terça-feira, 25 de novembro de 2025

O ministro das Finanças pretende perdoar milhões aos grandes capitalistas das barragens

 


  “Que fique bem claro”: ou os impostos são pagos ou “mobilizaremos a população para o que for necessário como nunca o fizemos até aqui", diz o Movimento Cultural da Terra de Miranda. Grupo de cidadãos espera que Joaquim Miranda Sarmento tenha falado num "contencioso de vários anos”

  O Movimento Cultural da Terra de Miranda advertiu esta segunda-feira o Governo e o Presidente da República de que todos os desvios que se tentem fazer sobre a cobrança dos impostos sobre a venda das barragens serão denunciados publicamente.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) avança com um aviso, “em especial [para] o ministro das Finanças, de que serão denunciados todos os desvios que se tentem fazer sobre a cobrança de impostos devidos pela venda das seis barragens transmontanas”.

Fonte do MCTM garante que o que é deixado é uma “advertência”, e não uma “ameaça”, ao Governo e ao Presidente da República “de que se continuarem as manobras para favorecer a EDP haverá pela primeira vez, desde o início deste processo, haverá a mobilização popular para tomadas de posição”.

“Mobilizaremos a população para o que for necessário como nunca o fizemos até aqui. Que fique bem claro: os 335,2 milhões de euros de impostos devidos pelo negócio das barragens têm mesmo de ser pagos, a que se juntam os cerca de cinco milhões anuais do IMI devidos pelas seis barragens vendidas também”, reitera o MCTM.

Para este movimento cívico composto por personalidades de vários campos de ação da sociedade portuguesa, em geral, e da Terra de Miranda, em particular, “estes impostos são dinheiro do povo e qualquer tentativa de impedir o seu pagamento é um roubo que o povo jamais admitirá”, frisa a mesma nota.

“Chegou a hora da verdade. O Governo e a AT têm de liquidar e cobrar os impostos devidos pela EDP à Terra de Miranda e ao país. O Governo e a AT têm de cumprir as ordens que receberam da Justiça. E têm de o fazer com a máxima qualidade jurídica, sem falhas nem artimanhas que legitimem aquilo que o ministro das Finanças [Joaquim Miranda Sarmento] estranhamente anunciou: um contencioso de vários anos”, destacou o MCTM.

Para este movimento, os dois acórdãos do Supremo Tribunal Administrativo (STA), mais o despacho do Ministério Público (MP) conhecido no início do mês, obrigando a AT a cobrar os 335,2 milhões de euros dos impostos devidos pela venda das barragens, consagram que os impostos (o IMI, o IMT, o Imposto do Selo e o IRC) são devidos.

“Lembrando o que afirmou o Ministério Público no seu despacho, e agora o STA, é que os impostos das barragens têm de ser pagos. Mas, só haverá uma vitória final se o Governo tomar medidas para que a EDP pague o que deve”, consideraram os membros deste movimento.

O MP arquivou as suspeitas de fraude fiscal na venda de seis barragens da EDP à Engie, mas concluiu que o Estado tem a receber 335,2 milhões de euros em “impostos em falta”, incluindo Imposto do Selo, IMT e IRC, além de juros.

“Sabemos das manobras em curso que conduziram a que a EDP ganhasse na secretaria o que perdeu na Justiça. Sabemos que a diretora-geral da AT [Helena Borges] se recusou sistematicamente a liquidar impostos à EDP, contra a Lei e contra despachos do secretário de Estado que a tutelava”, destaca o movimento no mesmo comunicado.

O movimento refere ainda que “a EDP e as concessionárias não têm como escapar”, acrescentando que “a Justiça tem de ser respeitada e as suas ordens têm de ser cumpridas”.

A vertente fiscal das barragens começou a ser discutida na sequência da venda pela EDP de seis barragens em Trás-os-Montes (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua), por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio liderado pela Engie, tendo o negócio ficado concluído no final de 2020.

A Terra de Miranda é composta pelos concelhos de Mogadouro, Miranda do Douro e Vimioso, no distrito de Bragança.

4 comentários:

  1. Parece a cambado do PTP a receber jack-pots para andarem nas patuscadas

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    1. Essa xungaria do PTP quer é deitar governos a baixo para depois receberem subsídios para campanha eleitoral para andarem na boa vida em bons jantares e almoços bem regados.

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    2. Quem não os conhece que os compre...

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    3. Com tanto "subsídio" o cuelho devia deixar de "visitar" os cemitérios.

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