sexta-feira, 19 de março de 2021

Rita Garcia Pereira escreve esta semana no Jornal Económico. Em 2015 atacava o Arnaldo Matos em defesa do pai que nessa altura fora expulso do MRPP

 



Recordando a "guerra" de Rita Garcia Pereira com o "baixote" Arnaldo Matos


CARTA ABERTA A ARNALDO MATOS:
Arnaldo, ou João, ou Espártaco, ou Viriato
(e em aditamento...)
Carlos Paisana ou Paulo
Tu, que me tratavas por filhota, tiveste a ousadia de escrever três textos que puseste o teu tapete, aka Carlos Paisana, a assinar, no qual pretendes que o meu pai escolha entre vocês e a família. (Talvez porque vês o mundo à tua – pequena – semelhança e tudo o que sabes da noção de família desde que a Albertina morreu é o que tens: uma filha doente e outro com quem não falas).
Tu, que te arvoras num grande exemplo, aliás no único exemplo, és aquele que, em pleno restaurante do aeroporto da Madeira, te recusaste a aceitar um guardanapo de papel e gritaste ao empregado: “isso nem me serve para limpar o cú”. Grande Educador, Arnaldo. Grande protector da classe operária.
Tu, que te arvoras num grande exemplo, aliás no único exemplo, és aquele que maltratas sistematicamente os trabalhadores que, contigo, se cruzam, por exemplo no Aeroporto do Funchal, quando se vêem obrigados a explicar-te que és um passageiro como os outros. Grande Educador, Arnaldo. Grande protector da classe operária.
Tu, que te reclamas o direito de por e dispor de um partido, és aquele que ficaste anos fechado em casa, à espera que te levassem os cigarros e os jornais. E eu sei. Sabes porquê? Porque, aos domingos, tinha de esperar dentro do carro do meu pai que acabasse a sessão de beija mão para ir, finalmente, buscar os meus irmãos.
Tu, que afirmas que eu não sou militante, (mas, na realidade, dei ao partido horas, dinheiro e contactos, mais do que alguma vez darás, sendo que, seguramente, nunca pensei vir a receber um tostão, ao contrário de ti...) não esperes uma carta sobre o PCTP-MRPP. Não é disso que quero tratar contigo. Esse partido nunca foi meu, de facto. Foi-me imposto quando o abandonaste e acabei por me afeiçoar a ele. Sim, afeiçoar, sentimento que te deve ser estranho, incapaz que és de perceber o melhor da natureza humana.
Contigo, o meu assunto é pessoal. E é pessoal porque, no limite, o que tu invocas é querer o bem das pessoas e, contudo, nunca paraste de lhes fazer mal. Incluindo, agora, ao meu pai (mas, ao contrário do que pretendias, não a mim; sabes porquê? Porque eu te conheço muito melhor do que poderias pensar...). Contigo, o meu assunto é pessoal porque me estou nas tintas se tomas ou não de assalto um partido que abandonaste (estarei, contudo, bastante interessada em saber que farás se ficares sem subvenção e deixares de conseguir pagar daí as deslocações e os hotéis, nada proletários, onde ficas...).
O que te quero dizer, Arnaldo, é que, do ponto de vista humano, és uma fraude ainda maior do que do ponto de vista político. És um homem pequenino, muito mais pequeno do que a tua fraca figura. Um homem que, esgotado que esteve no período de reflexão de anos, teve necessidade de esclarecer quase tudo sobre a profissão com o meu pai. Achas que não me lembro? Puro engano, Arnaldo. Eu lembro-me de tudo. Um tipo que tem uma secretária, paga pelo partido, a recibos verdes no seu escritório. Um tipo que quer um motorista e um ordenado. E ousa comparar o meu pai ao Belmiro de Azevedo. Queres falar dos almocinhos no Gambrinus, Arnaldo? Grande educador, Arnaldo. Grande protector da classe operária.
E é exactamente esse o teu problema comigo. Queres calar-me, Arnaldo? Queres por o meu pai contra mim porque não consegues perceber que penso pela minha cabeça? Estás, uma vez mais, errado. Isso não me vai calar. Não me impede de dizer as verdades. Aquelas verdades que não gostas de ler porque demonstram a fraude que és.
Lancei-te um desafio para vires debater comigo as atoardas que lançaste. Em vez disso, optaste por o tapete a subscrever três textos feitos por ti, um dos quais a tender para o ordinarote (provavelmente porque já nem reúnes as condições para conseguires ser ordinário a sério...) Agora, diz-me, que nome tem essa atitude de fuga? Nem a porcaria de um texto consegues assinar? Não te basta esconderes-te sob pseudónimos, agora também tens de por outros a assinar? E, diz-me, qual foi concretamente o insulto que afirmas ter-te dirigido? Por acaso, achas que não consigo provar o que digo, Arnaldo? Acreditas mesmo que eu caia nessa? Coitado.
