pois com PPD e seu braço armado (a FLAMA) a coisa não era para brincadeiras. (Ver PRAVDA ILHÉU do ano 2016)
O economista João Abel de Freitas diretor do «FAROL DAS ILHAS» em fins dos anos 70- (1978/1979)


1 comentário:

  1. A imprensa internacional,mas principalmente dos Estados Unidos que tanto dizem mal e o ridicularizam o Trump, nem se apercebem do quanto vão perder, se ele perder as eleições. É com o Biden que eles vão fazer dinheiro e vender, quer em digital como online?

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