sábado, 27 de março de 2021

Mitterrand “fechou os olhos” a genocídio no Ruanda em 1994


 Fotos de Sebastião Salgado o grande foto jornalista brasileiro
Refugiados ruandeses em fila para a distribuição de água em 1994, perto do acampamento de Kibumba, em Goma, no antigo Zaire.


Milhares de pessoas tentaram de se refugiar nas igrejas aonde iam rezar todos os domingos. Só no templo de Ntarama, 5.000 pessoas foram aniquiladas na manhã de 11 de abril, uma segunda-feira. Esta foto e a seguinte mostram o resultado daquele massacre
Kibeho era um acampamento de refugiados internos no sul de Ruanda onde se aglomeravam entre 80.000 e 100.000 hutus. Aqui ocorreu o maior massacre desde o final do genocídio. As autoridades do governo ruandês anunciaram, em 17 de abril de 1995, que todos os acampamentos da província seriam fechados imediatamente.
Abril de 1994.



Um paciente ferido e seu irmão que o acompanha chegam ao hospital MSF-CICR em Kigali, capital de Ruanda. Apesar das intensas negociações com o coronel encarregado da área do hospital, a equipe do MSF não foi capaz de convencê-lo a tolerar a presença do acompanhante no hospital, e foi preciso pedir-lhe que fosse embora. Foi assassinado a 100 metros do hospital.


Os refugiados ruandeses chegam esgotados aos arredores da aldeia de Kisesa, na região de Kisangani, no antigo Zaire, em 1997.


Desde outubro de 1994 ficou claro que a vontade do Governo de Ruanda era fechar os campos de refugiados internos, porque representavam uma ameaça de desestabilização. Em janeiro de 1995, os únicos acampamentos que restavam eram aqueles ao sul da cidade de Gikongoro. Em abril de 1995, o Governo decidiu desativar às pressas os últimos acampamentos de refugiados internos. Os de Kibeho (110.000 refugiados em abril de 1995), Kamana (25.000), Ndago (40.000) e Munini (25.000) foram cercados pelo Exército durante a noite de 18 para 19 de abril. Houve pânico em Kibeho, cenário de um massacre no dia 22.
Um rapaz ruandês tapa o nariz para evitar o cheiro dos mortos pelos extremistas hutu.

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