sábado, 31 de agosto de 2024

O padre das esmolinhas continua os seus fact-checks tontalhões.

 Desta vez foi o ex-corajoso jornalista Miguel Fernandes o destacado para perder tempo com perguntas parvas. Assim não faz artigos incomodativos sobre a extração de inertes das ribeiras.

Será que nunca houve pessoas perseguidas e obrigadas a fugir da Madeira?

  Num fórum de discussão em língua inglesa na rede social X (antigo Twitter), um dos membros desafiou os outros membros a indicar “qual a maior cidade do mundo (população actual) onde não há nenhum registo de que a mesma tenha sido conquistada ou de que algum grupo de pessoas que morava lá tenha sido deslocado à força”. Num comentário de resposta, explica-se só não houve populações expulsas em territórios insulares que eram inabitados, até à chegada das actuais populações e aponta-se como exemplos Islândia, Canárias, Reunião, Cabo Verde e Madeira. Será que no nosso arquipélago nunca houve grupos sociais que foram perseguidos e obrigados a fugir?
  Para podermos responder a esta questão é necessário recuarmos dois séculos, mais concretamente a 11 de Outubro de 1838. Foi nessa data que chegou à nossa ilha o médico escocês Robert Kalley, que era também pastor da igreja protestante. De acordo com o livro ‘Robert Reid Kalley: apóstolo em três continentes’, da autoria de M. Porto Filho, a mudança deveu-se ao clima ameno da Madeira, mais favorável à saúde frágil da sua mulher, Margareth C. Kalley. A família instalou-se numa casa no Vale Formoso. Sensibilizado pela extrema pobreza e o analfabetismo da população madeirense, o pastor protestante sentiu necessidade de intervir no plano social. Começou a fazer reuniões para a leitura bíblica e promoveu lições de Português. Na altura havia apenas dois médicos na ilha, pelo que Kalley passou a atender os doentes locais, sobretudo das classes mais desfavorecidas.Deste modo, cresceu o número de pessoas que procuravam a casa da família escocesa, não só para curar as suas doenças como também para escutar os ensinamentos da Bíblia. Atendia centenas de pessoas e nessa altura foi construído o primeiro hospital com alojamento. Também participou na abertura de escolas noutros pontos da ilha. “O movimento educacional promovido pelo Doutor foi de tal ordem e com tão ampla repercussão favorável entre a população que a Câmara Municipal do Funchal” lhe atribuiu um louvor, segundo refere a citada obra.

  Aumentava igualmente o número de seguidores da fé protestante, por influência de Kalley. Numa reunião realizada em São Jorge terão participado quase 1.500 pessoas. Mas a fama crescente do cidadão escocês terá suscitado a desconfiança e inveja junto de diversos sectores da sociedade madeirense, culminando na sua perseguição e dos seus seguidores. As primeiras dificuldades surgiram no final do ano 1841, por parte dos empregadores dos humildes camponeses, que “perceberam que, tornando-se mais instruídos, eles poderiam desejar uma vida menos árdua, pelo que iniciaram uma série de exigências para dificultar-Ihes a assistência as aulas”. Paralelamente, os médicos, que estavam a perder clientela, parecem também ter movido uma campanha de descredibilização contra o colega escocês, “afirmando que utilizava os seus trabalhos médicos e a sua propalada filantropia para introduzir heresias condenadas pela Igreja Católica”. Todas estas pressões fizeram com que o bispo D. Ianuário recebesse em Lisboa recomendaõees das autoridades metropolitanas para conseguir das autoridades civis da ilha a proibição dos trabalhos, quer evangelísticos, quer educacionais.

 Assim foram crescendo os movimentos na área religiosa e civil contra Kalley, que se acentuaram com a chegada de um novo governador a ilha, Domingos Olavo Correia de Azevedo, que trazia ordens expressas para acabar com a obra do médico. Este foi, inclusive, aconselhado por amigos, alguns deles do clero, a abandonar a ilha, uma vez que se previa que o clima endurecesse à sua volta. Este cenário veio, de facto, a confirmar-se, pois, para além dos avisos para parar com as reuniões bíblicas, começaram a surgir, colados na parede de sua casa, alguns cartazes bastante duros, onde se podiam ler afirmações como “cachorro inglês, malvado! Se continuares a pregar contra a Igreja Católica, tu e teu amigo mariola, ficarás sem a vida e ele pior”.

