O alto dirigente Divisionista da UGT, teve um acidente grave. Pravda lamenta a situação triste do nosso amigo

 

Antigo secretário-geral da UGT fica tetraplégico em acidente de viação: "Perdi tudo"

Torres Couto foi o primeiro secretário-geral da UGT

Foto: Nuno Brites/Arquivo

José Manuel Torres Couto, antigo secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), ficou tetraplégico na sequência de um acidente de viação, ocorrido no final de outubro, numa viagem entre Setúbal e Lisboa, na A2. "É o maior combate da minha vida", declarou o histórico dirigente da central sindical, de 78 anos.

O acidente aconteceu há cerca de duas semanas, num dia com muita chuva. Ao lado da mulher, que seguia ao volante, Torres Couta alertou para o perigo acrescido de circular nesta condição. Porém, apresar da precaução, a viatura onde seguiam foi abalroada por um BMW, que circulava a 180 quilómetros por hora.

"Quem conduzia era a minha mulher, e eu até olhei para lhe dizer: 'abranda', mas ela ia a 90 quilómetros por hora, não tinha problema. Nesse preciso momento, vai um BMW, em que o condutor perde o controlo ou pega no telefone, se distrai, e vem bater na nossa traseira. Deslizámos quase 300 metros na autoestrada a fazer piões, e fomos chocar contra outro carro", relatou o antigo secretário-geral da UGT, em declarações à TVI, numa reportagem sobre sinistralidade emitida na terça-feira.

O violento embate deixou-o, de imediato, tetraplégico. "Logo no momento em que batemos, eu senti que foi o cinto de segurança que me prendeu e ao prender-me, eu fiquei tetraplégico. Logo", continuou Torres Couto, que mal o carro parou constatou que já não tinha qualquer sensibilidade do pescoço para baixo. "Eu perdi tudo, só pensei que morreria naquele instante".

Condutor pediu desculpa

Já dentro da ambulância, o ex-dirigente sindical foi surpreendido pelo condutor do BMW, responsável pelo acidente, que foi pedir-lhe perdão. À TVI, Torres Couto confessou que a primeira vontade foi desaparecer, mas garantiu que está "completamente comprometido" em melhorar, apesar da sua dolorosa condição. "Este é o maior combate da minha vida. Estou completamente comprometido com este combate. A princípio, a minha vontade era morrer, mas desde que estou assim, eu faço tudo com dor, com lágrimas, com sofrimento horrível, para melhorar os meus movimentos", garantiu.

Torres Couto apelou ao Governo para uma "campanha mais agressiva" contra a sinistralidade, considerando que "os portugueses são o único povo na Europa que conduzem da mesma maneira com muita chuva ou com muito sol". "Tem que haver uma vigilância implacável ao uso dos telemóveis na condução".