domingo, 22 de junho de 2025

O IRÃO SERÁ A PRÓXIMA LÍBIA: O ROTEIRO ESTÁ A REPETIR-SE

 



«O filme é velho, mas continua a ser exibido com novos protagonistas. O guião é simples: demonizar o país, isolar os líderes, criar um pretexto e finalmente invadir ou destruir. Foi assim no Iraque. Foi assim na Líbia. Tentaram na Síria. Fazem todos os dias na Palestina. E agora o alvo está traçado: o Irão.

Israel e os Estados Unidos parecem decididos a fazer ao Irão o mesmo que fizeram a Saddam Hussein e a Muammar Kaddafi. O plano é conhecido: eliminar a liderança atual, substituir por um governo amigo, e claro, garantir que o petróleo iraniano flua a preço de saldo para as grandes potências. O resto do mundo? Assiste ou aplaude. Como sempre.
A União Europeia: Sempre Cúmplice, Sempre Submissa
A União Europeia é perita em dizer que defende os direitos humanos, mas sempre que os Estados Unidos precisam de um parceiro para legitimar as suas guerras, lá está a Europa — de caneta na mão, pronta para assinar a sentença.
Foi assim no Iraque, com a bênção de Durão Barroso. Foi assim na Líbia, onde a NATO transformou o país mais desenvolvido de África num campo de terroristas. E agora, Ursula von der Leyen já estendeu o tapete vermelho para mais um capítulo de submissão. Israel e os Estados Unidos já têm luz verde para destruir o Irão, com a cumplicidade europeia.
O Pretexto: Os de Sempre
Hoje dizem que o Irão é uma ameaça global. Ontem diziam que Saddam Hussein tinha armas de destruição maciça. Antes disso, Kaddafi era o demónio que precisava de ser removido. É sempre o mesmo argumento reciclado, sempre o mesmo teatro, sempre a mesma hipocrisia.
Curiosamente, o Irão está cada vez mais próximo dos BRICS — e isso não é coincidência. O Ocidente não perdoa independência económica. Quem foge ao dólar, quem se aproxima da China ou da Rússia, torna-se automaticamente uma ameaça. O Irão entrou para os BRICS, e isso irritou Washington e Telavive mais do que qualquer programa nuclear.
Se Israel pudesse, também atacaria a África do Sul pelo processo que moveu contra eles sobre o genocídio em Gaza.
Se o Irão fosse a África do Sul, talvez tivesse alguma margem de manobra. Mas no xadrez geopolítico, a África do Sul ainda sobrevive porque o custo político de a atacar seria demasiado alto — por agora. Mas não nos enganemos: quem não entrega recursos de mão beijada está sempre na linha de fogo.
O mundo já viu este filme e continua a pagar bilhete.
O Ocidente destrói países e depois manda ajuda humanitária.
A União Europeia é hoje o braço diplomático das guerras americanas.
Quem desafia o dólar, desafia o sistema — e o sistema responde com bombas.
O Irão será a próxima Líbia? O próximo Iraque? Tudo indica que sim. Porque quando os interesses estratégicos falam, os direitos humanos calam-se. Quando o petróleo está em jogo, a soberania dos povos torna-se descartável.
Não é guerra pela paz. É guerra pelo poder. E a União Europeia, mais uma vez, não será inocente. Será cúmplice.»

Malundo Kudiqueba
Manchester, 20 de Junho de 2025.

5 comentários:

  1. "momento da verdade" - Major-Gener Agostinho Costa + Tiago André Lopes "refletem" - (22/06/2025)
    https://www.youtube.com/watch?v=P3wa2gXjn8Q

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  2. o risco nuclear e a ameaça do Império à Humanidade
    https://www.youtube.com/watch?v=xBNJA_j5rJc

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    1. Já é tempo de os isrealitas tiratemco Irão do mapa

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