  A perseguição prossegue, sendo atiradas pedras à residência e realizadas algumas manifestações populares. A casa viria a ser incendiada a 9 de Agosto de 1846. Muitos dos seguidores do médico escocês foram presos, entre eles uma mulher com sete filhos. Muitas escolas foram fechadas e foi desenvolvida uma campanha para apreensão das bíblias distribuídas pelo Dr. Kalley. Ao mesmo tempo, eram lavradas as primeiras cartas de excomunhão.

  Entretanto, o médico foi preso na cadeia do Funchal no dia 26 de Julho de 1843, onde permaneceu durante cinco meses e cinco dias. Durante esse período prosseguem as perseguições e alguns espancamentos na via pública. Todos os seguidores do Dr. Kalley passaram a ser chamados de calvinistas. Muitas famílias refugiaram-se nas montanhas, enquanto as suas casas eram arrombadas e saqueadas. Nem mesmo a casa de Kalley escapou. Nesse ataque uma criança de 12 anos ficou gravemente ferida.

  Dada a gravidade dos acontecimentos, Robert Kalley acabaria por fugir da ilha, disfarçado de mulher, tendo embarcado, juntamente com a sua família, num navio inglês rumo aos EUA. Muitos dos seus seguidores acabariam por seguir o mesmo destino. Muitos foram para Trindade e Tobago, outros para o Brasil e Estados Unidos da América. Numa primeira vaga fugiram 1.200 pessoas e numa segunda fase mais 900.

 Ao longo da história terão havido outros episódios de intolerância na Madeira. Foi o que aconteceu a algumas pessoas no período de convulsão política que se seguiu ao 25 de Abril de 1974. No entanto, os acontecimentos que envolveram a comunidade influenciada por Robert Kalley no século XIX constituem o episódio mais grave de perseguição e intolerância da História da Madeira

A Madeira, tal como outros territórios insulares, onde as comunidades são constituídas essencialmente pelos primeiros povos colonizadores, são os únicos locais do mundo onde nunca se verificaram perseguições e expulsões de grupos de pessoas - sentido de um comentário publicado ontem na rede social 'X'. FALSO

https://www.dnoticias.pt/2024/8/31/418200-sera-que-nunca-houve-pessoas-perseguidas-e-obrigadas-a-fugir-da-madeira/

Ver também:

https://pravdailheu.blogspot.com/2023/06/a-perseguicao-aos-protestantes-no.html

10 comentários:

  1. Quem gere este infeliz blogue é o louco do mira Charl 🇻🇪
    Ainda não sabemos como , mas roubou-o ao Coelho, este que era, um blogue até engraçado de interagir, tornou-se enfadonho e a ser dia a dia, mais do mesmo.
    Uma vergonha

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    1. Tás enganado. Não tomaste as pastilhas hoje. É lixado ter Alzheimer. As melhoras.

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    2. Tu é que és doente mental, um Zé ninguém, narcisista, até à tua mãe, chamas puta.

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    3. CHARL é o pseudônimo do Gil Capot6

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    4. Não, Charl, Charl Silva, nome unissexo .
      Provém do submundo podre da Venezuela.

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  2. Alzheimer, tens tu, invejoso de submundo, e acima de tudo ingrato.
    Este governo fez tudo por ti , até bolas de estudo te pagou.
    És ingrato, sem vergonha!
    Começaste a te esquecer de onde eras em 2019, quando fugiste com medo nesse rabo de deformado.
    E continuas a te esquecer quem és, ou seja NADA.
    Tu te auto destruíste, até este blogue, rebentaste, com a tua falta de cérebro , imaturidade, és enfadonho, falas a chupar como um alcoólico.
    Xenófobo fdp
    Ditador
    Tu devias, falta pouco, para estares no corredor da morte.
    Toronto, era so ao lado
    Mas inventados tudo
    Até trocaste uma foto com a tua afegã para meter uma foto do Google.

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    1. O governo dá o quê? Bolas? Bolsas? O quê o governo dá?

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    2. Sim, gosto de beber muito. Sou alcoólico. E depois? Como Hemingway, Churchil, ET AL. De manhã acordas, e nada fizeste na vida.

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  3. Deixa o Miguel Fernandes em paz, não rebentes o nome das pessoas com a tua má imagem

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    1. Nunca Cobarde. Já fiz muito mais que todos os cobardes heróis juntos.

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