quinta-feira, 14 de julho de 2022

Em Portugal o MP assume as funções de polícia política e a judicatura as da censura de sinistra memória!

Não há vivacidade intelectual sem palavra livre.

As condenações judiciais por pretensa injúria (mais de mil por ano) pesam como verdadeira cara do terror (político) que entre mãos do neo-salazarismo (clericalista) se exerce. São certamente mais de quarenta mil pessoas com o registo criminal manchado, não falando dos que foram alvo de processos inviáveis, mas ficaram agarrados a isso e por isso durante seis anos, ou mais.
Reflexões do advogado José Preto

 «Linguagem de ódio será qualquer crítica ou manifestação de repúdio, conforme o determine o arbítrio no interesse do momento. A corja conspira activamente contra a liberdade de palavra que teme e arrastará a tribunal criminal - como sempre fez - qualquer protesto verbal ou escrito.

As condenações judiciais por pretensa injúria (mais de mil por ano) pesam como verdadeira cara do terror (político) que entre mãos do neo-salazarismo (clericalista) se exerce. São certamente mais de quarenta mil pessoas com o registo criminal manchado, não falando dos que foram alvo de processos inviáveis, mas ficaram agarrados a isso e por isso durante seis anos, ou mais. Como ameaça, evidentemente.
É a boçalidade de uma judicatura que acha natural o palavrão - a judicatura foi maioritariamente recrutada na baixa classe média, onde o palavrão é banal. Mas a crítica é desafio. E manifestação de autoridade própria. E a autoridade é de quem manda, a tais olhos. Isto é terra de servos, de gente sujeita, como aliás o dizem vários textos legais. O MP assume as funções de polícia política e a judicatura as da censura, com competências penais. Isto não pode deixar de se ligar à mediocridade da vida intelectual desta terra. Não há vivacidade intelectual sem palavra livre.
E as coisas vão piorar.
As condenações em Estrasburgo exigiam uma mudança de estratégia. E ela veio. A perseguição vai fazer-se agora em nome da protecção contra as discriminações de que vão queixar-se os que detêm o poder e não os que dele estão excluídos.
Linguagem de ódio será doravante o sarcasmo anarquista e a terminologia dos leninistas. Não falando já dos sindicalistas. E a intrusão em domínio religioso classificará como linguagem de ódio a designação do clericalismo romano por papismo, expressão perfeitamente fixada na Europa do Norte como na Ortodoxia que recusam a tal fenómeno o epíteto da catolicidade.
As coisas vão piorar, realmente, como o exige a trepidação desta gente que anseia perseguir e punir, como sempre o fez e quer continuar a fazer. Imaginando que aqui encontrou uma cobertura ideológica mais adequada para o viabilizar.
Recordemos que quiseram mesmo eliminar na prática o direito de petição ao Parlamento. O que teriam feito se Marcelo II não houvesse exercido o veto, porque até a um nacional-católico há coisas que parecem excessivas, à luz da estratégia geral da dissimulação.
É preciso meter-lhes isto (tudo) pela boca abaixo.»

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