quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Neste dia, a 16 de Dezembro de 1972, tropas portuguesas iniciaram o brutal massacre de Wiriamu em Moçambique.

 

Neste dia, a 16 de Dezembro de 1972, tropas portuguesas iniciaram o brutal massacre de Wiriamu em Moçambique.

Sob as ordens da PIDE/DGS (policia secreta portuguesa), Chico Kachavi, "torturador profissional" na prisão de Tete em Moçambique, ordenou que as aldeias de Wiriamu, Chawola e Juwau fossem queimadas como represália por uma emboscada da FRELIMO na região dias antes. A população conseguiu fugir ilesa para o mato, perdendo todos os pertences. Não satisfeitas, as tropas portuguesas iniciaram um bombardeamento das aldeias, seguido por um assalto dos comandos de helicóptero. Toda a população da aldeia foi alinhada na praça central, homens e mulheres frente a frente em duas linhas, e fuziladas uma a uma. Grávidas e bebés foram esfaqueados e espancados até à morte. Mulheres eram arrastadas para becos por grupos de soldados que as violavam e matavam de seguida. Os cadáveres estripados foram abandonados na aldeia em chamas. Mais de 450 pessoas foram mortas no massacre, das quais a maioria eram mulheres e crianças.
16 de dezembro de 1972 teve lugar um dos episódios mais tenebrosos do colonialismo português, conhecido como “Massacre de Wiriyamu”. Uma operação, com o nome de código “Marosca”, que envolveu aviação, elementos dos comandos e agentes da PIDE/DGS, decorreu na zona de Tete, no Norte de Moçambique, visando cinco aldeias: Wiriyamu, Juwau, Djemusse, Riacho e Chaworha.
Depois de lançadas bombas sobre a aldeia de Wiriyamu, entraram em ação os militares dos Comandos e seguiu-se a barbárie. O morticínio estender-se-ia às referidas quatro povoações ao longo do rio Zambeze sob variadas e desumanas formas. Centenas de pessoas são chacinadas, entre elas mulheres e crianças. Muitas são fechadas dentro das cubatas onde morrem carbonizadas por ação de granadas incendiárias, outras são simplesmente fuziladas. Soldados destroem palhotas, infraestruturas e aldeias, saqueiam bens, abrem fogo sobre pessoas cujos corpos são depois colocados, com alguns vivos pelo meio, em piras funerárias para serem consumidos pelo fogo.
385 pessoas terão morrido, cerca de um terço dos 1350 habitantes das cinco aldeias. A listagem das vítimas e o relato dos acontecimentos são apurados por Domingo Kansande e pelo padre Domingos Ferrão que faz chegar as informações a padres espanhóis e holandeses. O massacre seria divulgado pelo também padre inglês Adrian Hastings no jornal britânico “The Times”, a 10 de julho de 1973, dias antes da visita de Marcelo Caetano a Londres. O caso chegaria ainda à Organização das Nações Unidas.

2 comentários:

  1. Pena a tropa portuguesa não ter feito mais limpezas dessas.
    A África estaria mais clara.

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  2. 16 de Dezembro de 1972 Moçambique ficou mais branco. Olé olé

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