quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

O canalhedo que nos anda a roubar tem a protecção dos tribunais e dos políticos corruptos. Vejam o caso dos inertes:

COMUNICADO DA COSMOS


A Cosmos - Associação de Defesa do Ambiente e Qualidade de Vida, vem por este meio manifestar o seu mais veemente repúdio pelas insinuações, falsidades e má fé das grandes construtoras da região, nomeadamente a empresa AFAVIAS, cujo sócio maioritário, sr. Avelino Farinha é coproprietário do Jornal da Madeira, órgão que tem sido utilizado para fazer chantagem, branqueamento, e lançar ignóbeis falsidades sobre a recente polémica da extração de inertes nas nossas linhas-de-água e orla costeira. 
Segundo este jornal, completamente instrumentalizado pelas diretrizes do seu patrão construtor, o roubo de inertes das nossas linhas de água é legítimo já que alimenta inúmeras pequenas empresas de construção, que sem esses materiais disponíveis no mercado, não conseguem sobreviver (!)

Convém relembrar aos nossos “amigos do alheio”, que durante mais de 40 anos, e sob o pretexto de garantir a segurança das populações e contando com a cumplicidade de governantes completamente corruptos, rapinaram milhões de toneladas de inertes das nossas ribeiras. Os tais “técnicos” governamentais (muitos deles ligados a Ralis, chegando a correr com carros suportados e adquiridos pelas grandes construtoras, como a AFA, ou viajando em aviões executivos do mesmo grupo) chegaram ao desplante de informar a opinião pública, que a retirada desses inertes era fundamental para desimpedir os canais, e que as grandes construtoras até FAZIAM UM GRANDE FAVOR, em limpar essas linhas de água. Tudo artimanhas para encobrir um negócio milionário que envolvia, e envolve, milhões de euros.  E quando não eram as “tais limpezas preventivas”, aproveitavam-se das grandes obras, como a construção de açudes e canalização de ribeiras e outras obras hidráulicas para roubarem à descarada esses materiais. A Ribeira Brava e Tabua, Ribeira de São Vicente, Ribeira dos Socorridos, Ribeira da Madalena do Mar, Ribeira Seca e da Metade, no Faial, têm sofrido o descalçamento das suas cabeceiras, revolvidos os seus leitos, despidos os seus meandros naturais dos seus frondosos arvoredos, tudo para alimentar o lucro fácil dessas construtoras, aliás, fizeram tal concorrência às pequenas empresas que exploravam pedreiras, que muitas delas foram obrigadas a encerrar portas e a mandar os seus trabalhadores para o desemprego. E as que restaram, são obrigadas a meter “máquinas” por perigosas ravinas, com custos de extração altíssimos (no final de 2019, inclusivamente, um trabalhador/manobrador morreu quando fazia um desses perigosos trabalhos em altura, na zona da Fundoa), enquanto as grandes construtoras simplesmente metem as suas máquinas limpinhas nos leitos e na orla costeira, e rapinam tudo o que encontram sem pagar um único tostão à região. E o mais confrangedor, é que esta atividade criminosa do roubo descarado dos nossos recursos naturais é realizada com o beneplácito dos nossos magistrados do Ministério Público.  O caso mais paradigmático, é o da Ribeira Brava, cujo leito foi completamente canalizado e “rapinado” de inertes numa grande extensão, onde em caso de chuvas intensas, a velocidade do caudal torrencial será de tal ordem que, a jusante, irá pôr em perigo as populações e seus bens (a Ribeira da Ponta do Sol também tem sido vítima deste mesmo método interventivo).
Além de causarem a falência de pequenas empresas, estas grandes construtoras açambarcam nos seus estaleiros milhões de toneladas de pedras furtadas, muitas delas já transformadas em britas, pó-de-pedra, etc… e com a recente ameaça dos poderes públicos intervirem neste “roubo” descarado, vão para os jornais CONTROLADOS POR ELES, ameaçarem e chantagearem governantes e ambientalistas, sob o pretexto que não têm inertes para fornecer às pequenas empresas de construção. Quando no perigoso estaleiro da Meia Légua, na Ribeira Brava, São Vicente, e sítio dos Moinhos, no Faial, têm milhões de toneladas açambarcadas, tudo com o vil propósito de fazerem rarear esses inertes no mercado, e assim conseguirem dois objetivos: primeiro, deitarem as culpas para os ambientalistas e para a imprensa que denunciou a “roubalheira”, segundo, pressionarem o Governo Regional para este lhes dar carta branca e assim continuarem com a atividade criminosa.

Para finalizar, esta associação vem também condenar a recente suspensão do PDM, na Zona do Portinho, Caniço, quando os restantes munícipes desse concelho são obrigados a cumprir esse mesmo PDM, uma medida altamente discriminatória para os demais munícipes e uma mancha para os Juntos Pelo Povo, partido cujos líderes, há poucos anos, defendiam precisamente o contrário.   

Funchal, 2 de janeiro de 2020

O Presidente da Direção

Dionísio Andrade  (ver Fénix do Atlântico)

Anónimo disse...

 Coisa complicada e controversa:


"Os verdinhos dos Souizinhas embargaram os apartamentos do Porto Novo do Samuel, e agora vão licenciar mais um mamarracho no Portinho? É tudo a mesma mer....!"

1 comentário:

  1. Será que o cavalheiro Dionísio já se inscreveu no PTP? Ou continua relutante em se inscrever? Hummm. Inscreva. Se ainda vai a tempo. Pode pagar um euro quota anual.

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