sexta-feira, 8 de março de 2024

Fotos com história de Eduardo Gageiro

 

 No âmbito dos meus estudos sobre a PIDE/DGS, encontro-me neste momento a analisar o relacionamento da ex-polícia política da ditadura portuguesa com organismos policiais e agências secretas de países democráticos, devido à pertença de Portugal à NATO, como foram os casos dos EUA, da França e da Alemanha. As autoridades policiais e de informação destes três países, entre outros, ajudaram também ao esforço da Guerra Colonial do regime de Salazar e Caetano. Após a queda deste último, continuaram a estar muito atentas à situação portuguesa decorrente do 25 de Abril de 1974 e ao Processo Revolucionário em Curso (PREC) que se seguiu até ao 25 de Novembro de 1975. Pensei que, à beira do cinquentenário da data inicial da transição para a democracia em Portugal, que ocorrerá em 2024, os leitores portugueses se pudessem interessar pela atitude e postura não neutra que esses serviços secretos tiveram durante esse ano e meio português. Da mesma forma, tenho verificado que há muitas perguntas sobre o comportamento da polícia política do regime ditatorial e o seu papel na Guerra Colonial, bem como sobre o facto de praticamente nada ter feito para impedir a preparação e a eclosão do golpe militar dos oficiais do Movimento das Forças Armadas (MFA). Por isso, o texto que aqui apresento é uma análise pessoal de episódios ocorridos entre os anos finais da ditadura e o 25 de Novembro de 1975, com destaque para o que aconteceu à ex-polícia política e para a ação dos EUA, França e Alemanha nesse período relativamente a Portugal. Como se verá, não se trata de qualquer análise exaustiva de todas as questões em torno da implantação da democracia em Portugal. Também não serão analisadas as movimentações populares, rapidamente controladas pelos partidos depois de um muito breve período de espontaneidade e autonomia. A autonomia do campo político é o que se optou por aqui analisar, através do estudo das principais instituições de poder erguidas durante o processo que se desenvolveu no período entre os dois “25”, de Abril de 1974 e de Novembro de 1975, quer entre os militares, quer entre os principais partidos políticos portugueses. Para isso, socorri-me do trabalho crucial de historiadores como José Medeiros Ferreira, António Reis, César de Oliveira, Maria Inácia Rezola e José Manuel Lopes Cordeiro. IRENE FLUNSTER PIMENTEL



2 comentários:

  1. Sr Coelho: publique o artigo de onde tirou essas fotos. Pelas legendas, parece material interessante e assim não se percebe nada! Assim, o Pravda da Mamadeira já parece os pasquins do Meia-Saca e do Padre das Esmolinhas!

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    1. Muito obrigado, Camarada! "O que faz falta é avisar a malta!" Embora os madeirenses prefiram espetada e vinho seco (já se converteram ao "vinho de rolha" alentejano, vá lá...) mas pelo meio arrotam: "Não gosto de ler. Livros não enchem a barriga." E por isso são enganados uma e outra vez. Nem refigir uma reclamação em defesa própria sabem e os caciques agradecem, claro.

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