quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Padre José Martins Junior inspira-se no imortal Chico Buarque e seu famoso samba: "Pra ver a Banda passar cantando coisas de amor!" !

 


A moça feia se  debruçou na janela pensando que a banda tocava para ela...

TUDO TOMOU O SEULUGAR, DEPOIS QUE A BANDA PASSOU” – Chico Buarque



   É tão empolgante o climax do grande evento, quanto descoroçoante a valsa lenta da despedida. A que se hão-de comparar os dois ritmos do acontecimento? À canção de Sérgio Godinho, a Quarta-Feira de Cinzas que fecha a apoteose da Terça-Feira anterior?... Ocorre-me, para melhor caracterização, “A Banda” de Chico Buarque, em que se desenha todo o encanto da filarmónica popular que percorre a cidade, levanta o ânimo da ‘moça que contava as estrelas e parou, do velho que esqueceu o cansaço, subiu ao terraço e dançou, da meninada que se assanhou e até da moça feia que veio à janela pensando que a Banda tocava pra ela’ .

          Cada qual no seu canto e, mutatis mutandis, a euforia não tem limites na órbita de quem a vive e sente. A alegria da JMJ transbordou para todos, todos os que durante uma semana inteira se autocognominaram de peregrinos, desde os que exprimiam a exclusiva motivação dos seus passos – Jesus, Deus, a Fé – até outros mais empíricos, como aquele que à pergunta do jornalista “Está gostando de ser peregrino aqui em Lisboa?” respondeu: “Muito, muito, bons restaurantes, boa comida, boa bebida e mulheres bonitas”. Nem é de menosprezar também o desabafo daquela mocinha: “Estou ficando triste, que isto vai acabar”.

          A realidade é essa. Regressam às suas casas, trazendo na bagagem um capital único, intraduzível, “Capital Imaterial” (talvez a melhor definição que lhe deu o Primeiro Ministro de Portugal), um sentimento a que a juventude injecta ímpetos de bem-fazer, “sem medo”, como pediu o Papa, em prol do seu país, a benefício do mundo todo.

          Mas o avião que os levou trá-los de novo, os milhares de jovens, que pisam a mesma terra, que percorrem os mesmos caminhos e enfrentam as mesmas dificuldades. Os da Coreia do Sul com os furacões que afugentaram os milhares de escuteiros reunidos no seu Jamboree mundial. Os da Grécia com o calvário de carne e osso (não de madeira) dos migrantes no cemitério dos mares. Os de Espanha à beira de um ataque de nervos para formar governo. Os da Europa de Leste com a tragédia de vidas caídas sob as balas assassinas. Enfim, os de todos os continentes, com o aquecimento global, os incêndios, os paraísos fiscais,  a exploração do capital sobre o trabalho.

          E mais cá dentro, os jovens frente ao problema da habitação, da entrada para o primeiro emprego, da degradação física e mental do espectro da droga, a que se junta a disputa do voto nas próximas eleições, ettc., etc.. Pegando na expressão divulgada pelo cardeal Manuel Clemente e pelo Papa Francisco, direi que passaram do “mundo virtual para o mundo real”.

          E que farão eles e elas?... Perder o medo e Lutar ou acobardar-se diante de interesses egoístas, classistas? E que farão os seus monitores, chefes, catequistas, sacerdotes? Pô-los de mãos erguidas para que caiam do céu as oliveiras da paz, ou as sementes da justiça social?... Respondam!

          Recolho-me no optimismo esperançoso de que sejam eles e elas “fermento na massa” de um mundo novo. Mas trava-me o entusiasmo o refrão final da “Banda”  de Chico Buarque:

                                       Mas para meu desencanto

                                       O que era doce acabou

                                       Tudo tomou o seu lugar

                                       Depois que a Banda passou

 

                                       E cada qual no seu canto

                                       E  em cada canto uma dor

                                       Depois de a Banda passar

                                       Cantando coisas de amor

 

          7-8Ago23

Martins Júnior (ver senso e consenso)

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11 comentários:

  1. O pandeireta da Ribeira Seca não está internado ?

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  2. O padre Martins não desistiu em mudar a Igreja por dentro. Não a abandonou. Nós também queremos mudar o Pravda por dentro. Não queremos que seja dominado pelo louco miramacedo. Não queremos os fastidiosos monólogos do louco foragido no Luxemburgo. São tão chatos como as homilias do padre das esmolinhas ou os lençóis de texto do Gregório Gouveia no Tribuna da Madeira.

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    1. Custa-lhe a democracia. Se não quiser ouvir as Verdades, não veja. Ninguém a obriga.

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    2. Você é comunista, cale-se
      Só disparates.
      Um ditador democrata
      Só se for na Venezuela

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  3. O padre Martins terá de realizar um exorcismo para livrar este blog da praga miramacedo

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  4. A verdade é que você é um doente mental, aceite você.
    E uma pessoa assim, não pode sequer ser um progenitor!

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    1. Sei que custa ouvir a realidade. Aguente. Beba água. Custa menos.

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  5. Muda o disco, a música já cansa.

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