Em resposta, ganhei três textos de puro ódio, estertores de pura misoginia, no qual pões o teu tapete a referir-se a mim como alguém que se masturba nas redes sociais. Não fosse a tua idade e eu tenderia a dizer que tu é que o fazes, todos os dias e sob nomes diversos, no site do Luta Popular. Quando, por exemplo, te elogias a ti próprio, assinando sob outro nome, já que queres pretendes ir por esse caminho, não te estás a masturbar no órgão que te vai restando?
E, não contente com a tua própria espiral, incentivas as denúncias, os insultos, no mesmo espaço onde falas de “bufos”. Tão irónico, Arnaldo. Pedes para te imprimirem o que escrevemos no face e lês tudo, no mesmo transe que pões o Paisana a assinar as tuas respostas. Magnífico, Arnaldo. Pensas que não percebo? Pensas que não percebo que metes os esbirros a ler-nos e lhes dá as respostas? Pensas que não me sirvo deles na exacta medida que o fazes?
Achas que tenho medo? Pobre coitado. Não tenho medo algum de ti nem dos teus lacaios. E não me deixo condicionar. Nunca. Aprende (e já era tempo de conseguires aprender alguma coisa...) que existem pessoas assim e que nem todos são burros, como aqueles que escolhes (também...) para ofenderes.
E achas que me calas, ainda que conseguisses condicionar o meu pai? Não, Arnaldo. Se houve alguém que, por motivos que desconheço, ainda me tentou travar foi, justamente, o meu pai. E conseguiu-o, sabes? Até ao momento em que, tal escorpião, o voltaste a morder. É mais forte que tu, Arnaldo. E foi mais forte que eu (mas não que o meu pai, que é um Senhor, coisa para a qual foste educado, na tua tão pouco burguesa casa em Santa Cruz, mas que nunca conseguiste ser...).
A única coisa boa que a tua espiral de loucura teve foi que vou deixar de ter de tolerar a tua constante má criação (e aturar-te no Natal e no fim-de-ano, essas festas tão pouco comunistas, nas quais me eras imposto porque não tinhas mais ninguém). Essa mesma, a que diriges àqueles que supostamente queres defender. Não tenho de tolerar mais os “filhos da puta”, os “cabrões”, a “merda” e outros que tais que diriges às pessoas que te servem, os tais que supostamente defendes. Grande Educador, Arnaldo. Grande protector, Arnaldo. Ficas é pelos discursos porque, no mais, és pior do que aqueles que criticas.
(E, finalmente, Carlos Paisana, tu que não tens sequer dignidade para ter um parágrafo próprio e não vales a tinta em que a nova escrava, contratada e paga pelo MRPP a recibos verdes, para que conste, imprimirá estas linhas para levar a ler a Sua Exa; tu que não gostas de mim porque, um dia, apareceste no meu escritório de surpresa e te achaste no direito de eu interromper as reuniões que tinha agendadas para ouvir o que de irrelevante tinhas para me dizer; tu que estás condenado às funções de estenografo, de motorista e de ir a casamentos sem convite, como sucedeu com o do meu irmão: não vales nada. Nunca valeste nada. Pensas que te vou tentar bater, como sucedeu com o teu grande líder? Enganas-te. Não mereces sequer o contacto físico. Mereces, contudo, cada um dos insultos que ouves no quotidiano, enquanto serves de tapete, de escravo, de condutor, de servidor de cafés. Para ti: ficar como estás é suficiente. Só não te esqueças que há quem não se acobarde aos insultos e não chore como uma criança, como é o teu timbre. Eu não choro, não me acobardo e não vergo. E, para que conste, ainda ando a tentar resolver as belas merdas que fizeste quando te arrogavas de advogado. Pobre diabo.)
No mais, Arnaldo, não tenciono dar-te mais publicidade mas não tolerarei mais agressões.
Sabes uma coisa? Dois números abaixo da sede já ninguém sabe quem vocês são.
O tempo dirá quem tinha razão e se os fins que dizes ter (bem diversos, note-se, dos que acho que são os teus) justificaram os meios ínvios a que recorreste. Só espero que vivamos o suficiente para seres confrontado com os resultados. Porque eu cá estarei à tua espera.
Passar bem.

Rita Garcia Pereira
Ver prada ilhéu de 3 de Dezembro de 2015, AQUI

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